Por Marcelo José Braga Nonnenberg
As taxas efetivas reais de câmbio (TERCs), tanto baseadas nas exportações quanto nas importações, quando deflacionadas pelo Índice de Preços por Atacado (IPA), experimentaram uma valorização nos doze meses encerrados em dezembro. No entanto, quando o deflator utilizado é o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), observa-se uma desvalorização, porém inferior à registrada pela taxa nominal real/dólar.
As exportações, em janeiro, atingiram US$ 14,430 bilhões e as importações, US$ 16,175 bilhões, gerando um deficit de US$ 1,745 bilhão, o primeiro resultado negativo desde fevereiro de 2015. Em doze meses, as exportações totalizaram US$ 220,4 bilhões e as importações, US$ 177,1 bilhões, ainda um resultado superavitário. Os dados recentes apontam para uma perda de dinamismo das exportações brasileiras de dimensão semelhante à que se observou em 2014 e 2015, quando se registrou, pela última vez, deficit na balança comercial. Note-se que, em 2015, o saldo comercial se recuperou rapidamente em razão de uma queda ainda mais acentuada das importações, provocada pela recessão. Atualmente, o que se observa é uma retomada da atividade econômica, que deverá continuar a impulsionar positivamente as importações.