Investimento líquido e estoque de capital: dezembro de 2024

Por Marco A. F. H. Cavalcanti, Bruno F. Cordeiro e Felipe Moraes Cornelio

Esta Nota atualiza as séries do Indicador Ipea para investimento líquido e estoque de capital até dezembro de 2024, disponíveis no Ipeadata. Os dados acumulados em doze meses dos inves¬timentos brutos (formação bruta de capital fixo – FBCF) indicaram crescimento real de 6,9% no fim do ano passado. A depreciação do estoque de capital acumu¬lada em doze meses, por sua vez, diminuiu 5,1% em relação a dezembro de 2023. O investimento líquido (FBCF excluído o valor da depreciação) apresentou, assim, crescimento substancial no período (aumento de 150%). Todos os componentes do investimento líquido registraram crescimento, com destaque para o setor de máqui¬nas e equipamentos, que voltou a apresentar valor positivo no acumulado em doze meses após três anos. Como resultado do aumento do investimento líquido, a taxa de crescimento interanual do estoque de capital líquido passou de 0,6% em dezembro de 2023 para 1,5% em dezembro de 2024.

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Inflação por faixa de renda – março/2025

Por Maria Andréia P. Lameiras

Os dados do Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda mostram que, a despeito de uma alta mais acentuada dos preços dos alimentos no domicílio, a inflação desacelerou em março, comparativamente a fevereiro, para todos os estratos de renda pesquisados. Para as famílias de renda muito baixa, a taxa de inflação recuou de 1,59% para 0,60%, repercutindo, sobretudo, o reajuste bem mais ameno da tarifa de energia elétrica, cuja variação de 0,12%, registrada em março, contrasta com a alta de 16,8%, apontada em fevereiro. Ainda que em menor intensidade as quedas das passagens de ônibus urbano (-1,1%) e do metrô (-1,7%) também ajudam a explicar o alívio inflacionário em março para os segmentos de menor poder aquisitivo. Já para as famílias de renda alta, o recuo da taxa de inflação de 0,90%, em fevereiro, para 0,60%, em março, veio, especialmente, da melhora do grupo educação, tendo em vista o fim do impacto dos reajustes das mensalidades escolares ocorrido no mês anterior. Nota-se, ainda, que essa descompressão inflacionária no segmento de renda alta, foi atenuada, em parte, pela piora no comportamento das passagens aéreas, com alta de 6,9%, em março, ante queda de 20,5%, em fevereiro.
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Dados Xls



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Indicadores mensais do mercado de trabalho: fevereiro de 2025

Por Maria Andreia Parente Lameiras e Marcos Dantas Hecksher

As estimativas próprias mensais apresentadas nesta nota – feitas com base nos dados por trimestre móvel da PNAD Contínua – sinalizam que, em fevereiro, o mercado de trabalho segue aquecido, conjugando expansões da população ocupada (PO) e dos rendimentos reais, possibilitando, desta forma, a manutenção da desocupação em níveis historicamente baixos e forte crescimento da massa salarial. Em fevereiro de 2025, a PO no país somava 102,8 milhões de pessoas, avançando 3,0% na comparação com o mesmo período de 2024. Já em termos dessazonalizados, em fevereiro, a PO abarcava 103,8 milhões de trabalhadores, o que representa uma alta de 1,2% em relação ao observado em janeiro.

Nota-se, ainda, que essa aceleração da ocupação vem sendo acompanhada de um movimento similar, porém menos intenso, da força de trabalho. Por certo, na comparação interanual, a força de trabalho brasileira avançou 1,7%, passando de 108,9 milhões, em fevereiro de 2024, para 110,7 milhões, em fevereiro de 2025. Em relação a janeiro, registra-se um avanço de 1,2%. Ainda de acordo com os dados da PNAD Contínua, a taxa de participação (TP) no mercado de trabalho brasileiro chegou a 62,5% em fevereiro de 2025, ou seja, 0,5 ponto percentual (p.p.) maior que a observada no mesmo período de 2024. Na comparação com janeiro (62,0%), a TP dessazonalizada acelerou para 62,6%.

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Dados Xls



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Estimativa preliminar do resultado primário do governo central em março de 2025

Por Sergio Ferreira

De acordo com dados da execução orçamentária, registrados no Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi) do governo federal, os quais fornecem boa aproximação com os dados oficiais relativos ao resultado primário que será divulgado posteriormente pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN), março de 2025 apresentou um superávit primário de R$ 1,5 bilhão nas contas do governo central. Conforme mostra a tabela 1, a receita líquida do governo central atingiu R$ 174,2 bilhões nesse mês, um crescimento de 0,5% em termos reais, comparativamente ao apurado em março de 2024, ao passo que a despesa totalizou R$ 172,7 bilhões, um decréscimo real de 1,0% na mesma base de comparação. No acumulado do ano, o resultado primário apresenta um superávit de R$ 56,1 bilhões, a preços constantes de março, ante o superávit de R$ 22,0 bilhões no mesmo período de 2024.

