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Organização Mundial da Saúde (OMS) lidera esforços de pesquisa no combate à Covid-19

Estudo global envolvendo diferentes países vai testar fármacos e vacinas em larga escala

Samuel Antenor

Lançado no final de março pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o Solidarity, um estudo global conduzido por instituições de pesquisa de diversos países, vai testar medicamentos considerados promissores para o combate à Covid-19. A proposta é comparar em pacientes quatro opções de tratamento e avaliar sua eficácia.

Os fármacos e vacinas estudados serão largamente testados antes de serem liberados, já que é preciso obter comprovação de segurança e eficácia para uso em seres humanos. A aprovação de órgãos reguladores oficiais também é uma exigência para sua liberação ao uso.

Antes de ser aprovada, uma nova droga passa obrigatoriamente por diferentes fases de pesquisa. No esforço internacional empreendido pela OMS, uma das estratégias para acelerar o processo de testes é observar e analisar os efeitos terapêuticos de medicamentos clinicamente aprovados já usados no tratamento de outras doenças. O objetivo é descobrir rapidamente se algum deles atrasa a progressão da Covid-19 ou melhora a sobrevida. 

Outros medicamentos podem ser adicionados com base em evidências emergentes. Até o momento, estima-se que quase uma centena de fármacos disponíveis no mercado estejam sendo testados ao redor do mundo com foco no combate à doença.

Ainda não foi demonstrado que produtos farmacêuticos são seguros e eficazes para o tratamento de Covid-19. No entanto, vários medicamentos são considerados possíveis terapias de investigação. A expectativa da OMS é de que o estudo global reduza o tempo gasto em 80%, em comparação com outros ensaios clínicos randomizados.

Os medicamentos que compõem o estudo são o Remdesivir, o Lopinavir com Roitonavir e uma combinação desses dois com Interferon beta-1a. A Hidroxicloroquina também faz parte do estudo, para o tratamento de condições reumatológicas ligadas à doença, mas foi temporariamente suspensa pelo grupo executivo responsável. Vale ressaltar que a OMS retirou do estudo a cloroquina, inicialmente listada, e recomendou que os países suspendam seu uso no combate à Covid-19.

A decisão foi tomada depois de controvérsias em diferentes pesquisas envolvendo a droga e do registro de mortes provocadas pelo medicamento, conforme divulgado em estudo publicado na revista Lancet, que relatou diminuição da sobrevida hospitalar e aumento da frequência de arritmias ventriculares associados ao uso do medicamento no tratamento da Covid-19.

Atualização: Em 3 de junho, a OMS anunciou a retomada dos estudos envolvendo a Hidroxicloroquina, mas voltou a suspender as pesquisas em 17 de junho.