Inflação por faixa de renda – dezembro/2024

Por Maria Andréia P. Lameiras

Os dados do Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda revelam que, em dezembro, à exceção da classe de renda alta, todos os demais segmentos pesquisados apontaram aceleração da inflação na comparação com o mês anterior. No caso das cinco primeiras classes de renda, observa-se que, mesmo diante de uma alta menos acentuada dos alimentos no domicílio, a queda menos intensa da tarifa de energia elétrica, aliada à reversão das deflações dos produtos farmacêuticos e de higiene pessoal, explicam esta alta mais forte da inflação em dezembro. No entanto, para o segmento de renda alta, o alívio inflacionário em dezembro veio dos reajustes menores das passagens aéreas e dos serviços de recreação. Dessa forma, enquanto a inflação das famílias de renda muito baixa avançou de 0,26%, em novembro, para 0,48%, em dezembro, a taxa apurada na faixa de renda alta, recuou de 0,64% para 0,55%, na mesma base de comparação.

Com a incorporação do resultado de dezembro, no acumulado de 2024, a faixa de renda baixa registrou a maior alta inflacionária (5,0%) ao passo que o segmento de renda alta apontou a taxa menos elevada (4,4%). Nota-se ainda, que na comparação com 2023, houve uma aceleração da inflação para as quatros primeiras faixas de renda e uma descompressão inflacionária para as faixas de renda média-alta e alta.

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Dados Xls



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Indicadores mensais do mercado de trabalho – novembro de 2024

Por Maria Andreia Parente Lameiras e Marcos Dantas Hecksher

As estimativas próprias mensais apresentadas nesta Nota– feitas com base nos dados por trimestre móvel da PNAD Contínua)– sinalizam que, em novembro, o mercado de trabalho brasileiro manteve-se em trajetória bastante favorável, contabilizando expansões da população ocupada (PO) e dos rendimentos reais, garantindo, desta forma, a manutenção da desocupação em níveis historicamente baixos e forte crescimento da massa salarial.

Em novembro de 2024, a PO no país somava 103,7 milhões de pessoas, avançando 2,9% na comparação com o mesmo período de 2023. Já em termos dessazonalizados, em novembro, a PO abarcava 103,0 milhões de trabalhadores, o que representa uma alta de 0,2% em relação ao observado em outubro. Nota-se, ainda, que essa aceleração da ocupação vem sendo acompanhada de um movimento similar, porém menos intenso, da força de trabalho, impedindo, assim, uma queda ainda mais significativa da taxa de desocupação (TD).

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Dados Xls



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Estimativa preliminar do resultado primário do governo central em dezembro de 2024

Por Sergio Ferreira e Felipe dos Santos Martins

De acordo com dados da execução orçamentária, registrados no Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi) do governo federal, os quais fornecem boa aproximação com os dados oficiais relativos ao resultado primário que será divulgado posteriormente pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN), dezembro de 2024 apresentou um superávit primário de R$ 19,5 bilhões nas contas do governo central. A receita líquida do governo central totalizou R$ 232,8 bilhões nesse mês, um crescimento de 18,8% em termos reais, comparativamente ao apurado no mesmo mês de 2023, ao passo que as despesas somaram R$ 213,4 bilhões, um decréscimo real de -32,9% na mesma base de comparação. Com isso, em 2024, o resultado primário apresenta um déficit de R$ 52,3 bilhões, a preços constantes de dezembro, melhor do que o esperado no último relatório de avaliação de receitas e despesas primárias (R$ 64,4 bilhões).

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Índice de Custo da Tecnologia da Informação (ICTI)- novembro de 2024

Por Maria Andreia Parente Lameiras

O Índice de Custo da Tecnologia da Informação (ICTI), calculado pelo Ipea, apresentou taxa de variação de 0,4% em novembro de 2024, situando-se 0,23 ponto percentual (p.p.) abaixo da taxa registrada no mês anterior. Na comparação com o mesmo mês de 2023, a variação foi 0,09 p.p. maior. Com a incorporação desse resultado, o ICTI acumula uma variação de 6,96% nos últimos doze meses.

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Dados Xls



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Análise e projeções de inflação

Por Maria Andréia Parente Lameiras e Tarsylla da Silva de Godoy Oliveira

Os dados mais recentes mostram que nos últimos meses o ambiente inflacionário brasileiro se tornou menos favorável, combinando aceleração dos índices de preços e retomada das medidas de núcleo de inflação. Além de um desempenho mais forte da economia – e seus impactos sobre o aumento da massa salarial –, a desvalorização cambial de aproximadamente 7%, entre agosto e novembro, e a forte alta dos alimentos, sobretudo das proteínas animais, explicam boa parte desta alta de preços. Desta forma, a inflação brasileira, medida pelo IPCA, acumulou alta de 4,9% em doze meses, refletindo os reajustes de 8,4% dos alimentos no domicílio, 5,2% dos bens e serviços administrados e 4,7% dos serviços livres.

