Desenvolvimento Regional

Livro revela desafios e esperanças no futuro hídrico do Nordeste com o Projeto de Integração do Rio São Francisco

Publicação aborda a gestão da água, segurança hídrica, impactos econômicos e políticas públicas na região beneficiada pelo Projeto

O Projeto de Integração do Rio São Francisco (PISF) representa uma das iniciativas de infraestrutura mais significativas do Brasil, destinada a mitigar os impactos das secas recorrentes na região Nordeste. O livro “Transposição do São Francisco: Território, potenciais impactos e políticas públicas complementares, dos autores César Nunes de Castro e Monise Terra Cerezini, publicado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), traz uma análise abrangente, desde a gestão dos recursos hídricos até as políticas públicas implementadas, oferecendo uma visão ampla do atual status do projeto e destacando as questões críticas que moldam o desenvolvimento da região.

A publicação reúne nove capítulos que avaliam a importância do monitoramento e da avaliação contínua do Projeto e de seus impactos. Uma das preocupações centrais é a disponibilidade de água. Com base na vazão firme total do Projeto, a avaliação aponta que os eixos Leste e Norte enfrentarão desafios diferentes, devido à alocação desigual da vazão na expansão da área irrigada. No Eixo Leste, as estimativas sugerem a possibilidade de implantar entre 4 mil e 5 mil hectares adicionais de área irrigada com a água do PISF. Já no Eixo Norte, a perspectiva de disponibilidade hídrica para usos não prioritários, como a agricultura irrigada, é mais incerta. Isso levanta dúvidas sobre a confiança dos agricultores em investir na expansão da área irrigada sem garantias sólidas de disponibilidade hídrica.

O livro também aponta as perdas significativas de água ao longo do sistema PISF no Eixo Norte, onde o índice de perdas chega a ultrapassar 70%. A busca alternativa para reduzir essas perdas, como a captação de água do São Francisco nos meses mais úmidos, visando minimizar a evaporação. Para o pesquisador do Ipea e autor, César Nunes de Castro, a segurança hídrica é outra questão crucial que surge na avaliação. "Enquanto o PISF pode contribuir positivamente para o abastecimento urbano em áreas com redes de captação de água, a análise indica baixos níveis de segurança hídrica na região quando se trata de usos consuntivos, como a agricultura", destacou.

A obra explora as políticas públicas relacionadas ao PISF, incluindo aquelas voltadas para a agricultura, programas de transferência de renda e desenvolvimento regional. De acordo com Castro, a coordenação eficaz dessas políticas é fundamental para evitar redundâncias e burocracias desnecessárias e para promover um desenvolvimento regional mais integrado.

Acesse a íntegra do livro

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