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Estimativa preliminar do resultado primário do governo central em setembro de 2024

Por Sergio Ferreira

De acordo com dados da execução orçamentária, registrados no Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi) do governo federal, obtidos por meio do Tesouro Gerencial, os quais fornecem boa aproximação com os dados oficiais relativos ao resultado primário que será divulgado posteriormente pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN), setembro de 2024 apresentou um déficit primário de R$ 5,4 bilhões nas contas do governo central. Conforme mostra a tabela 1, a receita líquida do governo central atingiu R$ 161,9 bilhões nesse mês, um decrescimento de 8,9% em termos reais, comparativamente ao apurado em setembro de 2023, ao passo que a despesa totalizou R$ 167,3 bilhões, um acréscimo de 1,0% na mesma base de comparação. No acumulado no ano, o resultado primário apresenta um déficit de R$ 105,2 bilhões, a preços constantes de setembro, ante o déficit de R$ 97,7 bilhões no mesmo período de 2023.

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Panorama Fiscal: evolução recente e perspectivas

Por Marco A. F. H. Cavalcanti, Sergio Fonseca Ferreira, Felipe dos Santos Martins e Wellington Charles L. Nobrega

No acumulado de 2024 até agosto, o resultado primário do governo central apresen­tou números um pouco melhores do que o observado no ano passado, com déficit de R$ 99,4 bilhões, contra um déficit de R$ 109,3 bilhões registrado no mesmo período de 2023 – ambos a preços de agosto/2024. A receita primária no acumulado do ano foi de R$ 1.741,6 bilhões a preços de agosto, registrando crescimento real de 8,7% em relação a 2023, com destaque para o crescimento da arrecadação do imposto sobre importação – II (25,5%), do imposto sobre produtos industrializados – IPI (36,9%), da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – Cofins (21,4%) e do PIS/Pasep (22,4%). A arrecadação total das receitas administradas, em percentual do PIB no acumulado em 12 meses, ultrapassou o patamar máximo observado nos anos recentes (14,0% do PIB em julho de 2022), tendo atingido 14,1% do PIB em agosto de 2024. No que tange à despesa primária acumulada no ano, houve aumento real de 7,1% em relação ao mesmo período de 2023. Esse au­mento foi explicado, em grande medida, pelo pagamento antecipado de precatórios no início de 2024, com elevação real da ordem de R$ 12,9 bilhões (66,4%), pelo pagamento de despesas com créditos extraordinários, abertos em sua maior parte para o enfrentamento da calamidade pública no Estado do Rio Grande do Sul, com aumento real de R$ 11,1 bilhões (846,7%), e pelas despesas sujeitas à programação financeira (obrigatórias e discricionárias) que também apresentaram crescimento real de R$ 31,2 bilhões (9,7%).

Para 2024, o Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias da União do quarto bimestre projeta déficit primário de R$ 68,8 bilhões. Considerando-se as despesas não computadas no resultado primário para fins de cumprimento da meta estabelecida na LDO (Calamidade Pública RS, Emergência Climática e Acórdão 1103/2024-TCU), no montante de R$ 40,5 bilhões, o resultado primário projetado ficaria deficitário em R$ 28,3 bilhões, dentro do intervalo de tolerância estabelecido na LDO. Esse resultado depende crucialmente da efetivação da expectativa de au­mento das receitas não administradas no ano, principalmente receitas extraordiná­rias, no valor de R$ 30,1 bilhões.

Para 2025, o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) projeta que a receita pri­mária líquida deverá atingir 19% do PIB em 2025, com aumento de 0,3 p.p. em relação ao valor estimado para 2024 na 4ª avaliação bimestral das receitas e despesas. A despesa primária no PLOA/25 foi calculada em 19,3% do PIB, próxima do valor esperado para 2024 e abaixo do valor registrado em 2023 (19,6% do PIB).

As expectativas de mercado para 2024 projetam um déficit primário próximo ao indicado no RARDP do quarto bimestre de 2024. Para 2025, contudo, há divergência significativa entre as projeções de mercado, que apontam déficit da ordem de R$ 93 bilhões, ou 0,74% do PIB, e a estimativa do PLOA 2025, com déficit de R4 40,4 bilhões, ou 0,3% do PIB.

