Pesquisa aponta evolução da pandemia nas faixas de fronteira do Brasil

Diagnóstico apresenta indicadores com ascendência na curva de contágio e óbitos nas fronteiras do país durante os últimos oito meses

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou nesta segunda-feira (1º) pesquisa com dados atualizados até 30 de novembro de 2020 sobre a evolução da pandemia no país. O estudo apresenta diagnóstico que destaca a ascendência na curva de contágio da Covid-19 nas faixas de fronteira terrestre e litorânea dos municípios brasileiros durante os últimos oito meses. A tendência de alta é confirmada pelo aumento no número de óbitos nas regiões transfronteiriças, além da flexibilização das medidas de enfretamento à pandemia nessas áreas.

A pesquisa foi elaborada a partir de dados quantitativos e qualitativos disponibilizados pelas principais fontes de governo e instituições de pesquisa e monitoramento da Covid-19 no Brasil. Os municípios de arranjos transfronteiriços com os maiores números de casos de Covid-19 observados no período foram Foz do Iguaçu/PR (13.666 casos e 186 óbitos), Corumbá/MS (5.504 casos e 175 óbitos), Cáceres/MT (3.628 casos e 127 óbitos), Guajará-Mirim/RO (3.340 casos e 91 óbitos) e Oiapoque/AP (3.109 casos e 26 óbitos). A pesquisa também destaca a vulnerabilidade dos povos indígenas nas fronteiras e o aumento recente de óbitos pela Covid-19 em seus territórios e aldeias.

O estudo monitora a evolução da pandemia no país desde o primeiro registro oficial de contágio da Covid-19 em território nacional (março de 2020). Na avaliação do pesquisador do Ipea e coordenador-geral do estudo, Bolívar Pêgo, as regiões de fronteira têm papel central para monitorar o avanço da pandemia. Entretanto, ele destaca que é preciso implementar de forma estratégica as medidas de enfrentamento nessas regiões. “O combate à propagação do vírus não pressupõe o fechamento das fronteiras, mas o controle seletivo do que passa por elas. O fechamento é um ato extremo, de isolamento do país, mas necessário em alguns casos para não comprometer o sistema de saúde”, destaca.

A pesquisa também ressalta que o fechamento das fronteiras terrestres no início da pandemia demonstrou fragilidade enquanto medida preventiva e de controle. O processo de fechamentos e reaberturas provocou sérios problemas às economias locais, além de impactos aos povos que habitam arranjos urbanos ou comunidades rurais em condições de interação transfronteiriça.

Acesse a íntegra do estudo

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