2004. Ano 1 . Edição 5 - 1/12/2004

por Andréa Wolffenbüttel

Os dados preliminares da segunda edição da pesquisa Ação Social das Empresas, elaborada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), apontam um crescimento da participação da iniciativa privada no Brasil no atendimento dos problemas sociais. Segundo o levantamento, 74% das empresas da região Nordeste e 71% da Sudeste afirmaram realizar algum tipo de investimento comunitário em 2003. As ações variaram desde uma simples doação até complexos projetos de desenvolvimento humano. Para se ter uma idéia deste crescimento, no final dos anos 1990, os números eram respectivamente 55% e 67%. Minas Gerais se manteve como o estado com maior índice de participação, 81%. O combate à fome foi um dos destaques do levantamento. Perguntados de forma específica se realizavam algum tipo de ação voltada para esse campo, 31% dos empresários do Nordeste e 28% do Sudeste afirmaram que sim.

Chama a atenção o fato de que as grandes empresas do Nordeste, com mais de 500 funcionários, estão cada vez mais engajadas em atividades sociais. No ano passado, esse tipo de atuação fez parte do orçamento de 94% delas, um crescimento de quase 50% em relação aos 63% do levantamento anterior. A nova situação coloca as companhias da região em um patamar tão elevado quanto as do Sudeste, com um índice de 96%.

Na nova edição do levantamento, também foi perguntado aos entrevistados por que não participam das iniciativas sociais. A maioria deles, 62% das instituições no Nordeste e 53% no Sudeste, alega a falta de recursos. O segundo motivo mais alegado é a falta de incentivos governamentais - 10% no Nordeste e 16% no Sudeste.

A primeira etapa da pesquisa foi feita em uma amostra de 4.109 empresas das regiões Nordeste e Sudeste, onde está concentrado aproximadamente de 70% do setor privado nacional.