Todos os posts de Luiz Filipe Soares da Silva

Indicadores mensais de indústria, comércio e serviços

Por Leonardo Mello de Carvalho

O crescimento do PIB na passagem entre o quarto trimestre de 2023 e o primeiro de 2024 confirmou a aceleração no ritmo de expansão da atividade econômica no período, conforme já antecipado pelos indicadores setoriais com periodicidade mensal. Em linhas gerais, o cenário se manteve nos primeiros meses do segundo trimestre, com alguma incerteza devido aos efeitos do desastre climático no Sul. Todos os principais indicadores analisados registraram crescimento na comparação interanual em abril, resultado que também ocorreu no acumulado do primeiro quadrimestre. A análise em médias móveis trimestrais, todavia, aponta alguma heterogeneidade no ritmo de crescimento dessazonalizado ao longo do ano. A produção industrial, segundo a PIM-PF, após avançar a uma taxa média de 1,1% no primeiro bimestre, registrou acentuada desaceleração nos dois meses seguintes (0,2%). O resultado até o mês de abril deixa um carry-over também de 0,2% para o segundo trimestre.

Já o comércio varejista (conceito ampliado), de acordo com a PMC, apresentou forte aceleração nas taxas de crescimento em média móvel ao longo do primeiro trimestre, e pequena perda de fôlego em abril. Com isso, o carry-over para o segundo trimestre ficou negativo em 0,8%. O varejo restrito, mais influenciado pela renda, registrou trajetória de aceleração em todo o quadrimestre, acumulando uma alta de 4,3% na margem no ano. Por fim, segundo a PMS, a receita real de serviços apresentou um ritmo regular de crescimento ao longo dos primeiros quatro meses de 2024, com alguma desaceleração na média móvel de abril. Com isso, o setor inicia o segundo trimestre com um carry-over de 0,7%.

O comportamento dos indicadores que buscam sumariar a atividade econômica brasileira apresentou resultado similar no primeiro quadrimestre. Tanto o Monitor do PIB, da FGV, quanto o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) registraram um ritmo de crescimento bastante regular no primeiro quadrimestre, com pequena desaceleração no mês de abril. Ainda em termos agregados, o indicador de difusão calculado pelo Ipea se manteve em um nível acima de sua média histórica, situada em 51,5%. Em abril, 58,3% dos segmentos utilizados registraram variação positiva, em comparação com 59,1% no período anterior. Com base na análise em médias móveis de três meses, o indicador de difusão atingiu 57,4% em abril, resultado que representou o segundo aumento consecutivo na margem (gráfico 1).

240701_cc_63_nota_26_grafico

Acesse o texto completo



------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Análise e projeções de inflação

Por Maria Andréia P. Lameiras e Marcelo Lima de Moraes

Ao longo do último trimestre, os dados de inflação ao consumidor mostram que, apesar do aumento mais expressivo dos preços na margem, o processo de desinflação na economia brasileira segue em curso. Em maio, após sete quedas consecutivas, a inflação acumulada em doze meses, medida pelo IPCA, voltou a acelerar, registrando taxa de 3,93%, repercutindo, especialmente, uma alta mais forte dos alimentos no domicílio. Deve-se ressaltar, no entanto, que metade da inflação de 0,66% da alimentação no domicílio apontada no IPCA em maio deve-se ao aumento de 3,6% dos alimentos registrado em Porto Alegre.

Dessa forma, embora nos próximos meses se verifique uma aceleração da inflação ao consumidor em doze meses, a perspectiva de uma alta de preços em 2024 abaixo da registrada em 2023 ainda se mantém.

