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Articulação intersetorial para solucionar problemas sociais

Cresce entre empresas socialmente responsáveis a crença de que a articulação intersetorial é a melhor estratégia para a solução de problemas sociais complexos, como o da educação. E que, por tabela, o investimento social privado será mais eficaz se conseguir um alinhamento com as políticas públicas. Em abril , o Grupo de Instituições, Fundações e Empresas (Gife), o Compromisso Todos Pela Educação e o Ibmec deram um primeiro passo importante para a consolidação desse conceito, ao colocar frente a frente o ministro da Educação Fernando Haddad  e 120 representantes das fundações ligadas aos maiores grupos empresariais brasileiros.

Na pauta do encontro inédito, uma abordagem pouco comum: como governo federal e fundações podem trabalhar juntos para melhorar a qualidade da educação básica pública do país? "Há boas iniciativas criadas por empresas e fundações empresariais. E é preciso reconhecer que nem sempre o Estado prestou atenção a elas. Esses projetos se mostram, muitas vezes, mais eficazes do que os formulados em gabinetes. Com o apoio governamental, podem ser ampliados", afirmou Haddad. Na prática, o ministro e sua equipe querem incluir algumas dessas iniciativas em um banco de tecnologias educacionais que será criado, em breve, para apoiar o desenvolvimento de mil municípios brasileiros com o pior desempenho em educação.

O interesse crescente do investimento social privado pela educação decorre da clara correlação entre escolaridade, desigualdade social e desenvolvimento. De acordo com a Fundação Getulio Vargas, a diferença no número de anos de escola explica entre 30% e 50% das desigualdades sociais brasileiras. Para alguém que nasce no Brasil, portanto, um ano a mais de escolaridade pode resultar em até 15% de acréscimo na renda. "Mas é preciso que a escola volte a ser um lugar onde se aprende", disse o ministro, destacando que a tarefa exige mobilização dos diferentes setores da sociedade.

"Para se ter uma idéia do nosso desafio, a nota média da educação nos municípios brasileiros é de 3,7. Mas em 1,8 mil cidades chega a ser de 2. Queremos atingir a nota 6 até 2022, a média dos países da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE)", diz Haddad, usando como referência um Índice de Desenvolvimento de Educação Básica (Ideb), em processo final de formatação.

A julgar os resultados mais recentes do Prova Brasil, que avaliou o desempenho de alunos de quarta e oitava séries, os estudantes precisarão dobrar seu nível de conhecimento em 15 anos. Para o ministro, esse é um desafio possível de ser superado. Mas exigirá avaliação, financiamento, gestão de qualidade e formação, princípios que regem o recém-lançado Plano de Desenvolvimento da Educação, também conhecido como o 'PAC da Educação'. "Cerca de 200 municípios obtiveram nota 5,5. Analisando a razão do sucesso escolar nessas regiões, o Unicef descobriu que elas seguem procedimentos simples: os diretores são escolhidos com base em critérios de competência e não políticos, há período comprobatório para os educadores, os alunos recebem acompanhamento individualizado, todos são alfabetizados até os 8 anos de idade, a família se envolve no processo de educação e a evasão é combatida indo até a casa dos estudantes", explica o ministro. Em sua opinião, "um real investido por uma fundação, em sintonia com uma política pública, vai render simbolicamente dez vezes mais do que o realizado pelo MEC sozinho".

Investimentos de R$ 1 bilhão por ano

Os líderes de fundações empresariais que se reuniram para trocar experiência com o ministro da Educação representam um grupo que investe R$ 1 bilhão por ano em atividades sociais, beneficiando 5 milhões de pessoas. E esse montante vem crescendo. Em 2001 era de R$ 480 milhões. Em 2004, de R$ 737 milhões.

A considerar o estudo de 2006 do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) sobre a evolução da ação social das empresas - , segundo o qual o volume os recursos destinados pelos empresários brasileiros a ações sociais somam R$ 4,7 bilhões -, as fundações ligadas ao Gife são responsáveis por 25% do investimento social privado no país. Estima-se que quase 30% desses recursos sejam colocados em educação, o que significa algo em torno de R$ 300 milhões anuais. "As fundações vêm contribuindo para a melhoria da educação pública de muitas maneiras diferentes. Isso tem ocorrido, por exemplo, na forma de tecnologias sociais importantes, como programas de aceleração da aprendizagem, sistemas de gestão, formação de professores e desenvolvimento de metodologias de inclusão digital.

"Na realidade, o Estado já aproveita parte dessas metodologias", afirma Fernando Rossetti, do Gife. Segundo o executivo, o papel do Gife é sistematizá-las e disponibilizá-las para prefeituras e estados. O primeiro passo consiste em integrar as iniciativas dos associados. O segundo, em identificar áreas nas quais as fundações podem fazer mais ou menos diferença. "Sabemos, por exemplo, que o ensino fundamental e a educação de jovens recebem mais investimento privado, e que a pesquisa, creche e pré-escola, recebem menos. Precisamos rever isso", acrescenta. Para ele, o diálogo entre fundações e MEC abre a possibilidade de que cada ator conheça o que o outro está fazendo, e as ações, normalmente dispersas, alinhem-se em torno de uma política pública de educação mais sistêmica.


Fonte: IdéiaSocial, com base em matéria publicada.


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