Cooperação Sul-Sul é o tema de boletim publicado pelo Ipea

Cooperação Sul-Sul é o tema de boletim publicado pelo Ipea


25ª edição do Boletim de Economia e Política Internacional traz textos sobre cooperação para o desenvolvimento, Brics, Mercosul e Unasul

O Brasil deve seguir investindo no multilateralismo na área de cooperação para o desenvolvimento. Como uma potência média, o país pode multiplicar sua influência por meio de espaços multilaterais e contribuir para conter o processo de perda de interesse por esses temas ligados à solidariedade entre os povos. Essa é uma das recomendações da nova edição do Boletim de Economia e Política Internacional, lançada nesta terça-feira, 29, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

A publicação enfatiza que há um desinteresse no tema da cooperação para o desenvolvimento em vários países desenvolvidos e alguns emergentes. “Há um processo de redução da importância desse tipo de cooperação na agenda política de alguns países, tal como ocorre nos Estados Unidos”, explica o coordenador da publicação e pesquisador do Ipea, Rodrigo Fracalossi.

Para garantir que os países possam cumprir acordos internacionais, como a Agenda 2030, é necessário e urgente um regime global de cooperação para o desenvolvimento. Para os pesquisadores, o Brasil, a Índia e a China são atores cruciais na governança global da cooperação para o desenvolvimento e possuem condições de impulsionar tal movimento.

O boletim também aponta a necessidade de o Brasil despender esforços em projetos estruturantes – aqueles que criam condições sustentáveis para o desenvolvimento. Exemplo bastante conhecido é o caso do algodão, pois somos líderes mundiais em tecnologia de plantio da cultura cotonícola. Além disso, a publicação destaca a necessidade de o Brasil enfatizar abordagens não hierárquicas da cooperação, em que predominem parceiros em vez de recebedores.

Em relação aos Brics, um dos principais grupos de países que integramos (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), a publicação sugere a criação de comitês que mobilizem redes nos países-membros, facilitando a formação de conexões entre as instituições nacionais. O mesmo se aplica ao Mercosul, que pode incorporar temas previamente coordenados no âmbito da Unasul.

Acesse a íntegra da edição nº 25 do boletim