240628_cc_63_notas_25_tabela_1

240628_cc_63_notas_25_tabela_2

Acesse o texto completo



------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Desempenho recente do mercado de trabalho

Por Maria Andréia Parente Lameiras, Leo Veríssimo Fernandes e Gabriela Carolina Rezende Padilha

Os dados mais recentes indicam que, em consonância com o bom desempenho da atividade econômica, o mercado de trabalho brasileiro continuou a surpreender positivamente ao longo do último trimestre, consolidando um cenário marcado por novas desacelerações da taxa de desocupação, mesmo diante de um movimento de retomada mais forte da força de trabalho. De acordo com a PNAD Contínua, em abril, a taxa de desocupação ficou em 6,8%, recuando 1,2 ponto percentual (p.p.) na comparação com o observado no mesmo período de 2023. Já em termos dessazonalizados, a taxa de desocupação de 6,9%, apurada em abril, é a menor já registrada desde setembro de 2024.

Nota-se, também, como desejável, que o recuo da desocupação nos últimos meses é decorrente de uma aceleração ainda mais forte no ritmo de criação de empregos no país. Por certo, após registar uma taxa de crescimento interanual da ordem de 2,0% no trimestre móvel, encerrado em janeiro, a população ocupada registrou taxa de expansão de 2,8% no trimestre móvel finalizado em abril. Desta forma, após a mensalização do último trimestre, observa-se que, em abril, o contingente dessazonalizado de ocupados na economia chegou a 102,1 milhões de trabalhadores, o que corresponde ao maior valor já estimado pelo IBGE.

240621_cc_63_nota_23_grafico

Acesse o texto completo



------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Indicador Ipea mensal de FBCF – resultado de abril de 2024

Leonardo Mello de Carvalho

O Indicador Ipea de Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), que agrega os investimentos em máquinas e equipamentos, na construção civil e em outros ativos fixos, registrou avanço de 0,5% na comparação entre abril e março na série com ajuste sazonal. Com isso, o trimestre móvel encerrado em abril registrou expansão de 4,5% na comparação dessazonalizada.

Nas comparações com os mesmos períodos de 2023, o indicador mensal apresentou altas de 16,1%, em abril, e 6,3%, no trimestre móvel. No acumulado em doze meses, por sua vez, os investimentos totais ainda apresentaram retração de 1,2%.

240618_cc_63_nota_23_tabela

240618_cc_63_nota_23_grafico

Acesse o texto completo

Dados Xls

 



------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Estimativa preliminar do resultado primário do governo central em maio de 2024

Por Sergio Ferreira e Felipe Martins

De acordo com dados da execução orçamentária, registrados no Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi), do governo federal, obtidos por meio do Tesouro Gerencial, os quais fornecem boa aproximação com os dados oficiais relativos ao resultado primário que será divulgado posteriormente pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN), maio de 2024 apresentou um déficit primário de R$ 59 bilhões nas contas do governo central. A receita líquida do governo central atingiu R$ 166,1 bilhões nesse mês, um crescimento de 10,0% em termos reais, comparativamente a maio de 2023, ao passo que a despesa totalizou R$ 225,1 bilhões, um acréscimo de 13,8% na mesma base de comparação. No acumulado do ano, o resultado primário apresentou um déficit de R$ 27,5 bilhões, a preços constantes de maio, ante o superávit de R$ 3,2 bilhões no mesmo período de 2023.

230612_cc_63_nota_20_tabela

Acesse o texto completo



------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Indicador Ipea mensal de FBCF – resultado de março de 2024

Por Leonardo Mello de Carvalho

O Indicador Ipea de Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), que agrega os investimentos em máquinas e equipamentos, na construção civil e em outros ativos fixos, registra uma alta de 4,0% na comparação entre março e fevereiro na série com ajuste sazonal. O resultado representou o maior crescimento desde março de 2023. Com isso, o trimestre móvel encerrado em março registrou expansão de 4,1% na comparação dessazonalizada – resultado já ajustado de acordo com as contas nacionais trimestrais, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Vale notar que o indicador se situa 14,6% abaixo do máximo atingido na série, verificado em abril de 2013. Nas comparações com os mesmos períodos de 2023, o indicador mensal apresentou queda de 2,5% em março, e alta de 2,7% no trimestre móvel. No acumulado em doze meses, por sua vez, os investimentos totais apresentaram uma retração de 2,7% em março.