Dentro desse contexto, em que pese a estimativa de um desempenho menos robusto do nível de atividade para 2025, conjugada com a expectativa de uma melhora no comportamento do câmbio e com o aumento de aproximadamente 6,0% da safra brasileira de grãos, o atual cenário de inflação mais adverso sinaliza que o processo desinflacionário da economia brasileira será mais lento que o projetado anteriormente. Por certo, embora as projeções de inflação feitas pelo Grupo de Conjuntura do Ipea indiquem uma desaceleração tanto do IPCA quanto do (INPC em 2025 diante do estimado para 2024, estas altas projetadas não apenas se encontram acima das previstas no último trimestre, mas também indicam uma resiliência maior da inflação brasileira.

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Indicadores de indústria, comércio e serviços

Por Leonardo Mello de Carvalho 

O crescimento registrado pelo produto interno bruto (PIB) na passagem do segundo para o terceiro trimestre de 2024 (+0,9%), embora tenha desacelerado em relação à média verificada no primeiro semestre (+1,2%), continua refletindo uma economia aquecida, conforme já antecipado pelos indicadores setoriais com periodicidade mensal. Reforçando nosso diagnóstico prévio, o dinamismo do mercado de trabalho, associado a melhores condições de acesso ao crédito, manteve o bom desempenho das vendas de bens e serviços ao longo do terceiro trimestre. Como consequência, contrastando com o cenário verificado em 2023, os setores econômicos considerados mais cíclicos têm apresentado as maiores contribuições para o crescimento do PIB. Uma parte relevante da demanda, todavia, segue sendo suprida pela expansão das importações, fato também evidenciado pelo crescimento mais acelerado do consumo aparente (CA) de bens industriais, vis-à-vis a produção física.

Os resultados referentes aos primeiros meses do quarto trimestre não apontam grandes alterações, embora o ambiente econômico apresente alguma deterioração. No âmbito da política econômica, enquanto o Banco Central do Brasil (BCB) iniciou em setembro último um ciclo de aumento da taxa de juros, o impulso fiscal por parte do governo tende a ser menor que o ocorrido anteriormente. Além desses fatores, num cenário em que a trajetória de alguns índices de preços, notadamente no setor de serviços, tem se tornado menos benigna, a recente desvalorização do real frente ao dólar tende a provocar uma moderação no crescimento real da massa de rendimentos das famílias.

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Indicador Ipea mensal de FBCF – resultado de outubro de 2024

Por Leonardo Mello de Carvalho

O Indicador Ipea de Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), que agrega os investimentos em máquinas e equipamentos, na construção civil e em outros ativos fixos, registrou recuo de 1,2% na comparação entre outubro e setembro na série com ajuste sazonal. Com isso, o trimestre móvel encerrado em outubro teve expansão de 1,6% na comparação dessazonalizada. Nas comparações com os mesmos períodos de 2023, o indicador mensal apresentou altas de 10,1%, em outubro, e 10,0%, no trimestre móvel. No acumulado em doze meses, por sua vez, os investimentos totais registraram crescimento de 5,2%.

Na comparação com ajuste sazonal, os investimentos em máquinas e equipamentos – medidos segundo o conceito de consumo aparente, que corresponde à produção nacional destinada ao mercado interno acrescida das importações – apresentaram queda de 0,9% em outubro, encerrando o trimestre móvel com crescimento de 0,3%. Quanto a seus componentes, enquanto a produção nacional recuou 3,0%, as importações registraram alta de 1,2% em outubro. Já na comparação em médias móveis, a produção nacional registrou queda de 2,5%, ao passo que as importações cresceram 3,2%. No acumulado em doze meses, o consumo aparente (ou a demanda interna) de máquinas e equipamentos teve expansão de 10,6%.

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Dados Xls



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Desempenho recente do mercado de trabalho

Por Maria Andréia Parente Lameiras, Leo Veríssimo Fernandes e Gabriela Carolina Rezende Padilha

Os dados mais recentes mostram que o mercado de trabalho brasileiro continua bastante aquecido, consolidando uma trajetória de queda da desocupação e expansão de rendimentos reais. Por certo, o desempenho melhor que o esperado da atividade econômica, no terceiro trimestre do ano, impulsionou a criação de novas vagas de emprego, cujo ritmo de expansão se mostrou, novamente, superior ao observado na força de trabalho, garantindo, desta forma, o recuo da taxa de desocupação. Adicionalmente, diante deste quadro marcado por uma demanda de mão de obra acima da ofertada, a pressão sobre os salários vem gerando sucessivas altas dos rendimentos reais, que, combinadas à expansão da ocupação, impactam positivamente a massa salarial real e o consumo das famílias.

