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Boletim de expectativas

Estêvão Kopschitz Xavier Bastos

Este boletim apresenta uma compilação de expectativas para diversas variáveis econômicas, coletadas de diferentes fontes. Neste número são apresentadas previsões para o PIB, variáveis fiscais e juros. A previsão para o crescimento do PIB em 2021 vem caindo, de acordo com a média da pesquisa Focus/BCB, tendo passado de 3,4% em meados de fevereiro para 3,1% em 9 de abril. Em compensação, a dispersão das projeções em torno dessa média vem se reduzindo, estando em 0,4 ponto de porcentagem (p.p.) A projeção do Grupo de Conjuntura da Dimac/Ipea é de 3,0%, de acordo com a Visão Geral da Conjuntura.

Nas finanças públicas, a evolução prevista para receitas e despesas leva a deficits primário e nominal decrescentes ao longo dos próximos anos e à elevação da dívida pública, tanto líquida quanto bruta.

Depois de o Copom subir a meta para a Selic de 2% para 2,75% em março, as previsões de mercado para a taxa básica da economia foram ajustadas. Para os departamentos econômicos que respondem à pesquisa Focus/BCB, a Selic será elevada até 5,25% em outubro, e aí permanecerá pelo menos até janeiro de 2022. Já no mercado de DI Futuro, acredita-se que a taxa subirá mais rapidamente, alcançando 6% em outubro, e continuará sendo elevada, para em torno de 6,85% em janeiro do ano que vem. O cenário exposto na Visão Geral da Conjuntura, do Ipea, trabalha com a Selic a 5% no fim deste ano e a 6% no fim de 2022. Como essas expectativas, coletadas pelo BCB ou inferidas do DI Futuro, se comportaram no passado quando comparadas posteriormente com a trajetória observada da meta para a Selic? Isso é respondido por meio de gráficos que mostram que houve períodos de super e de subestimação.

Gráficos 13 e 14

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Desempenho recente do mercado de trabalho e perspectivas para o ano

Por Maria Andréia P. Lameiras

Apesar da melhora dos indicadores iniciada no segundo semestre de 2020, o mercado de trabalho brasileiro segue deteriorado. De fato, mesmo diante da expansão do contingente de ocupados – que avançou de 80,3 milhões para 86,1 milhões, entre julho de 2020 e janeiro de 2021 –, a taxa de desocupação ficou em 14,1%, em janeiro, mantendo-se em patamar elevado.

De maneira geral, o impacto da pandemia tem sido mais prejudicial para os indivíduos mais jovens e os menos escolarizados. No quarto trimestre de 2020, a taxa de desocupação dos trabalhadores com idade entre 18 e 24 anos atingiu 29,8%, o que significa que há quase 4,1 milhões de jovens à procura de um emprego. Já o corte por escolaridade mostra que a crise acentuou ainda mais a desocupação entre os trabalhadores com ensino médio incompleto, cuja taxa aumentou de 18,5% para 23,7% entre o quarto trimestre de 2019 e o mesmo período de 2020.

Em relação às perspectivas para o mercado de trabalho, mesmo com a esperada aceleração da atividade econômica no segundo semestre, as vagas geradas não devem ser suficientes para abarcar não apenas os desocupados, mas também os trabalhadores que devem sair da inatividade – em busca de uma nova colocação no mercado – com o fim do auxílio emergencial. Dessa forma, a taxa de desocupação deverá seguir elevada, principalmente nos segmentos mais vulneráveis, ou seja, entre os jovens e os menos escolarizados, cuja probabilidade de transitar da desocupação e da inatividade para a ocupação, que já era baixa, se tornou ainda menor na crise atual.

MT_Nota -6_ Gráficos 1 e 4

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Dados mensais de mercado de trabalho



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Indicador Ipea de Consumo Aparente de Bens Industriais – Fevereiro de 2021 Demanda interna por bens industriais recua 1,2% em fevereiro

Por Leonardo Mello de Carvalho

O Indicador Ipea Mensal de Consumo Aparente de Bens Industriais – definido como a parcela da produção industrial doméstica destinada ao mercado interno acrescida das importações – registrou uma queda de 1,2% na comparação entre fevereiro e janeiro na série com ajuste sazonal. Com esse resultado, que sucedeu uma alta de 2,7% no período anterior, o trimestre móvel encerrado em fevereiro avançou 6,5% na margem. Entre os componentes do consumo aparente, ainda na comparação dessazonalizada, enquanto a produção interna destinada ao mercado nacional (bens nacionais) caiu 1,6% em fevereiro, as importações de bens industriais cederam 0,7%.

Na comparação interanual, a demanda interna por bens industriais cresceu 5,4% contra fevereiro do ano passado. Com isso, o trimestre móvel apresentou uma alta de 8,7% em relação ao verificado no mesmo período de 2020. Tomando por base a variação acumulada em doze meses, a demanda registrou uma queda de 5,3%, enquanto a produção industrial, mensurada pela PIM-PF do IBGE, acumulou uma baixa de 4,2%.

