Habitações populares foram o tema do segundo dia do evento

Habitações populares foram o tema do segundo dia do evento

Seminário “Direito à Cidade”, realizado na representação do Ipea no Rio de Janeiro, reuniu pesquisadores e especialistas nas questões urbanas

O seminário “Direito à Cidade, teoria e prática”, realizado na representação do Ipea no Rio de Janeiro, chegou ao fim nesta terça-feira, 4 de agosto de 2015. Com o objetivo de compreender de maneira mais abrangente os problemas urbanos em todas as realidades sociais da atualidade, o seminário contou com a presença de pesquisadores e especialistas nas questões da mobilidade urbana e direito à moradia.

O direito à moradia, assim como as organizações de sociedade civil nas favelas, as realidades nos ambientes periféricos e os problemas que percorrem a habitação popular no país foram temas do segundo dia.
De acordo com o professor da UFRJ e membro do Observatório das Metrópoles Adauto Lucio Cardoso, as políticas de habitação popular possuem um propósito econômico e esquecem o âmbito social. “A habitação é um bem necessário à vida e à reprodução social, ela é um bem básico para a sobrevivência”, frisou.

O sociólogo Paulo Magalhães criticou a falta de incentivo social aos atuais programas de habitação: “A passagem da moradia informal para a formal é um grande salto no custo de sobrevivência do indivíduo. O resultado é uma profunda inadimplência com o condomínio”.

Outro participante, o professor do Departamento de Serviço Social da PUC Rafael Gonçalves, disse que a falta de urbanização das favelas tornou mais propícia a remoção dos mais necessitados: “O Estado não dialoga com o crescimento e a evolução das próprias favelas”.

Para Jailson Silva, membro do Observatório das Favelas, a favela ainda representa um centro social e comunitário: “É uma construção fantástica de uma luta a favor do direito à moradia esquecido pelo Estado”.