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Índice de Custo da Tecnologia da Informação (ICTI) – fevereiro de 2025

Por Maria Andreia Parente Lameiras

O Índice de Custo da Tecnologia da Informação (ICTI), calculado Ipea, apresentou taxa de variação de 0,91% em fevereiro de 2025, situando-se 0,37 ponto percentual (p.p.) acima da taxa registrada no mês anterior. Na comparação com o mesmo mês de 2024, a variação foi 0,10 p.p. maior. Com a incorporação desse resultado, o ICTI acumula uma variação de 7,21% nos últimos doze meses.

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Dados Xls



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Análise e projeções de inflação

Por Maria Andréia P. Lameiras e Tarsylla Godoy de Oliveira

Ao longo do último trimestre, o cenário inflacionário brasileiro se tornou um pouco mais adverso, marcado por uma nova aceleração dos índices de preços, combinada com a retomada mais forte das medidas de núcleo de inflação. Além do impacto exercido pela alta dos preços dos alimentos no domicílio, os aumentos mais fortes dos bens industriais e dos serviços explicam este quadro de pressão inflacionária mais intensa. De acordo com IPCA, em fevereiro, no acumulado em doze meses, a inflação brasileira registrou alta de 5,1% , repercutindo os reajustes de 7,1% dos alimentos no domicílio, de 3,2% dos bens industriais, de 5,3% dos serviços e de 5,2% dos preços administrados. 

No caso dos alimentos, a inflação deste segmento decorreu, sobretudo, da forte alta dos preços das proteínas animais e do café no mercado internacional, que, conjugada com a depreciação cambial de aproximadamente 17% nos últimos doze meses, gerou um aumento da rentabilidade das exportações, levando ao deslocamento de uma parcela maior da produção doméstica para o exterior. Em relação aos bens industriais, observa-se que, além da aceleração de 21% nas cotações das commodities metálicas em dólar, nos últimos doze meses, a depreciação cambial gerou um forte aumento nos custos de produção, cujo repasse para o varejo vem sendo possibilitado pela expansão da massa salarial. De modo semelhante, diante de um mercado de trabalho que, embora em desaceleração, ainda mostra bastante dinamismo, o aumento dos salários reais vem mantendo não apenas a pressão sobre os custos de mão de obra, mas também a continuidade da expansão do consumo das famílias, o que explica a alta da inflação de serviços. Por fim, em que pese um leve repique na margem e uma taxa de inflação ainda elevada, os preços administrados apresentam uma trajetória de desaceleração nos meses mais recentes, repercutindo os reajustes menos acentuados da gasolina, dos medicamentos e dos planos de saúde.

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Boletim de expectativas – abril de 2025

Por Caio Rodrigues Gomes Leite e Estêvão Kopschitz Xavier Bastos

Este Boletim de Expectativas baseia-se nas projeções do Sistema Expectativas de Mercado do Banco Central, para dar uma visão geral das previsões feitas pelos profissionais que contribuem com a pesquisa, abordando inflação, juros, finanças públicas e PIB. Para a inflação e as taxas de juros, recorre-se, também, à estrutura a termo da taxa de juros baseada em títulos públicos, divulgada pela Anbima. Os gráficos tomam como referência a data da última edição deste boletim, em novembro de 2024.

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Indicadores mensais de indústria, comércio e serviços

Por Leonardo Mello de Carvalho

O PIB brasileiro apresentou forte desaceleração no quarto trimestre de 2024, crescendo 0,2% em relação ao trimestre anterior, segundo dados do IBGE. Contrastando com uma taxa média de 1,0% verificada nos três trimestres anteriores, o resultado trouxe como principal surpresa o recuo de 1,0% do consumo das famílias, pela lado da despesa. Esta perda de ritmo, já antecipada pelo desempenho dos indicadores mensais de atividade econômica, reflete os impactos iniciais de uma política monetária restritiva, além de uma demanda interna menos vigorosa, explicada pela aceleração da inflação, especialmente de alimentos, e por uma desvalorização cambial que encareceu importações e impactou negativamente a evolução da massa de rendimentos das famílias, particularmente nos dois últimos meses do ano. Embora estes fatores apontem um crescimento menos robusto em 2025, também caracterizado por um menor impulso fiscal e um mercado de trabalho menos dinâmico, o desempenho esperado para alguns componentes mais exógenos da economia tende a contribuir positivamente, principalmente no primeiro trimestre do ano.

