Empresas, órgãos públicos e organizações não-governamentais da Paraíba formaram um grupo para estimular no estado o desenvolvimento de projetos em áreas como combate à pobreza, universalização da educação e acesso à saúde. O Fórum Permanente de Responsabilidade Social, como é chamada a iniciativa, será lançado oficialmente em 12 de abril e vai se reunir quinzenalmente, a partir do dia 26 de abril.
"O objetivo é trocar experiências, subsidiar as políticas públicas do estado e apoiar organizações tanto do poder público como da iniciativa privada e do terceiro setor", diz o sociólogo Roberto Saorim, da equipe de responsabilidade social da Secretaria de Integração entre a Universidade e o Setor Produtivo, da Universidade Federal da Paraíba. A instituição é uma das idealizadoras do projeto, ao lado de outras seis organizações, entre elas o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o Serviço Social da Indústria (SESI) e a Central Única dos Trabalhadores (CUT). "A idéia é construir um espaço onde uma organização que quer desenvolver um tipo de projeto pode receber consultoria", aponta.
O Fórum servirá também para disseminar experiências exitosas e orientar as entidades sobre os conceitos da responsabilidade social. "Muitas vezes, tem empresas fazendo trabalhos nos bairros em que estão localizadas, o que é importante. Mas elas não têm a visão de que a responsabilidade social tem que começar no espaço interno. Tem empresa que faz filantropia, mas que trata muito mal seus funcionários e consumidores", ressalta o sociólogo.
As reuniões serão feitas dentro da própria universidade. Saorim afirma que a iniciativa pretende acolher outras instituições, além das sete fundadoras. "Queremos reunir os vários setores para que eles possam aplicar seus recursos para o trabalho social de maneira articulada. Os problemas sociais são imensos e, para enfrentá-los, precisamos de parcerias", destaca.
O combate à pobreza será uma das áreas de maior prioridade para a atuação no estado, destaca Mércia Cavalcanti, assistente de projeto do PNUD na Paraíba. "A maior preocupação é dar meios de sustentação para o povo pobre, dar suporte, capacitação", diz. Mais de 54% da população da Paraíba com mais de 10 anos recebem até dois salários mínimos por mês, segundo a PNAD 2005 (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios). O rendimento mensal médio dos paraibanos é de R$ 340, cerca de 35% a menos que a média brasileira (de R$ 527).
Fonte: Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento - PNUD , com base em matéria de Talita Bedinelli.
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