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Índice de Custo da Tecnologia da Informação (ICTI): agosto de 2024

Por Maria Andreia Parente Lameiras

O Índice de Custo da Tecnologia da Informação (ICTI), calculado Ipea, apresentou taxa de variação de 0,53% em agosto de 2024, situando-se 0,09 ponto percentual (p.p.) abaixo da taxa registrada no mês anterior. Na comparação com o mesmo mês de 2023, a variação foi 0,6 p.p. maior. Com a incorporação desse resultado, o ICTI acumula uma variação de 6,11% nos últimos doze meses.

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Dados Xls



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Visão Geral da Conjuntura

Por Claudio Roberto Amitrano, Mônica Mora Y Araujo e Claudio Hamilton Matos dos Santos

O resultado registrado pelo produto interno bruto (PIB) no segundo trimestre de 2024, com avanço de 1,4% em relação ao primeiro trimestre de 2024 (isto é, na margem) e de 3,3% em relação ao segundo trimestre de 2023 (isto é, na comparação interanual), se mostrou significativamente maior do que havíamos previsto na última Visão Geral da Conjuntura (Nota de Conjuntura no 27 da Carta de Conjuntura no 63). Os dados surpreenderam também as expectativas do mercado, cuja mediana mostra­va um avanço esperado de 0,9% na margem.

Se é verdade que as previsões do Grupo de Conjuntura para o PIB do segundo trimestre – 0,50% de crescimento na margem (contra 1,45% verificado na prática) e 1,30% de crescimento interanual (contra 3,30% verificado na prática) – se mostraram inferiores aos valores efetivamente realizados, também é justo notar que os erros foram relativos ao ritmo de crescimento na margem, não ao padrão de crescimento da economia propriamente dito.

Com efeito, há um conjunto de vetores atuando na economia de forma bastante clara no momento. O primeiro deles é a redução das exportações líquidas, com as importações crescendo mais rapidamente do que as expor­tações após um 2023 atípico por conta de recordes na produção agropecuária e extrativa mineral. O segundo deles é o crescimento da massa salarial ampliada – puxada por um mercado de trabalho aquecido e por aumentos nos gastos com benefícios de previdência e assistência social pagos pelo governo – com rebatimentos sobre o desempenho do consumo das famílias. O terceiro é o baixo dinamismo na margem da produção agropecuária, após um 2023 de produção recorde e problemas climáticos. O quarto é o dinamismo do consumo das admi­nistrações públicas, puxado pelos gastos de estados e, principalmente, municípios respondendo ao aumento da tributação, seja por meio de repasses da União ou pelo crescimento do ICMS e do ISS. Menos pronunciada, ainda, mas igualmente importante – notadamente na margem – é a tendência de recuperação da FBCF em 2024 após desempenho decepcionante no biênio 2022-2023. Embora nenhum dos referidos vetores esteja imune a choques negativos em um trimestre ou outro, tomados em conjunto, eles deixavam claro já em junho, tanto para o Grupo de Conjuntura do Ipea quanto para a maior parte dos analistas, que a economia deveria crescer significativamente em 2024, puxada pela demanda interna, e a despeito das notícias negativas vindas do Sul.

Os dados do segundo trimestre reforçaram essa percepção, mostrando que o ritmo de crescimento da economia era ainda mais rápido do que o que se notava à época. À luz dos referidos dados não faz mais sentido, portanto, supor que a economia crescerá 2,20% em 2024, de modo que o Grupo de Conjuntura do Ipea optou por rever a previsão do crescimento do PIB em 2024 para 3,30%, mesmo com o anúncio pelo Copom do Banco Central do Brasil (BCB) do aumento da taxa Selic para 10,75% no dia 18 de setembro deste ano. Há vários motivos para tanto, mas talvez o principal seja o fato de o que já sabemos sobre o que ocorreu no terceiro trimestre nos levar a crer que a economia continuou crescendo na margem no período, mesmo após dois trimestres bastante vibrantes. Ademais, com as decisões recentes tomadas pelo Federal Reserve e pelo BCB, as incertezas que ainda pairam sobre 2024 foram consideravelmente reduzidas. Embora o novo ciclo de alta da taxa de juros recém-i­niciado no Brasil tenha efeitos contracionistas claros, há bons motivos para achar que possa ser curto, servindo principalmente para alinhar as expectativas. Neste cenário, a perspectiva de crescente diferencial de juros prati­cados no Brasil e nos Estados Unidos acalmaria o mercado de câmbio, aliviando com isso pressões inflacionárias, e a economia desaqueceria para o patamar de 2,40% de crescimento anual ao longo de 2025. Ademais, a piora das condições climáticas e as expectativas de reversão da queda da inflação de serviços verificada ao longo de 2023 e do primeiro semestre deste ano levaram o grupo a aumentar a expectativa de inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 2024 para 4,40%, número esse que, no cenário de referência supracitado, cairia para 3,90% em 2025.

