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Recuperação da economia mundial é mais forte que o esperado e desigual entre setores

Por Paulo Mansur Levy

A economia mundial registrou forte recuperação no terceiro trimestre, com os PIBs mostrando variações expressivas, sem, contudo, retornarem aos níveis pré-pandemia. Mesmo onde a recuperação é forte, no entanto, o ritmo entre setores é bem desigual: a indústria tem se expandido a um ritmo bem mais forte que os serviços.

Os indicadores de alta frequência mostram que na Europa a atividade econômica começa a sentir os efeitos da nova onda de contágios que atingiu o continente. Esse efeito é maior nos serviços, enquanto a indústria sustenta a expansão, conforme os dados de Índice de Gerentes de Compra (Purchasing Managers’ Index – PMI) de outubro. No mercado de trabalho americano, as contratações líquidas somaram 638 mil em outubro, semelhante a setembro e menos da metade do registrado em julho-agosto. A taxa de desemprego, porém, se mantém em queda, tendo atingido 6,9% em outubro. A inflação está em queda na Área do Euro e na China, mas acelerou ligeiramente nos Estados Unidos. As medidas de núcleo mostram tendências semelhantes às dos índices cheios, porém bem menos acentuadas.

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Economia mundial

Por Paulo M. Levy

Além do aspecto humano, relacionado à perda de vidas e às consequências pessoais do isolamento social, o desempenho das economias dos países avançados no segundo trimestre é eloquente quanto ao impacto da Covid-19. O produto interno bruto (PIB) americano do segundo trimestre caiu 9,1% (-31,9% anualizados) em relação ao trimestre anterior. Na Área do Euro (AE), a queda foi bem maior, de 12,1%, e no Japão, de 7,8%.

Apesar de dramáticas, essas quedas refletem o passado – especificamente, o momento do impacto da pandemia, quando a expansão dos contágios e as medidas de isolamento social estavam em seu auge. Começando em maio, e acompanhando o relaxamento das medidas restritivas à mobilidade, observa-se uma forte recuperação dos indicadores da atividade econômica – no caso dos indicadores de consumo nos Estados Unidos, até mesmo superando os níveis pré-Covid-19.

O estímulo para a retomada dos negócios reflete, em boa medida, as políticas monetária e fiscal mobilizadas para mitigar os efeitos da pandemia sobre a demanda, o emprego, a renda e o crédito. As expectativas, captadas pelos indicadores de confiança, recuperaram-se a partir de maio, mantendo-se em patamares favoráveis desde então. Os mercados de ativos têm refletido o aumento da liquidez e do apetite por ativos de risco. No entanto, o aumento das taxas de transmissão do novo coronavírus em países e/ou regiões localizadas e o impacto da retirada de alguns estímulos fiscais ainda tornam incerta a sustentabilidade de uma recuperação tão rápida dos preços de ativos e da própria atividade econômica.

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Economia mundial

Por Paulo Mansur Levy

A pandemia da Covid-19 representou um choque profundo sobre a economia mundial, cujo alcance e consequências ainda são difíceis de vislumbrar. As medidas de isolamento social impactaram fortemente a oferta e a demanda por bens e serviços, desorganizando as relações de trabalho, produtivas, de comércio e de crédito. Os mercados financeiros reagiram derrubando as bolsas de valores, valorizando o dólar e desvalorizando as commodities – especialmente o petróleo – diante da expectativa de forte retração da atividade econômica.

Os primeiros dados do período pós-Covid-19 já mostram que o impacto foi grande: os índices de gerentes de compras (PMIs na sigla em inglês) desabaram, afetando principalmente os serviços. A única exceção foi a China, onde o ciclo da pandemia já se encontra mais avançado e o índice se recuperou em março. Nos Estados Unidos, caíram fortemente produção industrial, vendas no varejo e indicadores da construção civil residencial. No mercado de trabalho, a perspectiva é de forte aumento do desemprego. As projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI) são de que o produto interno bruto (PIB) mundial terá uma queda de 3,0% em 2020 – a maior retração desde a grande depressão dos anos 1930 –, mas que deve se recuperar e crescer 5,8% em 2021.

