A última edição deste Boletim de Expectativas foi divulgada na semana anterior ao primeiro turno das eleições e, portanto, aproximadamente um mês antes do segundo. Este texto, por sua vez, traz as expectativas como se apresentam quatro semanas depois do segundo turno, comparadas com as daquele momento. Assim, o mote é um “antes e depois” das eleições: como seu resultado alterou as expectativas dos agentes econômicos? Tendo em mente, claro, que, nesses cerca de sessenta dias, vários outros fatores influenciaram a visão dos agentes em relação ao futuro, como novos dados divulgados e o ambiente internacional. Mas o resultado das eleições e seus desdobramentos tiveram papel, sem dúvida, relevante.
O cenário pré-eleitoral traçado pelo conjunto das projeções já se mostrava razoavelmente positivo: a inflação se manteria bem comportada e dentro das metas; a taxa de juros básica da economia subiria (mas isto estava de acordo com o reconhecimento de que ela se encontrava – e ainda se encontra – abaixo do nível neutro); o resultado primário das contas públicas melhoraria paulatinamente (melhora essa que não seria, entretanto, suficiente para impedir o crescimento da dívida pública como proporção do PIB pelo menos até 2021); o crescimento do PIB convergiria para 2,5% ao ano de 2019 a 2022; e a taxa de câmbio nominal se estabilizaria pouco abaixo de R$4,00/US$. Conhecidos os resultados das eleições e seus desdobramentos, o cenário se tornou mais favorável, especialmente no tocante às previsões para variáveis que reagem mais rapidamente, como juros, câmbio e inflação. As expectativas para produto interno bruto (PIB), resultado primário e dívida pública se alteraram pouco.