Salvem as lagostas |
2005. Ano 2 . Edição 8 - 1/3/2005 por Andréa Wolffenbüttel
Elas podem não ser tão simpáticas quanto as baleias, mas também estão correndo risco. As lagostas estão sendo caçadas de forma intensiva e não conseguem mais se reproduzir na mesma velocidade em que são capturadas. A pesca predatória fez com a que a produção brasileira caísse de dez mil toneladas anuais, durante a década de 90, para alarmantes seis mil toneladas nos últimos dois anos. O problema vai muito além das preocupações exclusivamente ambientais. Junto com o camarão, a lagosta representa 66% dos produtos pesqueiros exportados pelo Brasil e sua indústria emprega cerca de 150 mil pessoas, trabalhando desde a construção de embarcações até a captura propriamente dita. Preocupado com a situação, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) organizou um Comitê de Gestão do Uso Sustentável da Lagosta com o objetivo de fiscalizar e combater a pesca predatória. O primeiro desafio do Comitê é localizar os interlocutores, já que os barcos lagosteiros que atuam legalmente são aproximadamente 1,3 mil, enquanto a frota clandestina, estima-se, já chega a 2,5 mil. |