Para enfrentar esse choque, as políticas econômicas vêm sendo intensamente mobilizadas ao redor do mundo. A política monetária voltou à posição “tudo que for necessário” utilizada antes, no período posterior à crise financeira internacional de 2008, incluindo volta dos juros para próximo de zero e expansões quantitativas envolvendo também títulos privados. A política fiscal, por seu turno, tem sido direcionada para aliviar a súbita perda de renda pelas famílias, bem como para garantir empréstimos às empresas de modo a permitir a garantia do emprego e a preservação de seu capital organizacional.

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Economia mundial

Por Paulo Mansur Levy

Os sinais recentes emitidos por diferentes indicadores da atividade econômica em nível global parecem confirmar o processo de desaceleração da economia mundial. Sua intensidade ainda não é clara, embora dados recentes sugiram que a queda nas taxas de crescimento pode estar chegando ao fim. Trata-se, em certa medida, de uma crise que resulta em parte da guerra comercial entre Estados Unidos e China, e, em perspectiva mais ampla, da postura negativa dos Estados Unidos em relação a negociações multilaterais, o que enfraquece as instituições que regulam o comércio internacional e aumenta a incerteza no mundo. Outros fatos, como a aproximação do momento de definição em relação ao Brexit, crise política na Itália, os ataques a plantas de tratamento de petróleo na Arábia Saudita e o acirramento do conflito com o Irã – embora em alguns casos já parcialmente superados –, também contribuíram para o aumento da incerteza, e a principal consequência disso tem sido a redução do investimento em escala global.

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Economia mundial

Por Paulo Mansur Levy

A economia mundial continuou a exibir, no segundo trimestre do ano, sinais de desaceleração da atividade econômica, embora a intensidade do processo ainda não esteja clara. Além da perspectiva incerta em relação ao Brexit e das tensões geopolíticas envolvendo sanções ao Irã, houve no período um agravamento do conflito comercial entre Estados Unidos e China. As tensões comerciais parecem estar impactando a atividade econômica global tanto direta quanto indiretamente. O comércio internacional nos quatro primeiros meses de 2019 cresceu apenas 0,4%, em volume, em relação a igual período de 2018, o que representa forte desaceleração em relação ao crescimento de 4,1% de meados do ano passado. Indiretamente, a guerra comercial, na medida em que aumenta incertezas num mundo com cadeias de produção cada vez mais integradas, vem afetando o investimento.

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Economia mundial

Por Paulo Mansur Levy

O final de 2018 e os meses iniciais de 2019 caracterizaram-se por um aumento de incertezas e uma perda de dinamismo da economia mundial. As principais fontes de incerteza são: i) a desaceleração do comércio internacional, em parte associada a conflitos comerciais, em particular entre Estados Unidos e China; ii) questões políticas, com destaque para a até agora tumultuada perspectiva de saída (Brexit) do Reino Unido da União Europeia (UE); e iii) questões econômicas, associadas às perspectivas de crescimento nos Estados Unidos e ao risco de uma recessão na Europa, especialmente na Alemanha e na Itália. Na China, uma redução do ritmo de crescimento mais acentuada, que a já embutida nas projeções, permanece como um risco relevante para a economia global, não obstante as medidas fiscais e monetárias de estímulo que vêm sendo adotadas.

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Economia Mundial

Por Paulo Mansur Levy

Depois de dois anos de crescimento relativamente robusto, é provável que ocorra uma desaceleração da economia mundial nos próximos anos. Essa desaceleração não parece ser muito forte, conforme as previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI), mas preocupa diante de algumas características da economia mundial, neste momento, associadas às políticas implementadas após a crise financeira internacional de 2007-2008: um possível esgotamento dos instrumentos de política econômica, que poderiam impedir que a desaceleração se transforme em recessão, e o elevado nível de endividamento do setor não financeiro em escala global.

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Economia Mundial

Por Paulo Mansur Levy

A guerra comercial entre Estados Unidos e China alcançou um novo patamar em setembro, quando o presidente Donald Trump anunciou a imposição de tarifas sobre US$ 200 bilhões de produtos importados da China. Com essa nova escalada, já é possível esperar efeitos negativos bastante significativos sobre o comércio mundial. Em primeiro lugar, porque boa parte dos produtos exportados pela China para os Estados Unidos contém parcela bastante elevada de insumos produzidos em diversos outros países, que também serão afetados indiretamente. Segundo, porque essas tarifas provocarão uma elevação dos preços dos produtos afetados no mercado doméstico norte-americano, com redução do consumo.

