Por Maria Andreia Parente Lameiras, Marco Antônio F. de H. Cavalcanti e Lauro Ramos
De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Covid-19, a taxa de desocupação foi de 14,1% na semana de 6 a 12 de setembro, atingindo 13,9% na primeira quinzena do mês e continuando o processo de elevação em relação aos meses anteriores (10,7% em maio, 12,4% em junho, 13,1% em julho e 13,6% em agosto).
A elevação da taxa de desocupação na primeira metade de setembro deveu-se ao aumento da taxa de participação na força de trabalho, que passou de 55,8% na média de agosto para 56,2% em setembro. O aumento do número de pessoas procurando trabalho mais do que compensou a variação também positiva do número de ocupados, que passou de 82,2 milhões em agosto para 82,5 milhões em setembro. O nível da ocupação apresentou leve alta entre agosto (48,2%) e as primeiras duas semanas de setembro (48,4%).
Na medida em que a evolução da pandemia permita a continuidade dos processos de flexibilização das restrições às atividades socioeconômicas e de recuperação do nível de atividade, e tendo em vista também a redução do valor do auxílio emergencial nos próximos meses, espera-se que o nível de participação na força de trabalho aumente até o final do ano. O nível de ocupação também deverá aumentar, mas é razoável esperar que, conforme ocorrido até agora, não em um ritmo forte o suficiente para impedir que a taxa de desocupação continue a elevar-se.
A taxa de informalidade tem apresentado leve tendência de alta desde julho, quando foi de 33,6%, tendo atingido 33,9% em agosto e 34,4% nas primeiras duas semanas de setembro – o que indica que a retomada do nível de ocupação tem sido mais forte para os empregos informais.