            Na comparação com ajuste sazonal, os investimentos em máquinas e equipamentos medidos segundo o conceito de consumo aparente, que corresponde à produção nacional destinada ao mercado interno acrescida das importações – apresentaram um avanço de 9,0% em março, encerrando o trimestre móvel com alta de 6,8%. Quanto a seus componentes, tanto a produção nacional quanto as importações registraram avanço em março, com altas de 2,8% e 15,7%, respectivamente. Já na comparação em médias móveis, enquanto a produção nacional cresceu 9,2%, as importações aumentaram 16,2%. No acumulado em doze meses, o consumo aparente (ou a demanda interna) de máquinas e equipamentos registrou uma retração de 7,6%.

240607_cc_63_nota_19_tabela

240607_cc_63_nota_19_grafico

Acesse o texto completo

Dados Xls



------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Retrato dos rendimentos do trabalho – resultados da PNAD Contínua do primeiro trimestre de 2024

Por Sandro Sacchet de Carvalho

Os dados dos rendimentos do trabalho do primeiro trimestre de 2024 apresentaram uma nova elevação em relação ao trimestre anterior, consolidando o aumento da renda no segundo semestre de 2023, após relativa estabilidade ao longo do primeiro. O crescimento interanual da renda habitual média foi de 4,0%. Estimativas mensais mostram que o rendimento habitual médio real em abril de 2024 (R$ 3.222,00) foi 3,1% maior que o observado no mês anterior (R$ 3.124,00) e 6,8% superior ao valor de abril do ano anterior, além de 2,6% maior que o valor registrado em dezembro de 2023 (R$ 3.141,00).

Por grupos demográficos, os maiores aumentos na renda na comparação com o mesmo período de 2023 foram registrados na região Norte, entre os trabalhadores adultos (40 a 59 anos) e com ensino médio completo. Apenas trabalhadores com ensino fundamental incompleto ou escolaridade inferior apresentaram fraco aumento na renda. O crescimento foi menor para os que habitam no Nordeste, entre os jovens (14 a 24 anos) e os chefes de família.

Na análise por tipo de vínculo, foram os trabalhadores por conta própria que apresentaram o maior crescimento interanual da renda, com aumento de 6,9%, retomando os elevados crescimentos da renda após aumento de apenas 1,0% da renda no trimestre anterior. Por sua vez, os trabalhadores do setor público mostraram crescimento de 4,9%, e os empregados sem carteira assinada, de 4,4%. Os empregados com carteira assinada apresentaram crescimento de 3,0%.

​Por setor, no primeiro trimestre de 2024, menores aumentos da renda ocorreram nos setores de agricultura, construção e serviços profissionais, com elevação interanual da renda habitual de 0,5%, 0,8% e 0,9%, respectivamente. Já os trabalhadores da indústria, transporte e serviços pessoais e coletivos mostraram um crescimento superior a 6,0%.

Após o pico de desigualdade causado pela pandemia, o índice de Gini se reduziu continuamente até o primeiro trimestre de 2022. No entanto, o segundo trimestre de 2022 apresentou reversão da queda da desigualdade da renda observada, que continuou no terceiro trimestre, tendo o índice da renda domiciliar se mantido relativamente estável desde então. No primeiro trimestre de 2024, o índice de Gini da renda domiciliar caiu para 0,520. Já o índice de Gini da renda individual recuou de 0,495 para 0,490 entre o quarto trimestre de 2023 e o primeiro trimestre de 2024.​

Acesse o texto completo



------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Desempenho do PIB no primeiro trimestre de 2024

