Por Maria Andreia Parente Lameiras, Leo Veríssimo Fernandes e Gabriela Carolina Rezende Padilha
Ao longo dos últimos meses, o mercado de trabalho brasileiro apresenta uma dinâmica marcada por sinais de resiliência, mas também por indícios de desaceleração, sugerindo que o arrefecimento do nível de atividade no quarto trimestre de 2024 já esteja impactando o ritmo de criação de novas vagas de emprego. Em janeiro, a taxa de desocupação obtida por meio da mensalização dos dados da PNAD Contínua ficou em 7,1%, recuando 0,9 p.p. na comparação com o mesmo período de 2024. Já na série livre de efeitos sazonais, a taxa apurada de 6,6%, em janeiro, mostra uma pequena aceleração em relação a dezembro (6,3%), mesmo diante de uma retração da taxa de participação, que recuou de 62,4% para 61,9% no mesmo período.
Nota-se que esta queda da taxa de participação retrata um movimento de perda de dinamismo da força de trabalho, que vem contribuindo para manter a taxa de desocupação em níveis historicamente baixos. No último trimestre móvel, encerrado em janeiro, na média, a força de trabalho avançou 1,2%, ao passo que, no trimestre imediatamente anterior, o ritmo de crescimento observado foi de 1,8%. Adicionalmente, chama a atenção o aumento da parcela de indivíduos fora da força de trabalho que, mesmo diante de oportunidades, não manifestam interesse em retornar à atividade – um percentual que saltou de 85,4% para 86,1% no último ano.