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Indicador Ipea de consumo aparente de bens industriais – julho de 2024

Por Leonardo Mello de Carvalho

O Indicador Ipea Mensal de Consumo Aparente de Bens Industriais registrou queda de 4,0% na comparação entre julho e junho na série com ajuste sazonal. O indicador é uma proxy da demanda interna por bens industriais – definido como a parcela da produção industrial doméstica destinada ao mercado interno, acrescida das importações. Esse resultado ocorreu em razão dos recuos de 2,9% da produção interna destinada ao mercado nacional (bens nacionais) e de 13,4% das importações de bens industriais, conforme mostra a tabela 1.

A queda em julho devolveu parte do forte avanço registrado no período anterior na série dessazonalizada. Com isso, o trimestre móvel encerrado neste mês cresceu 2,8% na margem. Na comparação interanual, enquanto o indicador mensal subiu 10,0% em relação a julho de 2023, o indicador em médias móveis trimestrais aumentou 6,3%. No acumulado em doze meses, a demanda por bens industriais registrou alta de 2,1%, aproximando-se da elevação de 2,2% apontada pela Pesquisa Industrial Mensal de Produção Física do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (PIM-PF/IBGE), como visto no gráfico 1.

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Dados Xls



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Desempenho recente do mercado de trabalho

Por Maria Andreia Parente Lameiras, Leo Veríssimo Fernandes, Gabriela Carolina Rezende Padilha

Ao longo do último trimestre, em consonância com um ritmo de expansão mais forte da atividade econômica, os principais indicadores de emprego no país sinalizam forte dinamismo no mercado de trabalho brasileiro, caracterizado, entre outros aspectos, por novas quedas da desocupação e aumentos de rendimentos reais. Se, por um lado, o crescimento dos salários é uma consequência benigna e esperada da trajetória de crescimento da ocupação em ritmo superior ao observado na força de trabalho verificada no último ano, de outro ele tende a impactar o nível de preços e pode retardar o processo de desinflação da economia brasileira. Em julho, as estatísticas mensalizadas da PNAD Contínua revelam que a taxa de desocupação ficou em 6,5%, recuando 1,1 ponto percentual (p.p.) na comparação com o observado no mesmo período de 2023, mantendo-se, por conseguinte, em patamares historicamente baixos.

Nota-se, ainda, que, embora nos últimos meses grande parte da queda da desocupação seja decorrente da criação de novos postos de trabalho, o crescimento mais modesto da força de trabalho também ajuda a explicar este quadro de desemprego reduzido. De fato, em julho, a população ocupada, medida pelo IBGE, era composta por 102 milhões de trabalhadores, o que corresponde a um aumento de 2,3% na comparação interanual. Já a expansão da força de trabalho se deu de modo menos intenso, com alta de 1,2%.

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Dados Xls



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Indicador Ipea mensal de FBCF – resultado de julho de 2024

Por Leonardo Mello de Carvalho

O Indicador Ipea de Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), que agrega os investimentos em máquinas e equipamentos, na construção civil e em outros ativos fixos, registrou recuo de 3,0% na comparação entre julho e junho na série com ajuste sazonal. Com isso, o trimestre móvel encerrado em julho teve expansão de 1,3% na comparação dessazonalizada. Nas comparações com os mesmos períodos de 2023, o indicador mensal apresentou altas de 10,5%, em julho, e de 5,7%, no trimestre móvel. No acumulado em doze meses, por sua vez, os investimentos totais registraram crescimento de 0,4%.