Em outubro, após a mensalização das estatísticas da PNAD Contínua, do IBGE, a taxa de desocupação ficou em 6,0%, recuando 1,4 ponto percentual (p.p.) na comparação com o observado no mesmo período de 2023. Na margem, embora os dados dessazonalizados indiquem uma leve aceleração da taxa em outubro (6,4%), ante a registrada em setembro (6,0%), a desocupação se mantém em patamar bem reduzido.

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Panorama Fiscal: evolução recente e perspectivas

Por Marco A. F. H. Cavalcanti e Sergio Fonseca Ferreira

No acumulado de 2024 até novembro, o resultado primário do governo central foi deficitário em R$ 71,3 bilhões, contra um déficit de R$ 119,6 bilhões registrado no mesmo período de 2023 – ambos a preços de novembro de 2024. A receita primária no acumulado do ano foi de R$ 2.429,4 bilhões a preços de novembro, registrando crescimento real de 8,1% em relação a 2023, com destaque para o crescimento da arrecadação das receitas administradas pela Receita Federal do Brasil (RFB), que foi de 12,8% em termos reais. As receitas não administradas tiveram uma queda de 5,1% e a arrecadação do regime geral de previdência cresceu, em termos reais, 3,7%, na mesma base de comparação. A despesa primária do governo central no acumulado até novembro registrou R$ 2.029,2 bilhões a preços desse mês, com aumento real de 4,6% em relação ao mesmo período de 2023. Esse aumento foi explicado, em grande medida, pelo pagamento de benefícios previdenciários, com um crescimento real de R$ 29,0 bilhões (3,4%), pelo pagamento de precatórios, os quais tiveram uma elevação real de despesa da ordem de R$ 14,1 bilhões (67,9%), pelo pagamento de despesas com créditos extraordinários, abertos em sua maior parte para o enfrentamento da calamidade pública no estado do Rio Grande do Sul, com aumento real de R$ 14,3 bilhões (640,8%) e pelas despesas com Benefícios de Prestação Continuada (BPC) da Lei Orgânica da Assistência Social da Renda Mensal Vitalícia (LOAS/RMV), com crescimento real de R$ 14,1 bilhões (15,8%).

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Visão Geral da Conjuntura

Por Claudio Roberto Amitrano, Mônica Mora Y Araujo e Claudio Hamilton Matos dos Santos

Como previsto na última Visão Geral da Conjuntura (Nota Técnica no 21, Carta de Conjuntura no 64, de setembro de 2024), a economia brasileira desacelerou no terceiro trimestre de 2024, com o produto interno bruto (PIB) registrando crescimento (dito “na margem”) de 0,9% em relação ao segundo trimestre na série dessazonalizada, contra o crescimento na margem de 1,4% verificado no segundo trimestre. É fato que o Grupo de Conjuntura do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) esperava uma desaceleração até um pouco maior, com o crescimento na margem caindo para 0,4% no terceiro trimestre, em virtude do impacto conjunto do aperto monetário decidido pelo Comitê de Política Monetária (Copom) em setembro último e da diminuição esperada do ritmo de crescimento dos gastos públicos federais. Mas tomados como um todo, os dados do terceiro trimestre essencialmente validaram o diagnóstico do grupo sobre o padrão atual de crescimento da economia brasileira.

Nesse contexto, estamos aumentando a nossa projeção de crescimento do PIB para 3,5% (vis-à-vis a projeção de 3,3% feita em setembro) em 2024, e mantendo a projeção de crescimento de 2,4% para 2025. A surpresa positiva em relação ao ritmo de crescimento da demanda interna no terceiro trimestre deixou um elevado efeito de carregamento estatístico (3,3%) para o resultado de 2024. Neste sentido, mesmo prevendo nova desaceleração do PIB no quarto trimestre, com altas de 0,3% na comparação com ajuste sazonal e de 3,8% sobre o mesmo período do ano passado, chegaríamos a um crescimento acumulado de 3,5% para 2024. O resultado previsto para o PIB em 2025 permanece inalterado, entretanto. O grupo entende que os níveis de incerteza embutidos nas previsões estão elevados neste momento, e a expectativa de a economia encerrar o ano com um crescimento superior ao esperado previamente pode compensar a piora verificada no balanço de riscos. As projeções de inflação do Grupo de Conjuntura do Ipea para 2025 também foram revistas para cima, indicando altas de 4,4% do IPCA e de 4,2% do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).

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