Por Estêvão Kopschitz Xavier Bastos
O Blog da Carta de Conjuntura passará a divulgar, periodicamente, na seção Moeda e Crédito, expectativas de inflação e juros obtidas dos sistemas de expectativas do Banco Central do Brasil (BCB) e de cotações de mercados, como de títulos públicos, swaps e futuros de juros. Este texto descreve as medidas de expectativas de inflação a serem divulgadas. Textos futuros apresentarão as medidas de expectativas de juros e trarão breves comentários sobre os dados recentes.
As expectativas de inflação mais conhecidas do público em geral são as coletadas semanalmente pelo BCB junto ao mercado. Outra maneira de se obterem expectativas de inflação é por meio dos retornos dos títulos públicos indexados à variação dos preços, em comparação com os retornos de títulos prefixados. Uma terceira fonte de expectativa de inflação, também implícita em cotações de mercado, são contratos de swaps na BMFBovespa. A inflação implícita assim calculada – tanto no caso de títulos públicos quanto no de swaps – não corresponde exatamente à expectativa da inflação embutida nos retornos dos ativos, mas a essa expectativa adicionada de um prêmio de risco. Por outro lado, as negociações de mercado com títulos indexados a índices de preços e com swaps poderiam revelar de maneira mais precisa e realística a expectativa quanto à inflação futura, já que as pesquisas de mercado tendem a refletir a análise e a opinião, mas não necessariamente as apostas das instituições.
O gráfico mostra, nos últimos 36 meses, a inflação implícita em negociações com títulos públicos, a implícita nos swaps e a expectativa coletada pelo BCB, sempre para os 12 meses seguintes e todas referentes ao IPCA. Nota-se que as três medidas costumam andar na mesma direção, inclusive na queda que se observou ao longo de 2016 e início de 2017.