Na comparação com ajuste sazonal, os investimentos em máquinas e equipamentos – medidos segundo o conceito de consumo aparente, que corresponde à produção nacional destinada ao mercado interno acrescida das importações – apresentaram queda de 7,0% em julho, encerrando o trimestre móvel com crescimento de 4,9%. Quanto a seus componentes, enquanto a produção nacional recuou 11,0%, as importações registraram queda de 7,8% em julho. Já na comparação em médias móveis, tanto a produção nacional quanto as importações cresceram, com altas de 3,1% e 2,6%, respectivamente. No acumulado em doze meses, o consumo aparente (ou a demanda interna) de máquinas e equipamentos teve expansão de 0,9%.

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Dados Xls



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Indicador Ipea mensal de FBCF – resultado de junho de 2024

Por Leonardo Mello de Carvalho

O Indicador Ipea de Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), que agrega os investimentos em máquinas e equipamentos, na construção civil e em outros ativos fixos, registra uma alta de 9,6% na comparação entre junho e maio na série com ajuste sazonal. O resultado mais que compensou a retração ocorrida no período anterior. Com isso, o trimestre móvel encerrado em junho registrou expansão de 2,1% na comparação dessazonalizada – resultado já ajustado de acordo com as contas nacionais trimestrais, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Vale notar que o indicador se situa 11,8% abaixo do máximo atingido na série, verificado em abril de 2013. Nas comparações com os mesmos períodos de 2023, o indicador mensal apresentou crescimento de 7,3% em junho, e alta de 5,7% no trimestre móvel. No acumulado em doze meses, por sua vez, os investimentos totais ainda apresentaram uma retração de 0,9%.

Na comparação com ajuste sazonal, os investimentos em máquinas e equipamentos – medidos segundo o conceito de consumo aparente, que corresponde à produção nacional destinada ao mercado interno acrescida das importações – apresentaram um avanço de 14,0% em junho, encerrando o trimestre móvel com alta de 8,0%. Quanto a seus componentes, tanto a produção nacional quanto as importações registraram avanço em junho, com altas de 11,1% e 20,6%, respectivamente. Já na comparação em médias móveis, enquanto a produção nacional cresceu 7,5%, as importações aumentaram 4,7%. No acumulado em doze meses, o consumo aparente (ou a demanda interna) de máquinas e equipamentos registrou uma retração de 1,7%.

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Dados Xls



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Índice de Custo da Tecnologia da Informação (ICTI): julho de 2024

Por Maria Andreia Parente Lameiras

O Índice de Custo da Tecnologia da Informação (ICTI), calculado pelo Ipea, apresentou taxa de variação de 0,64% em julho de 2024, situando-se 0,04 ponto percentual (p.p.) abaixo da taxa registrada no mês anterior. Na comparação com o mesmo mês de 2023, a variação foi 0,67 p.p. maior. Com a incorporação desse resultado, o ICTI acumula variação de 5,47% nos últimos doze meses.

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Indicador Ipea de consumo aparente de bens industriais – junho de 2024

Por Leonardo Mello de Carvalho

O Indicador Ipea Mensal de Consumo Aparente de Bens Industriais registrou crescimento de 8,1% na comparação entre junho e maio na série com ajuste sazonal. O indicador é uma proxy da demanda interna por bens industriais – definido como a parcela da produção industrial doméstica destinada ao mercado interno, acrescida das importações. Esse resultado ocorreu em razão das altas de 5,4% da produção interna destinada ao mercado nacional (bens nacionais) e de 20,8% das importações de bens industriais, conforme mostra a tabela 1.

O forte avanço em junho sucedeu duas variações negativas na série dessazonalizada. Com isso, o trimestre móvel encerrado neste mês cresceu 2,6% na margem. Na comparação interanual, enquanto o indicador mensal subiu 7,0% em relação a junho de 2023, o indicador em médias móveis trimestrais aumentou 5,2%. No acumulado em doze meses, a demanda por bens industriais registrou alta de 0,7%, contrastando com a elevação de 1,5% apontada pela Pesquisa Industrial Mensal de Produção Física do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (PIM-PF/IBGE), como visto no gráfico 1.

 

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