Por Leonardo Mello de Carvalho e Claudio Hamilton Matos dos Santos

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o produto interno bruto (PIB) avançou 0,8% no primeiro trimestre de 2024, na comparação com o período imediatamente anterior, já livre de efeitos sazonais, sucedendo dois trimestres de crescimento virtualmente nulo. Na comparação interanual, o resultado também foi positivo, com alta de 2,5% sobre o primeiro trimestre de 2023. Com isso, o PIB registrou a mesma taxa de crescimento na comparação acumulada em quatro trimestres. Os resultados vieram de acordo com a previsão divulgada na Nota de Conjuntura no 62 em março deste ano, quando prevíamos 2,3% na comparação interanual, com avanço de 0,6% na margem. Na ocasião, nosso cenário subjacente presumia uma economia caracterizada por um mercado de trabalho ainda apertado, o que, somado às políticas de sustentação de renda do governo, teria como consequência um efeito estimulador sobre o consumo de bens de serviços. Além disso, os indicadores à época apontavam para uma recuperação dos investimentos e da indústria de transformação, ambos favorecidos pelo processo de ajustamento de estoques e por um nível de utilização de capacidade rodando acima da média histórica. Por fim, este cenário também previa um crescimento mais robusto das importações, de modo que as exportações líquidas dificilmente puxariam a economia tanto quanto no ano passado, marcado por desempenho excepcional das exportações.

Entre os setores produtivos, o resultado do primeiro trimestre traz como destaques o bom desempenho do setor de serviços e da indústria de transformação. Vale menção também para o PIB da agropecuária que, embora tenha recuado na comparação interanual, apresentou forte aceleração sobre o último trimestre do ano passado. Pelo lado da demanda, o consumo das famílias voltou a acelerar, se recuperando da queda na margem observada no período anterior. O resultado reflete um mercado de trabalho ainda aquecido, com dinamismo tanto na criação de vagas quanto nos rendimentos. O PIB do primeiro trimestre também apresentou uma melhora na sua composição, caracterizada por uma forte recuperação da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF). Este resultado veio acompanhado de uma redução das exportações líquidas, explicada em grande medida pelo crescimento das importações. Com isso, o carry-over para 2024 ficou em 1,2% –, ou seja, caso permaneça estagnado ao longo dos próximos três trimestres, o PIB fechará o ano crescendo a essa taxa.

240606_cc_63_nota_17_grafico

Acesse o texto completo

 



------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Índice de Custo da Tecnologia da Informação (ICTI)- abril de 2024

Por Maria Andreia Parente Lameiras

O Índice de Custo da Tecnologia da Informação (ICTI), calculado pelo Ipea, apresentou taxa de variação de 0,62% em abril de 2024, situando-se 0,32 ponto percentual (p.p.) acima da taxa registrada no mês anterior. Na comparação com o mesmo mês de 2023, a variação foi 0,69 p.p. maior. Com a incorporação desse resultado, o ICTI acumula uma variação de 2,62% nos últimos doze meses.

240606_cc_63_nota_16_tabela_1

240606_cc_63_nota_16_tabela_2

Acesse o  texto completo

Dados Xls

 



------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Perspectivas e riscos para as exportações brasileiras

Por Fernando J. Ribeiro

“As exportações brasileiras vêm tendo um desempenho excepcional nos últimos anos. Do final de 2020 até o início de 2024 elas acumularam um crescimento de 65% e, em que pese o fato de que parte deste crescimento representou a recuperação das perdas registradas em função da pandemia de Covid-19, o valor atual das exportações, de US$ 347 bilhões no acumulado de 12 meses até fevereiro, é cerca de 50% superior ao de 2019, representando um recorde histórico. É preciso, contudo, ter uma perspectiva bem cautelosa quanto ao desempenho futuro das exportações, em função de alguns fatores que podem limitar sua expansão nos próximos anos. Esta nota se dedica a explorar, de forma breve e concisa, quais são esses fatores e de que forma eles representam risco para o desempenho exportador no futuro.”

Acesse o texto completo



------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------