Em entrevista ao site Mobilizadores COEP, o professor, consultor e coordenador do Programa REDES-UERJ de Responsabilidade Social e Desenvolvimento Sustentável, Paulo Marcio de Mello, ressalta que há contradições fortes entre a sustentabilidade e o desenvolvimento sustentável, como a impossibilidade de o planeta manter o modo de produção ineficaz que predomina hoje, baseado em suposições falsas, como a crença na capacidade de utilização de quantidades crescentes de recursos a preços baixos ou a capacidade ilimitada do ambiente de absorver os resíduos do processo produtivo. "É urgente a difusão de um novo conceito, o de desenvolvimento ético, e há caminhos possíveis para a transformação eficaz e necessária", adverte.
Paulo Márcio explica que, de acordo com a norma brasileira de responsabilidade social (ABNT NBR 16001:2004), o desenvolvimento sustentável é a finalidade da responsabilidade social e representa uma tentativa de ultrapassar uma concepção economicista do desenvolvimento, muito difundida a partir dos anos 1950, segundo a qual, até a sociedade chegar aos seus benefícios, ela precisa passar por uma seqüência encadeada de fenômenos. Ele explica que esta cadeia é duplamente ilusória, "primeiro porque presume uma seqüência que parte do nível de renda, passa pela poupança, pelo investimento, pelos bens de capital, pelo crescimento e, finalmente, o desenvolvimento".
Segundo o consultor, "a relação mais construtiva da responsabilidade social com o desenvolvimento sustentável está no transformador deslocamento do eixo da discussão do desenvolvimento, do produto, mais produto, como se entende o crescimento, para a qualidade dos processos, mais éticos e transparentes".
Leia a entrevista na íntegra no site Mobilizadores COEP. |