Setor externo

Por Marcelo José Braga Nonnenberg

As variações recentes da taxa de câmbio ilustram a importância de se atentar para o desempenho das taxas efetivas reais para analisar o comportamento dos fluxos de comércio exterior. Entre setembro deste ano e setembro do ano passado, enquanto os indicadores Ipea de taxa efetiva real de câmbio (TERC) ponderados pelas exportações tiveram valorização de cerca de 3,2%, a taxa nominal real/dólar se desvalorizou em apenas 0,1%. Quando se examinam as taxas efetivas reais ponderadas pelas importações totais, verifica-se uma valorização um pouco maior, de cerca de 3,7%. Já entre setembro do ano passado e setembro de 2017, enquanto a taxa real/dólar desvalorizou-se 31%, a TERC ponderada pelas exportações e deflacionada pelo Índice de Preços por Atacado (IPA) teve desvalorização de apenas 15,6%.

As exportações em outubro alcançaram US$ 18,2 bilhões, enquanto as importações foram de US$ 17,0 bilhões, um superavit de US$ 1,2 bilhão. No acumulado do ano, o saldo é de US$ 164,3 bilhões, uma queda de 27,4% em relação ao mesmo período do ano passado. Em termos de médias diárias dessazonalizadas, o superávit comercial continua apresentando uma tendência e queda desde maio deste ano. Esse resultado se deve, especialmente, à tendência de queda das exportações. Com a atividade econômica se recuperando, é possível esperar que, dentro e alguns meses, a tendência de alta das importações, iniciada em meados deste ano, acentue se e que, por conseguinte, a balança comercial volte a ter resultados negativos. Examinando-se por produtos com base na Classificação Internacional Normalizada Industrial de Todas as Atividades Econômicas (International Standard Industrial Classification of All Economic Activities – ISIC), no acumulado do ano, verifica-se que a queda das exportações vem sendo disseminada, atingindo praticamente todos eles. E, pelo lado das importações, também a grande maioria dos produtos vem mostrando queda.

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