Boletim analisa políticas públicas na pandemia sob a dimensão étnico-racial

Em dez artigos, a nova edição do Bapi amplia o debate sobre desigualdades econômicas e sociais durante a crise provocada pelo novo coronavírus

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada divulgou nesta sexta-feira (05) o 26º Boletim de Análise Político-Institucional (Bapi). Nesta edição, o boletim da Diretoria de Estudos e Políticas do Estado, das Instituições e da Democracia (Diest) traz dez artigos que debatem questões raciais dentro do contexto da pandemia de Covid-19, que se espalhou por todo o mundo há quase um ano.

Uma das editoras da publicação, que ao lado dos pesquisadores Antonio Teixeira Lima Junior e Angelica Kely de Abreu assinaram a introdução do Boletim, Tatiana Dias explica como o assassinato de George Floyd, nos Estados Unidos, fez eclodir, para além das suas fronteiras, uma série de manifestações antirracistas. “Essas manifestações acontecem em plena pandemia causada pelo coronavírus, que tem se mostrado muito mais agressiva e devastadora nas comunidades pobres no mundo e nos territórios negros no Brasil ou nos Estados Unidos”, destacou.

Entre os artigos presentes neste novo número do Bapi está “De Volta aos Primórdios: em defesa do SUS como uma política antirracista”, de autoria da pesquisadora Fernanda Lopes. O texto busca analisar, de forma subjetiva, conforme a autora esclarece, o Sistema Único de Saúde (SUS) como instrumento de promoção da justiça social e equidade racial. Ao falar sobre o tema, Fernanda perpassa a discussão sobre racismo como determinante social e a insuficiência das discussões a respeito das desigualdades raciais em saúde.

“A Pandemia de Covid-19 e a Desigualdade Racial de Renda” é o título do artigo assinado pelo sociólogo e pesquisador do Ipea, Pedro Ferreira de Souza. De acordo com ele, a desigualdade racial de renda é tão elevada quanto persistente no Brasil, não obstante os avanços observados entre os anos 1990 e o início da década passada. O estudo feito pelo pesquisador mostra que, depois desse período, pouca coisa mudou: tanto durante a crise de 2014-2016 quanto na lenta recuperação posterior, a renda domiciliar per capita de pretos e pardos oscilou em torno de 50% da renda dos brancos.

Acesse a íntegra do Bapi nº 26.

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