A partir de 2007, ficará mais fácil identificar empresas socialmente responsáveis. Por iniciativa da Organização Internacional de Normalização (ISO - do inglês International Organization for Standardization), está em andamento a formulação de uma norma padrão para responsabilidade social corporativa. A ISO 26000, como a será chamada, estabelecerá um padrão internacional para implementação de um sistema de gestão e certificação de empresas no quesito responsabilidade social.
O Brasil, juntamente com a Suécia, preside o comitê da ISO para a elaboração da ISO 26000. A escolha da chapa vencedora - que deveria ser formada por um país desenvolvido e outro em desenvolvimento - considerou aspectos como o know-how de governos e empresas em boas práticas de cidadania e responsabilidade social. "É a primeira vez que o Brasil preside um comitê da ISO. Isso é importante porque dois terços da renda da ISO vêm de países em desenvolvimento, mas só um terço desses países costuma ter posições de liderança", explica o presidente brasileiro do comitê, Jorge Cajazeira, gerente de excelência empresarial da Suzano Bahia Sul. Da mesma forma que nas normas ISO 9000 (qualidade) e 14000 (meio ambiente), o sistema de gestão da ISO 2006 terá como base o diagnóstico do negócio. Além da normalização, poderá haver um sistema de certificação, que será monitorada por auditorias independentes à empresa. O objetivo da ISO 2006 não é oferecer indicadores de responsabilidade social - já amplamente difundidos -, mas normatizar a sua aplicação.
A primeira reunião para discutir sobre a norma será no início de março, em Salvador, e terá a presença de 70 países, representados por comitês que devem reunir governo, empresas, organizações, trabalhadores, consumidores e universidades. O governo brasileiro será representado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT); o setor empresarial, pela Natura; as organizações não-governamentais, pelo Instituto Ecofuturo; os trabalhadores, pelo Departamento Intersindical de Estudos de Estatísticas Socioeconômicas (Dieese); a academia, pela Fundação Getúlio Vargas de São Paulo; e os consumidores, pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec).
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