Ipea discute experiências do governo australiano na agenda de reformas

Ipea discute experiências do governo australiano na agenda de reformas

 

Políticas públicas da Austrália voltadas para desenvolvimento econômico e transparência pautaram o encontro com o economista Gary Banks

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) promoveu nesta quarta-feira, 21, em Brasília, um debate sobre as políticas do governo australiano na agenda de reformas. O seminário Desenvolvimento Econômico e Transparência – Avaliando Políticas Públicas teve como foco boas práticas implementadas pelos australianos no setor público, além dos impactos positivos observados por meio de indicadores econômicos durante as últimas três décadas.

Em sua apresentação, o economista e pesquisador Gary Banks, ex-presidente da Comissão de Produtividade da Austrália, lembrou que as reformas estruturais implementadas pelo governo australiano resultaram no processo de retomada econômica, com taxa de crescimento médio de 3,5% no produto interno bruto (PIB) entre 1984 e 2000. Os indicadores foram debatidos no seminário, assim como as medidas que permitiram alavancar a produtividade, controlar a taxa de inflação e reposicionar a Austrália no ranking global por PIB per capita: os indicadores mostram que o país saiu da 14º posição na economia mundial, em 1983, passando para a 5º posição em 2012, após o início do ciclo de reformas.

Para Banks, a situação econômica e fiscal do país seria delicada caso o ciclo de reformas não tivesse se iniciado na década de 1980. “Estaríamos em patamares preocupantes se tivéssemos optado por atrasar as mudanças estruturais necessárias no governo, com políticas de incentivo para o desenvolvimento econômico”, afirmou. O economista é o atual presidente do Conselho Consultivo de Estatística da Austrália, entidade independente e com atribuições similares ao Ipea em estudos e pesquisas de políticas públicas.

Banks mencionou algumas das medidas e políticas públicas do governo australiano que contribuíram para iniciar o ciclo de crescimento da economia. Segundo ele, o processo de abertura econômica, com ações de liberalização comercial, permitiu enfrentar as dificuldades de produtividade, especialmente no setor industrial. “O processo de reformas mostrou a importância de criarmos mecanismos para desenvolver uma economia flexível, adaptável e resiliente”, explicou.

O debate foi mediado pelo diretor de Estudos Internacionais do Ipea, Ivan Oliveira. Ele classificou como benéficos os atuais acordos bilaterais envolvendo o Brasil e a Austrália nos estudos e pesquisas em políticas para o desenvolvimento econômico e transparência. “As experiências do governo australiano no desenvolvimento econômico são exemplos de boas práticas que devem ser considerados para o atual cenário e a realidade do Brasil”, disse Oliveira.

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Seminário: Desenvolvimento Econômico e Transparência