Nesse contexto, o IBC-Br, um dos indicadores que buscam retratar o nível geral da atividade econômica brasileira em base mensal, servindo de prévia para o PIB, iniciou o primeiro trimestre de 2025 se recuperando do recuo verificado no último mês do ano passado (-0,6%). O avanço de 0,9% em janeiro, na comparação livre de efeitos sazonais, o maior desde junho de 2024 (+1,1%), superou as expectativas do mercado, cuja mediana era de 0,2%. Já na comparação interanual, o crescimento foi de 3,6%, representando aceleração em relação ao mês anterior (2,6%). Entre os setores produtivos, os resultados verificados neste início de ano mostraram-se heterogêneos, trazendo sinais mistos. Enquanto a produção industrial e a receita real de serviços registraram contribuição nula na margem, as vendas no varejo se destacaram. Além disso, as perspectivas para a produção de soja e milho no primeiro trimestre indicam uma forte contribuição positiva da lavoura no período. Com o resultado IBC-Br de janeiro, o efeito de carry-over em relação ao primeiro trimestre de 2025 ficou em 0,6% na margem e 3,2% em termos interanuais.

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Visão Geral da Conjuntura

Por Claudio Roberto Amitrano, Mônica Mora Y Araujo e Claudio Hamilton Matos dos Santos

Há momentos em que o ritmo dos acontecimentos se acelera, com efeitos claros na conjuntura econômica. Isso parece ter ocorrido nos últimos seis meses, período marcado simultaneamente pelos efeitos econômicos e geopolíticos (inicialmente da mera possibilidade) da eleição de Donald Trump nos Estados Unidos e por um claro choque de oferta negativo na economia mundial, com o preço das commodities agrícolas subindo 8,4% em dólares entre agosto de 2024 e janeiro de 2025.

 O referido cenário internacional – caracterizado por níveis de incerteza anormalmente altos nos países centrais por conta da perspectiva de rupturas históricas no padrão de funcionamento da economia mundial – teve efeitos claros sobre a economia brasileira, com o contágio ocorrendo precipuamente na taxa de câmbio, que passou de R$ 5,75 por dólar no dia 1o de agosto de 2024 para R$ 6,29 no dia 18 de dezembro do mesmo ano. No mesmo período, a inflação de alimentos disparou no Brasil, influenciada por itens importantes da cesta de consumo dos brasileiros, como café, carne bovina e, mais recentemente, ovos. O que esses bens têm em comum é o fato de que todos tiveram aumentos significativos de preços em dólar em períodos recentes, aumentos esses magnificados no Brasil pela subida do dólar no final do ano passado.

Os dados sugerem, entretanto, que a desaceleração da economia derivada do cenário externo desfavorável e do consequente aperto da política monetária não será particularmente aguda, por conta de uma combinação de fatores. Por isso, o grupo de conjuntura optou por manter a previsão anterior de que a economia brasileira crescerá 2,4% em termos reais em 2025, impulsionada por um crescimento de 1,4% já no primeiro trimestre de 2025 contra o trimestre imediatamente anterior na série dessazonalizada e pelo carry-over herdado do crescimento verificado ao longo de 2024. Para 2026 o cenário, naturalmente, é mais incerto, mas aquele com o qual o grupo tem trabalhado aponta crescimento real de 2,0% do PIB.

A consequência do ajuste gradual na atividade econômica é o gradualismo também na convergência da inflação para o centro da meta. Com efeito, diante de um contexto menos favorável que o projetado no trimestre anterior, as previsões grupo para a inflação em 2025 foram revistas para cima, de modo que a alta projetada para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) avançou de 4,8% para 5,2%, enquanto para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) a taxa estimada passou de 4,7% para 4,9%.

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Perspectivas para a taxa de câmbio

Por Estêvão Kopschitz Xavier Bastos

Diversos fatores influenciam a taxa de câmbio. Este texto analisa brevemente alguns deles, procurando, quando possível, uma abordagem prospectiva. Os fatores abordados são: i) o valor internacional do dólar; ii) o risco-país; iii) o diferencial de juros entre Brasil e Estados Unidos; iv) os preços das commodities; v) o comportamento do câmbio em outras economias emergentes; vi) o fluxo cambial; e vii) os riscos associados às políticas monetária e fiscal.

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