Incentivar funcionários para que se tornem voluntários em projetos sociais tem se tornado uma prática cada vez mais freqüente nas empresas brasileiras. A conclusão é de uma pesquisa feita pela ONG Riovoluntário. O estudo, intitulado "Perfil do Voluntariado Empresarial no Brasil", analisou 89 companhias de todo o país que se declararam promotoras de ações de voluntariado. O levantamento aponta que quase metade delas (45%) tem programas institucionais no terceiro setor, com planejamento e orçamento anuais definidos.
Para a coordenadora da pesquisa Laurelena Palhano, as empresas estão cada vez mais atentas à promoção de ações de cidadania dentro e fora de seu espaço corporativo. "Isso nos leva a crer que o assunto está ganhando cada vez mais espaço dentro das companhias".
A principal expectativa das empresas ao desenvolverem programas de voluntariado é melhorar o relacionamento com as comunidades. Esse ponto foi declarado por 65% das unidades pesquisadas. O objetivo seguinte, de acordo com 38% dos entrevistados, é atender às necessidades sociais das comunidades.
O coordenador de Responsabilidade Social e Ética do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase) Ciro Torres alerta para o fato de que, isoladamente, ações de voluntariado não representam um compromisso da empresa com a responsabilidade social. Segundo ele, é preciso verificar um conjunto de práticas relacionadas à ética e à transparência, que também precisam ser valorizadas pela companhia.
"Muitas empresas criam programas sociais para compensar um mal que causam à população. Claro que promover ação social privada é bom e vai trazer benefícios para a comunidade atendida, mas não adianta se essa prática for pontual para mil pessoas e, por outro lado, a forma de produção dessa empresa causar danos ambientais ou o produto que ela desenvolve trouxer malefícios a um número muito maior de pessoas".
Fonte: Agência Brasil, com base em matéria de Thaís Leitão. |