Representantes dos Ministérios do Meio Ambiente e da Ciência e Tecnologia, do Greenpeace e de instituições privadas estarão reunidos no dia 30 de maio, no Centro Universitário Senac - Campus Santo Amaro, para a conferência "As Oportunidades e Desafios dos Projetos de Créditos de Carbono no Brasil".
Gratuito, o evento tem como foco os desafios, experiências e oportunidades para o desenvolvimento de projetos de Mecanismos de Desenvolvimento Limpo (MDL) no país, que ocupa o terceiro lugar na venda de compensações, atrás da China e Índia.
A conferência, que tem o apoio da Câmara de Comércio Brasil-Itália (ITALCAM), apresentará também projetos de pequena escala, como melhora no tratamento de dejetos, utilização de biogás, reflorestamento, envolvendo empresas de pequeno e médio porte, além de governo, instituições financeiras e comunidade.
"Nosso objetivo é ampliar o conhecimento sobre esse tema. A partir do Tratado de Marrakesh (2001), passou-se a discutir ações voltadas para pequenos empreendimentos e comunidades locais. E como as oportunidades para iniciativas desse porte ainda são pouco conhecidas no Brasil, decidimos organizar esse encontro", afirma o gerente de desenvolvimento do Senac São Paulo, Cláudio Silva.
Thelma Krug, secretária da pasta de mudanças climáticas e qualidade ambiental do Ministério do Meio Ambiente, abre a conferência com Marcelo Furtado, diretor de projetos do Greenpeace Brasil, e Gustavo Mozzer, assistente técnico do Ministério da Ciência e Tecnologia, comandando um painel que discutirá os efeitos das mudanças climáticas e suas implicações nos cenários social, político e econômico.
No segundo painel, os palestrantes mostrarão como os negócios de carbono se tornaram um novo mercado de oportunidades para consultorias e instituições financeiras, com a participação de Antonio Lombardi, gerente para o meio ambiente e mudanças globais do clima do Banco ABN-AMRO, Marcelo Rocha, fundador da consultoria Fabrica Ethica, e Hajime Uchida, gerente geral do Banco Sumitomo.
As companhias Ecosecurities e Ecoinvest Carbon, que atuam como intermediárias entre os projetos de redução de emissão dos gases do efeito estufa e os compradores dos créditos de carbono, dão continuidade à programação do evento com cases de pequenas e médias empresas que adotaram com sucesso ações de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL).
Os interessados devem fazer inscrição antecipada pelo e-mail inscricoes.extensao@sp.senac.br.
Efeito Estufa
Foi a partir do Protocolo de Kyoto, assinado em 1997, que os países desenvolvidos começaram a discutir o efeito estufa, suas conseqüências e quais ações poderiam ser adotadas para diminuir a emissão de gases nocivos ao planeta. Posteriormente, o tema ganhou força também entre os países em desenvolvimento, com os ambientalistas e cientistas apontando as graves conseqüências do aquecimento global.
Esse alerta fez com que o assunto passasse a ser discutido pela sociedade que começou a repensar suas ações em relação ao planeta e a procurar ações que reduzissem os efeitos das mudanças climáticas. Governo, organizações não-governamentais, instituições financeiras e empresas começam a se estruturar para entenderem e implantarem os Mecanismos de Desenvolvimento Limpo (MDL), como é o caso do crédito de carbono.
Essas cotas de compensação, atualmente, são comercializadas entre os países industrializados. Cada tonelada de carbono que deixa de ser emitida, gera um crédito com valores entre US$ 7 e US$ 12.
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