O objetivo desta seção é descrever o perfil socioeconômicos das vítimas e alguns aspectos situacionais. Nota-se, nesse caso, que há regularidades estatísticas que caracterizam o fenômeno dos homicídios no Brasil. Conhecer tais padrões é importante, sobretudo, para pensar políticas públicas. Para tanto, analisamos os microdados dos cerca de 609696 homicídios ocorridos no Brasil entre 2012 e 2022, segundo os registros do Sistema de Informações sobre Mortalidade, do Ministério da Saúde (SIM/MS).
As vítimas de homicídios são predominantemente homens.
Entre os homens, metade (50%) das vítimas de homicídios estão na faixa entre 15 e 27 anos. Para as mulheres, a faixa entre 15 e 32 anos concentra 51% das vítimas.
Tanto para homens quanto para mulheres, os negros (pretos e pardos) são as principais vítimas de homicídios: 76% entre os homens e 66% entre as mulheres.
O maior número de vítimas está na população com baixa ESColaridade (até 7 anos de estudo), concentrando 73% e 64% das vítimas, para homens e mulheres respectivamente. Isso é confirmado pelas taxas de homicídio: as taxas de menor ESColaridade são as mais altas.
Os solteiros são a grande maioria das vítimas e taxas confirmam isso.
Os homicídios se concentram nas vias públicas e hospitais (onde ocorrem as mortes de pessoas gravemente feridas socorridas). Destaca-se a alta proporção de vítimas mulheres em domicílios, o que revela o fenômeno do feminicídio.
Nota-se que os meses de primavera/verão concentram mais homicídios (52%) que os de outono/inverno (48%) para os homens e mulheres.
Os finais de semana trazem os dias com maior número de homicídios.