Os índices amplos de preços de commodities do Banco Mundial, até agosto, mostram um movimento recente de queda nos preços de produtos agrícolas e minérios e metais. A queda nas commodities ligadas à energia, no entanto, não capta o movimento de alta do preço do petróleo ocorrido em setembro, e que o levou a mais de US$ 80/barril. Os dados recentes de atividade econômica seguem mostrando uma economia aquecida nos Estados Unidos, recuperação do crescimento no Japão e desaceleração na Área do Euro (AE). Na China, os sinais recentes também apontam para uma certa desaceleração, principalmente dos investimentos, movimento que pode estar relacionado ao esforço da política econômica no sentido de reduzir o excesso de endividamento acumulado nos últimos dez anos.

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Economia Mundial

Carta de Conjuntura nº 39

Por Paulo Mansur Levy

A economia internacional apresentou alguns sinais de desaceleração frente ao ritmo de crescimento observado até o final de 2017. De um modo geral, o cenário externo ainda é favorável ao Brasil: o crescimento da economia mundial mantém-se relativamente forte; o comércio internacional continua se expandindo; os preços de commodities aumentaram após a forte queda entre 2011 e 2016, porém, a inflação na grande maioria dos países continua bem-comportada.

Os riscos para a economia mundial têm refletido principalmente fatores geopolíticos. Por um lado, aumentou o risco de uma guerra comercial diante de medidas restritivas adotadas pelos Estados Unidos em relação às importações de produtos específicos (aço, alumínio) e/ou com origem em países específicos, como a China. Por outro, esses fatores, notadamente os que envolvem o Oriente Médio, têm influenciado, juntamente com variáveis mais estritamente econômicas, o preço do petróleo no mercado internacional.  Além disso, as restrições à produção dos países-membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) mais a Rússia, num contexto de demanda aquecida e estoques em queda, também têm atuado para a alta do produto. A produção americana tem reagido à elevação dos preços no mercado internacional, e o número de sondas em operação cresceu 150% em relação a junho de 2016, quando o preço encontrava-se 55% abaixo dos níveis atuais, justificando a expectativa de que o valor deverá recuar no futuro.

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Economia Mundial

Carta de Conjuntura nº 38

Por Paulo Mansur Levy

Após vários anos de instabilidade e baixo crescimento, a economia internacional encontra-se em um período de expansão sincronizada dos principais países, associada a taxas de inflação ainda bastante baixas. Até mesmo os fortes desequilíbrios em conta corrente no balanço de pagamentos, que caracterizaram o período anterior à eclosão da crise financeira internacional, parecem ter ficado para trás. Não obstante esse contexto favorável, o início de fevereiro marcou também o ressurgimento da volatilidade financeira, com fortes variações de preços de ativos em decorrência da expectativa de um ritmo mais acelerado que o esperado na normalização das condições monetárias nos EUA e, em menor grau, na Área do Euro (AE). Essa mudança, por seu turno, seria resultado da própria percepção de que o crescimento deve pressionar a inflação em algum momento no futuro próximo. Esse surto de instabilidade dissipou-se rapidamente, mas deixou um rastro de preocupação sobre os riscos à frente.

Outra fonte de preocupação são os desdobramentos da decisão dos EUA de sobretaxar importações de aço e alumínio. O comércio internacional voltou a crescer em 2007 a uma taxa superior à da economia mundial. Apenas as sobretaxas impostas pelos EUA às importações desses produtos específicos não parece capaz de desviar a economia mundial da atual trajetória de recuperação, mas o risco de uma guerra comercial pode desestabilizar os mercados na medida em que ela afete as percepções quanto à continuidade do atual momento do crescimento.

Uma das características mais marcantes da economia mundial do período recente é a inflação baixa. No caso dos EUA, isso é ainda mais surpreendente diante do mercado de trabalho aquecido e – fator comum a todas as economias – da elevação relativamente forte do preço do petróleo no mercado internacional (o preço do petróleo no mercado internacional aumentou 60% entre junho de 2017 e janeiro de 2018). No entanto, o fenômeno é global, e suas causas ainda são objeto de intenso debate: a ausência de pressões sobre o preço dos alimentos tem algum papel, mas mudanças estruturais associadas à relação entre mercado de trabalho e inflação (o “achatamento” da curva de Phillips), ou à dinâmica do comércio internacional e à ampliação das cadeias globais de valor, que tem reduzido custos de produção e barateado os bens em todo mundo, são algumas das hipóteses levantadas para explicar o fenômeno.

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