Por Leonardo Mello de Carvalho
O resultado do PIB no primeiro trimestre refletiu um comportamento heterogêneo entre os indicadores de atividades setoriais com periodicidade mensal. Com base nos dados da PIM-PF, a indústria segue enfrentando o cenário mais adverso, tendo acumulado uma queda de 0,4% nos primeiros cinco meses do ano. Em boa parte desse período, sua produção manteve um ritmo modesto de crescimento, com alguma aceleração em maio, conforme pode ser visto na comparação dessazonalizada em médias móveis. O resultado em maio deixa, um carry-over de 0,3% para o segundo trimestre. Já o comércio varejista (conceito ampliado), de acordo com a PMC, registrou um desempenho mais positivo, acumulando, em termos anuais, um crescimento de 3,3% no primeiro quadrimestre de 2023. Sua trajetória em médias móveis, na comparação com ajuste sazonal, registrou a terceira aceleração consecutiva em abril, mesmo com alguma acomodação neste período. Com isso, o carry-over para o segundo trimestre ficou em 1,4%. Por fim, segundo a PMS, a receita real de serviços acumulou nos primeiros quatro meses de 2023 um crescimento de 4,8% em relação ao mesmo período do ano passado. Sua trajetória em médias móveis na margem, contudo, foi negativamente influenciada pelo forte crescimento em dezembro de 2022, gerando uma alta base de comparação nos resultados de março e abril. Permanecendo estável nos dois próximos períodos, o setor encerraria o segundo trimestre com queda de 0,5%. A trajetória de aceleração ao longo dos últimos três meses também pode ser verificada no comportamento dos indicadores que buscam sumariar a atividade econômica brasileira.