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Investimento federal em C&T retrocede mais de uma década, aponta estudo do CTS

Nota técnica do IPEA, tema de reportagem de capa do Estadão, mostra que recursos aplicados em ciência e tecnologia em 2020 são inferiores aos de 2009

Flavio Lobo

Em 2009, o governo federal investiu 19 bilhões em ciência e tecnologia. Pouco mais de uma década depois, os recursos aplicados nesse setor estratégico – cada vez mais decisivo para o desenvolvimento – baixou para R$17,2 bilhões, em valores corrigidos pela inflação do período.

A gravidade desse retrocesso fica mais clara quando se constata que não se trata de fato isolado, que poderia se explicar por condições especiais dos dois períodos recortados. Como demonstra estudo da economista Fernanda De Negri noticiado pelo jornal O Estado de S. Paulo em 24 de agosto, depois de atingir seu maior valor histórico em 2013 (R$ 27,3 bilhões), as verbas federais para C&T vêm se reduzindo substancialmente desde 2015.

Publicada como nota técnica preliminar do IPEA, a análise assinala que, no atual governo, o declínio foi agravado pela retenção de parte do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) – bloqueio que, mesmo proibido pelo Congresso, continua impedindo a injeção de cerca de R$ 2,7 bilhões no setor.

Ouvido pela reportagem do Estadão, o presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Renato Janine Ribeiro alertou: “o Brasil de 2021 não cabe no Brasil do início dos anos 2000”.

A reportagem do Estadão assinala que os cortes geram desde “problemas pontuais, como a pane da plataforma Lattes” até danos no longo prazo, “como a perda de competitividade da economia”, que, por sua vez, prejudica o desenvolvimento socioeconômico do país.

Leia a nota técnica do IPEA “Políticas públicas para ciência e tecnologia no Brasil: cenário e evolução recente”, clicando aqui.

Para a reportagem “Brasil tem menor investimento em ciência dos últimos 12 anos”, clique aqui*.

*O acesso ao texto integral requer login no site do Estadão.