Por Maria Andreia Parente Lameiras
Os indicadores mais recentes confirmam a resiliência do mercado de trabalho brasileiro, caracterizado por uma forte expansão da população ocupada, que conjugada ao baixo dinamismo da taxa de participação vem possibilitando sucessivas quedas da taxa de desocupação. Os ganhos reais de rendimento, a redução da subocupação e do desalento e a queda consistente do desemprego de longa duração compõem um quadro de resiliência, mesmo diante de um ambiente macroeconômico marcado por juros elevados e atividade econômica em leve desaceleração.
Segundo os dados da PNAD Contínua, no último trimestre móvel, encerrado em julho, a taxa de desocupação no país ficou em 5,6%, atingindo o menor patamar da série histórica dessazonalizada. Esse desempenho decorre, em grande parte, da expansão da população ocupada, cujo montante de 102,4 milhões de pessoas representa uma alta de 2,4% em relação ao registrado no mesmo período de 2024. Deve-se destacar ainda que boa parte deste crescimento da ocupação vem ocorrendo no setor formal da economia. Com efeito, o contingente de trabalhadores com algum tipo de vínculo formal avançou 3,7% em doze meses, superando a expansão de 1,3% da ocupação informal.