Tabela 1

Grafico 1

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Índice de Custo da Tecnologia da Informação (ICTI) – janeiro de 2021

Por Maria Andréia P. Lameiras

O Índice de Custo da Tecnologia da Informação (ICTI), calculado pelo Ipea, apresentou uma variação de 0,8% em janeiro de 2021, situando-se 0,52 ponto percentual (p.p.) acima da taxa registrada no mês anterior. Na comparação com o mesmo mês de 2020, o índice avançou 0,36 p.p.

Com a incorporação desse resultado, o ICTI acumula uma variação de 7,8% nos últimos doze meses, mantendo-se em patamar superior ao registrado pelo IPCA, do IBGE, mas abaixo tanto do Índice de Preços por Atacado segundo Estágios de Processamento (IPA-EP) quanto do Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M), da FGV.

Na desagregação entre os oito grupos de serviços que compõem o ICTI, observa-se que, no acumulado em doze meses, a maior contribuição veio do segmento de demais despesas operacionais, cuja alta de 4,60% foi responsável por aproximadamente 59% da variação total apresentada pelo índice. Ainda que em menor intensidade, o segmento material de consumo também afetou significativamente o ICTI, com impacto de 1,95 p.p. No sentido contrário, a queda de 0,78% nos gastos de pessoal vem gerando redução de custos.

Tabela 1_jan21

Tabela 2 - jan21

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Indicador Ipea de FBCF – Janeiro de 2021 Investimentos iniciam 2021 com queda de 15,9% na margem

Por Leonardo Mello de Carvalho

O Indicador Ipea de Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) aponta um recuo de 15,9% na comparação entre janeiro de 2021 e dezembro de 2020, na série com ajuste sazonal. Ainda assim, o trimestre móvel terminado em janeiro registrou alta de 23,5%. Na comparação com o ano anterior, a FBCF atingiu um patamar 6,1% superior ao verificado em janeiro de 2020. No acumulado em doze meses, a taxa de crescimento dos investimentos passou de -0,8% para -1,3%. O resultado de janeiro foi influenciado pela alta base de comparação, em virtude do forte crescimento no último mês do ano passado, explicado pelo alto volume importado de plataformas de petróleo e outros bens de capital de apoio à prospecção e extração de petróleo e gás natural.

Na comparação com o ajuste sazonal, o consumo aparente de máquinas e equipamentos – que corresponde à produção nacional destinada ao mercado interno acrescida das importações – apresentou uma queda de 37,1% em janeiro. Apesar desse resultado, o trimestre móvel registrou alta de 53%. De acordo com os seus componentes, enquanto a produção nacional de máquinas e equipamentos ficou praticamente estável, com um pequeno recuo de 0,3% em janeiro, a importação cedeu 40,5% no mesmo período. Embora tenham ocorrido novas importações de plataformas de petróleo em janeiro, o volume importado dos outros bens de apoio à prospecção e extração de petróleo e gás natural sofreu forte queda. No acumulado em doze meses, a demanda interna por máquinas e equipamentos apresentou retração de 3,2%.

Os investimentos em construção civil, por sua vez, recuaram 0,2% em janeiro, na série dessazonalizada, interrompendo uma sequência de oito altas na margem. Com isso, o segmento registrou um avanço de 2,4% no trimestre móvel, embora ainda apresente baixa de 1,3% no acumulado em doze meses.

Tabela 1

Gráfico 1

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Comércio exterior de produtos do agronegócio: Balanço de 2020 e perspectivas para 2021

Por Ana Cecília Kreter, Rafael Pastre e Guilherme S. Bastos Filho

Nesta nota apresentamos o fechamento da balança comercial de produtos do agronegócio para 2020, destacamos os principais fatores que contribuíram para este resultado e apontamos algumas tendências para 2021. Mesmo com queda no preço médio de quase todos os principais produtos de exportação, o Brasil conseguiu se manter como um dos principais fornecedores de commodities agropecuárias no mercado mundial em 2020, com destaque para a soja, as carnes – bovina, suína e de frango –, o açúcar, o café e o algodão. O país foi favorecido pela desvalorização do real frente ao dólar, que tornou os preços brasileiros ainda mais competitivos, pela guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, que favoreceu o setor sojicultor, pela quebra de safra nos países concorrentes, como no caso do açúcar, pelo aumento da demanda internacional, como no comércio do algodão, ou sim- plesmente por condições climáticas favoráveis, como a bienalidade positiva do café. Paralelo a isso, a balança comercial do agronegócio contou ainda com excelentes resultados do setor triticultor que, sendo o trigo o principal produto importado pelo Brasil, impactou positivamente o saldo final.

