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Empresa investe no social, Adital, 07/06/2005

Por Adital

Pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) apresentada esta semana que analisa a participação das empresas na área social mostra que cresceu 35% no Nordeste, passando de 55% em 1999 para 74% em 2003, contra apenas 6% no Sudeste, passando de 67% para 71% no mesmo período. Esta é a segunda pesquisa do gênero. A liderança no Nordeste fica com a Bahia com 76% de participação, mas o destaque está no crescimento do envolvimento social das empresas também nos outros estados da região. "Houve um aumento significativo da ordem de 64% no Ceará, de 55% em Pernambuco e de 46% nos outros estados", diz a coordenadora-geral da Pesquisa, Anna Maria Peliano.

Uma das novidades desta segunda edição da Pesquisa foi a análise das ações sociais voltadas especificamente para o combate à fome. Os resultados apontam que 100 mil empresas das duas regiões deram sua contribuição, e a maior parte delas (70%) doou alimentos. No Nordeste, o perfil da atuação dos empresários foi mais homogêneo e as ações de combate à fome envolveram 31% das empresas. No Sudeste, 28% colaboraram de alguma forma, mas o comportamento variou conforme o setor de atividade, o porte e o estado. Destacam-se na atuação: as empresas agrícolas (74%), as grandes empresas (59%) e os empreendimentos localizados em Minas Gerais (36%).

"Vê-se que, mesmo entre as empresas que nada fazem para fora de seus muros, há um conhecimento generalizado sobre a possibilidade de atuação no campo social", comenta Anna Peliano. "E isso é muito positivo". O principal motivo alegado pelas empresas que não se envolveram em ações sociais foi a falta de dinheiro (53% no Sudeste e, 62% no Nordeste), sendo que uma proporção bem menor reclama da ausência de incentivos governamentais (16% no Sudeste e, 10% no Nordeste).

Em entrevista à Adital a coordenadora-geral da Pesquisa, Anna Maria Peliano, falou sobre a pesquisa:

Adital - Há uma mudança de comportamento do empresário brasileiro quanto à sua responsabilidade social?
Anna
- Inicialmente é importante frisar que a Pesquisa do IPEA debruça-se sobre o fenômeno da participação voluntária das empresas privadas no campo social. A atualização dos dados da Pesquisa revelou, dentre outros resultados, que proporcionalmente mais empresas estão dando sua contribuição. Com efeito, trata-se ainda de uma contribuição predominantemente marcada pela caridade e pelo atendimento de demandas vindas das comunidades ou, em menor proporção, dos governos. A ajuda é feita por intermédio de doações a organizações que executam projetos sociais, ou mesmo, diretamente para pessoas que pedem auxílio. A atuação é informal, de caráter assistencial e personalizada na medida em que é da responsabilidade dos próprios donos ou dos dirigentes das empresas; os empregados têm sido pouco envolvidos nessas atividades. É provavelmente por estes motivos que o investimento social privado é bastante sensível ao ambiente econômico: quanto mais prósperos os negócios, mais verbas são destinadas ao social e vice versa. As ações são voltadas preferencialmente para o grupo infantil, seguramente considerado como o mais vulnerável à pobreza e à miséria. O retorno, em geral, é percebido no campo das gratificações pessoais e da melhoria das condições de vida das comunidades atendidas.

O empresário brasileiro se sente responsável pela situação de pobreza e miséria do povo brasileiro?
Anna
- Há um entendimento comum de que o enfretamento da questão social é tarefa, sobretudo, do poder público e de que o investimento social privado não deve substituir a ação governamental. Entretanto, independentemente da região, encontram-se percepções diferentes quanto ao papel do setor empresarial no combate à pobreza. Assim, a maior parte, mais proativa, defende que o Estado sozinho não é capaz de resolver os problemas sociais e de que as empresas devem fazer sua parte realizando ações que vão além de gerar empregos, pagar impostos e zelar pela qualidade dos produtos ou serviços prestados. Já, um grupamento menor de empresários, mais reativo, se sente pressionado a atuar devido ao crescente aumento das demandas; discorda da afirmação de que o poder público não tem condições para equacionar as mazelas sociais e de que seja papel do setor privado lucrativo combater a pobreza. Acredita que se as empresas cumprissem com suas obrigações de criar postos de trabalho, pagar seus tributos e garantir a qualidade do que produzem, já estaria, dando sua colaboração para o bem estar social da população.

Quais as ações sociais mais contundentes por parte dos empresários atualmente?
Anna - Em 2003, como no final da década de 1990, as atividades mais realizadas pelos empresários das duas regiões se concentram no binômio assistência social (também entendida como desenvolvimento comunitário, no Nordeste) e alimentação. Independentemente de qual seja a região considerada, crescem as ações na área de alimentação que, como conseqüência, se torna a área prioritária de atendimento, envolvendo 49% das empresas do Sudeste e 45% das do Nordeste. Pode-se supor que este aumento esteja relacionado ao programa Fome Zero, lançado pelo governo em 2003. É importante destacar, contudo, o expressivo crescimento de algumas outras áreas, como, no caso do Sudeste, das de qualificação profissional (que passou de 1% das empresas em 1998, para 19%, em 2003), lazer e recreação (de 4%, em 1998 para 24%, em 2003) e saúde (de 13% para 21%). No Nordeste, o destaque é da saúde: em 2003, a proporção de empresas que atuavam nessa área (21%) era 3 vezes maior do que em 1999 (7%). No período estudado dobrou o percentual de empresas que realizam ações de educação (13%, em 1999 e 28%, em 2003) e de qualificação profissional (7%, em 1999, e 14%, em 2003). Como conseqüência da entrada de novas áreas, o público-alvo das empresas também foi ampliado, passando a incorporar, de maneira mais intensa, idosos, pessoas portadoras de doenças graves, de deficiências e jovens.

Fonte: Agência de Informação Frei Tito para a América Latina - Adital


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