Ipea promove webinar sobre acordo de livre comércio entre Brasil e China

Ipea promove webinar sobre acordo de livre comércio entre Brasil e China


A criação de uma agenda econômica bilateral com os chineses elevaria em 8,25% as exportações totais do Brasil

A criação de uma área de livre comércio entre o Brasil e a China foi tema do webinar promovido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), nesta segunda-feira (23). O evento debateu as relações comerciais entre os dois países e o acordo de cooperação firmado entre a Chinese Academy of International Trade and Economic Cooperation (Caitec), think tank chinês, e o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). A parceria institucional resultará em novos estudos em 2021 e tem por objetivo fornecer subsídios em pesquisas para contribuir no avanço da agenda econômica bilateral.

De acordo com os dados apresentados, a criação de uma área de livre comércio com a China elevaria em 8,25% as exportações totais do Brasil. Os estudos e projeções apontam que a medida teria impacto positivo na balança comercial brasileira, permitindo um crescimento econômico acumulado de 3,79% entre 2020 e 2030. A medida também sinaliza benefícios fiscais para a economia chinesa, que atualmente é o principal importador de commodities brasileiras como, minério de ferro, soja e produtos alimentícios.

O Webinar contou com a participação do vice-presidente do Chinese Academy of International Trade and Economic Cooperation (Caitec), QU Weixi. Segundo ele, a agenda de trabalho com o Ipea vai permitir fornecer dados estratégicos e avançar nas negociações para a criação do acordo de livre comércio entre Brasil e China. A abertura do evento foi realizada pelo diretor de Estudos e Relações Econômicas e Políticas Internacionais do Ipea, Ivan Oliveira, que também sinalizou a importância na aproximação com o Caitec para a agenda econômica bilateral. “A parceira Ipea-Caitec se baseia na necessidade de se buscar analisar em profundidade as relações econômicas Brasil-China e apresentar soluções policy-oriented aos desafios que elas apresentam”, afirmou.

O painel de apresentação de estudos contou com a participação do coordenador de Estudos em Relações Econômicas Internacionais, Fernando José da Silva Paiva Ribeiro. Ele apresentou indicadores de pesquisa que ressaltam as possibilidades de fortalecimento do Produto Interno Bruto (PIB) para as duas economias com o estreitamento nas relações comerciais. De acordo com os dados, as exportações para a China aumentariam 15%. Além disso, o acordo de livre comércio impactaria positivamente em 22 setores produtivos brasileiros. Os maiores beneficiados seriam o setor de alimentos, com potencial de crescimento de 319,4%, seguido de vestuários e acessórios (288,1%), têxteis (199%), produtos de metal (110%) e máquinas e equipamentos (108,6%).

A proximidade e relações comerciais entre Brasil e China, bem como o debate para a criação de uma área de livre comércio, se intensificaram após o encontro de cúpula do Brics e Seminário Internacional promovido pelo Ipea em 2019. O encontro contou com a presença de representantes dos cinco grandes países emergentes (Brasil, China, Rússia, Índia e África do Sul).

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