Carta de Conjuntura Nº 38
Por Maria Andréia Parente Lameiras
Após fechar o ano de 2017 com uma inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de apenas 2,95% – abaixo do limite inferior da banda de tolerância da meta de inflação –, em janeiro de 2018, o IPCA voltou a surpreender positivamente ao apontar variação de 0,29%, gerando uma nova desaceleração da curva de inflação em 12 meses que recuou para 2,86%. Na desagregação do índice, observa-se que dos nove grupos que compõem o IPCA, apenas três deles – habitação (5,2%), saúde (6,4%) e educação (7,0%) – apresentam, em 12 meses, variações acima da meta de 4,5%. Em contrapartida, o grupo alimentos e bebidas e artigos de residência são os que mostram melhores desempenhos, com deflações de 1,5% e 1,3%, respectivamente.
Essa trajetória favorável dos alimentos é a principal responsável pela desaceleração mais acentuada da inflação das famílias mais pobres em relação ao segmento mais rico da população, de acordo, segundo o Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda.