Indústrias como petrolíferas, mineradoras, produtoras de tabaco e de bebidas integram setores que não são considerados sustentáveis. No entanto, de acordo com a consultora Cibele Salviatto, da Atitude - Gerando Resultado Sustentável, empresa especializada em desenvolver projetos de Sustentabilidade nas empresas, "se estas indústrias buscarem esta forma de gestão, ou seja, voltadas à sustentabilidade e, concomitantemente, a sociedade se responsabilizar pela parte que lhe cabe, que é abrir mão do consumo desenfreado, exigir novos materiais, novos produtos, novas formas de se fazer negócios, então pode ser que um dia não mais teremos indústrias que sejam potencialmente não sustentáveis".
Para a consultora, uma gestão voltada à sustentabilidade e Responsabilidade Corporativa atinge toda e qualquer empresa. Nenhuma deve ser excluída, já que envolve, além do produto em si, práticas de governança, ética nos negócios, relacionamentos respeitosos com stakeholders (fornecedores, clientes, funcionários, comunidade, acionistas, meio ambiente, etc.). Há ainda muitas coisas que empresas podem fazer nesta seara. "Precisam ser mais transparentes quanto à natureza potencialmente não saudável de seus produtos, ter mais ética em seus negócios, tanto na venda como na compra de insumos, procurar produtos substitutos menos danosos às pessoas e ao meio ambiente, investir em tecnologias alternativas, etc.", afirma Cibele. Ao não excluirmos estas empresas, permitimos que se pense em algo que, no futuro, possa vir a substituí-las.
Cibele enfatiza que a sociedade precisa deixar de utilizar os produtos fabricados por essas empresas antes de julgá-las e excluí-las. "Enquanto isso não acontece, é possível incluí-las num caminho de melhores práticas de responsabilidade corporativa e acreditar que isso pode, algum dia, levar a um mundo mais sustentável", conclui a consultora.
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