Nota Técnica analisa os impactos dos Jogos Olímpicos Rio 2016
Publicado em 04/08/2017 - Última modificação em 22/09/2021 às 23h54

Nota Técnica analisa os impactos dos Jogos Olímpicos Rio 2016
Estudo aponta que, se não fossem os Jogos, crise no Rio de Janeiro teria ocorrido antes e com mais força
Cerca de R$ 40 bilhões. Esse é o valor que o Brasil desembolsou para custear os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016. O evento contou com a participação de 11.303 atletas, 25.721 jornalistas credenciados, 3 mil árbitros e cerca de 1,17 milhão de turistas. “Os indicadores analisados nos mostram que, mesmo com o agravante da crise do petróleo, a realização dos Jogos atenuou e postergou a crise que a cidade vive hoje”, revelou Glauter Rocha, especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental em exercício no Ipea e autor do estudo A economia dos Jogos Rio 2016: bastidores e primeiros impactos.
Foram estabelecidos três instrumentos principais – e oficiais – para ajudar a mensurar e acompanhar os investimentos do projeto olímpico do Rio: a Matriz de Responsabilidade, o “Plano de Políticas Públicas – Legado” e o Orçamento do Comitê Rio 2016, destinado aos gastos de logística e operação dos Jogos. A estimativa de R$ 40 bi inclui os gastos adicionais com investimentos na rede hoteleira carioca e no setor imobiliário. “Um bilhão de reais envolveram esses gastos adicionais e cerca de 30% do restante – R$ 39 bi – foram financiados com recursos privados.”
O estudo compara as situações do município do Rio com as capitais de São Paulo, Salvador e Vitória. “São três cidades em que, assim como no Rio, o setor de petróleo e gás é relevante e que oferecem três portes diferentes de comparação”. Foram analisados dados relativos à ocupação e à renda – taxa de desocupação e rendimento médio do trabalho.
A Nota também traz um comparativo dos Jogos de 2016 com as edições realizadas desde 1992, em Barcelona. O autor dividiu as edições em três grupos. O primeiro com baixo custo fiscal e baixo benefício econômico, como a edição de 1996, em Atenas. O segundo com alto custo e alto benefício – Barcelona (1992), Sidney (2000), Atenas (2004), Londres (2012) e Rio (2016). E o último grupo, com um alto custo e um benefício econômico incerto: Beijing 2008.