Página Principal  
site do ipea contato


Contato
A Pesquisa
Resultados
2ª Edição (2006)
1ª Edição (2002)
Parceria
Perguntas Freqüentes
Notícias
Veja Também
Entidades
Organizações Sociais
Revistas Digitais
Internacionais
Artigos
Apoio:
Rede Ipea

Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada - IPEA

Diretoria de Estudos
Sociais - DISOC

SBS, Ed. BNDES, 14º andar
Brasília - DF - 70.076-900

Fone: 61 - 3315 5282
Home > Notícias

Notícias

A nova maneira eco-eficiente de ser das empresas

Uma empresa oferece serviço de reflorestamento para áreas afetadas por erosão, outra assessora fábricas para neutralizar suas emissões de carbono e uma terceira contrata um laboratório ambiental para avaliar danos ecológicos. É a nova geração que valoriza a maneira "eco-eficiente de ser". Estas companhias exibiram seus produtos na Feira de Tecnologias Sócio-ambientais, realizada entre os dias 16 e 20 de outubro, em Belo Horizonte, paralelamente à VII Conferência Latino-americana sobre Meio Ambiente e Responsabilidade Social, organizada pela consultoria Ecolatina para combater a mudança climática na região.

Segundo onaldo Gusmão, coordenador da conferência Ecolatina, quando a iniciativa surgiu, em 1998, seguindo as sugestões da Eco-92 ou Cúpula da Terra, "a questão ambiental passava mais pelos governantes e pela militância ecológica", enquanto a sociedade e o setor privado pareciam apáticos. "Nessa época, falar a um empresário sobre responsabilidade ambiental ou social era uma má palavra", recordou. Hoje, porém, a situação e muito diferente. Depois de uma década em que os empresários "começaram a reagir apenas para cumprir as legislações ambientais", que entraram em vigor nesses anos, se deram conta de que a sociedade também começava a exigir-lhes respostas no sentido da preservação. "Antes, as empresas tinham licença ambiental, mas não da sociedade", sintetizou.

Nessa conscientização incidiram outros fatores, segundo o coordenador da Ecolatina, que, além da feira, oferece cursos, seminários e oficinas para empresas sobre os desafios e oportunidades do desenvolvimento sustentável para pequenas e médias companhias, bem como ensino de administração de recursos ambientais. Entre outros, Gusmão mencionou o "Informe Nichoas Stern", deste economista britânico que em janeiro antecipou que as empresas do novo mundo de mudança climática enfrentarão normas ambientais cada vez mais rígidas, a necessidade de utilizar tecnologias para reduzir a emissão de gases causadores do efeito estufa e as modificações nos hábitos de consumo.

Também haverá maior conscientização por parte do consumidor, que gerará respostas dos governos, como a decisão da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, de implementar - como nos Estados Unidos - informação para mostrar ao consumidor quais tipos e marcas de carros emitem menos gases tóxicos. Em São Paulo, maior cidade do Brasil, já há um veículo para cada pessoa. "As companhias estão mudando seus modelos", destacou Gusmão. Assim como no passado a Revolução Industrial rompeu o modelo de produzir mais, hoje o novo paradigma é contra a revolução industrial", sintetizou o coordenador da Ecolatina.

Como exemplo, Gusmão citou os comitês de recursos hídricos, formados por comunidades ribeirinhas e as empresas para defesa de cursos de rios em conjunto com representantes de governos estaduais ou municipais. Diante de um determinado problema ambiental do rio, como a contaminação causada pelos resíduos despejados por uma fábrica, pela seca ou a presença de lixo domestico jogado pelas pessoas, o comitê se reúne, estabelece um plano de ação e o executa com os recursos obtidos por seu órgão gestor. Somente em Minas Gerais existem 32 comitês deste tipo.

"As empresas começaram a perceber que a água é um bem que utilizam e que começa a escassear", disse Gusmão. Ele contou o caso de uma cervejaria, que integra o Comitê do Rio Piracicaba, em São Paulo, porque está consciente de que, se o rio secar ou for contaminado, acabará a matéria-prima com que trabalha, que é a água. uma prática cada vez mais comum e que o Serviço Brasileiro de Assistência à Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) começa a estimular entre seus associados. Paulo Alvim, gerente de meio ambiente do Sebrae, afirmou que as empresas "percebem que precisam transformar em oportunidade o que antes era um problema" (a legislação ambiental).

Do ponto de vista empresarial, Alvim disse que o diferencial ecológico, hoje de responsabilidade social, "começa a ser uma estratégia de marketing interessante", porque "a demanda ambiental de parte dos consumidores é cada vez maior". Com exemplo desse "diferencial de marketing", que propõe às pequenas e médias empresas, mencionou o caso de um restaurante que hoje se preocupa em mostrar como funciona sua cozinha, que não deixa lixo na porta e oferece um sopão a uma comunidade próxima com os alimentos excedentes do dia.

"A imagem é uma das estratégias de inserção no mercado", disse Alvim, destacando que se houvesse maiores incentivos fiscais por parte do governo ou  estímulo ao crédito para esses fins "o salto seria ainda maior para criar uma produção e um consumo sustentáveis". Uma preocupação crescente que se expressa no número de empresas de serviços e tecnologias ambientais, este ano somou 79 stands na Ecolatina.

A Ecolabor, que diz ter aumentado sua carteira de clientes a partir do aumento das exigências ambientais por parte do governo, citou o caso de uma empresa do Pará que os contratou porque os pescadores reclamavam que seus dejetos estavam matando os peixes. O laboratório detectou que na realidade a contaminação do rio era causada por um tipo de bambu que os pescadores retorciam na água e que soltava toxinas.

Fonte: Envolverde/ IPS, com base em matéria de Fabiana Frayssinet,


Outros artigos desta seção:

Notícias da semana, publicadas entre 22 e 30 de abril

Fórum Amazônia Sustentável é lançado em São Paulo

População brasileira se interessa pelas práticas socioambientais das empresas

5º Congresso Gife reúne 700 lideranças do terceiro setor

74% dos paulistas investem em responsabilidade social local
todos os artigos