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Atualização das séries de estoque de capital até dezembro de 2020

Por José Ronaldo de C. Souza Jr. e Felipe Cornelio

Esta nota atualiza as séries de investimento líquido e de estoque de capital com base nos dados anuais detalhados do Sistema de Contas Nacionais (SCN) de 2018, do IBGE, e apresenta as estimativas para o período até 2020 com base nos dados do indicador Ipea mensal de investimentos. Os dados do SCN de 2018 mostraram que a formação bruta de capital fixo (FBCF) havia sido maior do que o indicado pelos dados trimestrais (do IBGE) e mensais (do Ipea) anteriormente. De agosto de 2016 até outubro de 2019, o investimento líquido acumulou resultados negativos (FBCF menor que a depreciação) em doze meses, resultando em quedas do estoque de capital. Foi apenas no final de 2019 que o investimento líquido voltou a ter resultados positivos no acumulado em doze meses. Essa recuperação, porém, foi abruptamente abortada por conta dos impactos econômicos da pandemia. Em relação aos dados anuais desagregados, o texto destaca os dados de fluxo e estoque dos investimentos em construção de infraestrutura. A crise econômica anterior teve especial impacto nos investimentos em infraestrutura, que tiveram quedas significativas (em percentual do PIB e em valores correntes e constantes). Essas quedas fizeram não só os investimentos líquidos ficarem abaixo da depreciação como também reduziram o nível do estoque em percentual do PIB a partir de 2017. Do pico recente de 41,7% do PIB em 2016, o estoque de capital de construções de infraestrutura caiu para 40% do PIB em 2018.​​

estoque de capital

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Os dados estão disponíveis no Ipeadata



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Conjuntura recente e perspectivas para a economia internacional

Por Paulo M. Levy

A perspectiva de avançar com o processo de normalização da economia mundial – em decorrência, entre outros fatores, da esperada aceleração da vacinação – e o anúncio de mais medidas fiscais para apoiar as economias desenvolvidas têm levado à revisão do crescimento da economia mundial em 2022. Esse cenário positivo para a recuperação da atividade econômica em nível global tem como pressuposto a continuidade da política monetária fortemente expansionista que vem sendo praticada pelos principais bancos centrais do mundo, assim como de políticas fiscais de aumento de gastos e alívio tributário em apoio às famílias e empresas. No entanto, o primeiro trimestre do ano trouxe também de volta a preocupação com o efeito dessas políticas, em particular das medidas fiscais recém-anunciadas nos Estados Unidos sobre a inflação à medida que o hiato do produto vai se estreitando devido aos fortes estímulos fiscais e monetários. A política fiscal superexpansionista deverá levar a um deficit fiscal superior a 16% do PIB, ligeiramente superior ao de 2020 (15% do PIB).​

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Contas externas e taxa efetiva real de câmbio

Por Marcelo José Braga Nonnenberg

Observa-se que a desvalorização da taxa real/dólar entre janeiro de 2020 e janeiro de 2021 foi de 29,1%, muito próxima da obtida pela taxa efetiva real de câm- bio (TERC), calculada com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), de 29,9%. No entanto, quando se calcula a TERC usando o Índice de Preços no Atacado (IPA), verifica-se uma valorização de 1,7%, em ambos os casos para as exportações totais. Considerando-se ainda o IPA, há também uma grande distância por fator agregado. Enquanto, no caso dos básicos, houve uma valoriza- ção de 14%, no caso dos manufaturados a desvalorização foi de 8,8%.

As exportações alcançaram US$ 16,2 bilhões em fevereiro, acumulando US$ 31,0 bilhões no ano, ao mesmo tempo que as importações registraram US$ 15,0 bilhões em fevereiro e US$ 31 bilhões nos dois primeiros meses do ano. Dessa forma, o saldo comercial, em fevereiro, foi de US$ 1,2 bilhão e praticamente zero no acu- mulado do ano. Tomando por base as médias diárias dessazonalizadas, é possível observar que as exportações tiveram um crescimento expressivo de 13,5% em feve- reiro, na comparação com o mês anterior. Simultaneamente, as importações, após caírem em janeiro, apresentaram crescimento de 9,6%.

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Finanças públicas estaduais em 2020

Por Mônica Mora

A deflagração da pandemia da Covid-19 levou a uma acentuada retração da atividade econômica, com repercussões sobre a arrecadação tributária. As finanças públicas estaduais, contudo, foram em certa medida blindadas pelos mecanismos compensatórios implementados pelo governo federal através da Lei Complementar (LC) no 173, de 27 de maio de 2020 e a Medida Provisória (MP) no 938/2020. Essas medidas previam repasses de recursos aos governos subnacionais, suspensão do serviço de dívida junto ao governo federal e contenção de despesas com pessoal.

Os repasses do governo federal permitiram, em média, ganhos reais de receita primária em 2020. Aumentos das despesas primárias correntes foram evitados por dispositivo legal que suspendia reajustes salariais do funcionalismo e reestruturações de carreira onerosas aos cofres público e criaram espaço fiscal para o aumento do investimento. Por sua vez, a suspensão do pagamento de serviços de parcela relevante da dívida estadual, em um contexto de elevação do superávit primário, criou espaço para o aumento de disponibilidade de caixa.

Conclui-se que a expectativa de retração da economia em 2020 não levou ao agravamento da situação das finanças públicas estaduais. Em 2021, a evolução das contas públicas subnacionais depende fundamentalmente do ritmo de recuperação da economia e suas repercussões sobre a arrecadação tributária. As disponibilidades de caixa, contudo, formam um colchão de liquidez e poderão ser utilizadas em 2021, seja para sustentar o patamar de investimento de 2020 ou contribuir para o financiamento de despesas correntes.

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