De acordo com uma pesquisa realizada pela BDO Trevisan, empresa de consultoria e auditoria com 22 anos de experiência, a maioria das empresas não possui políticas especiais na área de responsabilidade social. A pesquisa, que teve por objetivo mapear a situação da responsabilidade social corporativa em diversas regiões do país, foi realizada entre outubro de 2005 e janeiro de 2006 e envolveu 12, 58% de 620 empresas que receberam um questionário com 20 perguntas sobre o tema. O estudo apontou também que muitas empresas, que já realizam ações na área de responsabilidade social, receiam dar publicidade ao que vêm fazendo. A pesquisa mostra que o tema Responsabilidade Social é tratado com certa reserva pelos gestores e acionistas. "Apesar do crescimento significativo nos últimos anos com relação à preocupação sobre os aspectos socioambientais, existe um outro tabu a ser vencido: a questão da divulgação das informações", afirma Mauro Ambrósio, sócio-diretor de Auditoria da área de Responsabilidade Social da BDO Trevisan. Segundo ele, muitas empresas já atuam com alguns projetos de sustentabilidade, mas por desconhecerem o assunto ou por quererem fugir dos holofotes, acabam não divulgando suas ações. "O que é uma pena", conclui.
Quando questionadas se já haviam publicado algum balanço social, 51 empresas responderam não; 21, sim; e 2 não responderam. No tópico "Executa ações internas com clientes e fornecedores com o objetivo de erradicar trabalho infantil?", 53 responderam não; 24, sim; e 1 não respondeu. Na questão "Estimula atividades de trabalho voluntário dos funcionários em comunidades carentes?", 41 responderam não; 36, sim; e 1 não respondeu. Na pergunta "Conscientiza os profissionais da área de Vendas ou outras sobre assuntos relacionados ao Código de Defesa do Consumidor?", 36 responderam não; 41, sim; e 1 não respondeu. Quanto ao desenvolvimento de políticas de combate à corrupção, propina e assédio sexual, 48 empresas responderam que não desenvolviam; 29, que sim; e 1 não respondeu. No tópico "Mantém Associação, creche ou instituição de ensino para atender às necessidades da comunidade?", 52 responderam não; 25, sim; e 1 não respondeu. Na pergunta "Tem políticas especiais para portadores de deficiências?", 46 responderam não; 31, sim; e 1 não respondeu.
Já com relação à utilização de material reciclável e tecnologias menos poluentes, 55 disseram que utilizavam; 20, que não; e 3 não responderam. Sobre a utilização de incentivos fiscais para atividades ligadas à cultura como Lei Rouanet, Lei Falcão entre outras, 56 responderam não; 21, sim; e 1 não respondeu. Quanto à participação com outras organizações na discussão de problemas comunitários? 40 disseram não; 37, sim; e 1 não respondeu. Na pergunta "Já teve acesso ao conteúdo dos protocolos de Kyoto ou de Montreal?", 13 disseram que já ter tido acesso ao protoco de Kyoto; 2, ao de Montreal; 13, aos dois; e 45, a nenhum dos dois. Pra concluir as perguntas, quase metade respondeu que gostaria de consultar especialistas que pudessem esclarecer sobre o tema responsabilidade social.
Responderam à pesquisa 78 empresas das 620 consultadas em diversos ramos de atividade: comércio (11, 54%); educação (2, 56%); energia (6,41%); indústria (29,49%); serviços (41,02%); e terceiro setor (8,98%).
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