2005. Ano 2 . Edição 9 - 1/4/2005
por Andréa Wolffenbüttel
Na semana de 10 a 15 de maio, Brasília estará movimentada. Pelo menos oito chefes de Estado de países árabes e 1.000 empresários árabes e sul-americanos estarão na cidade para a primeira Cúpula América do Sul-Países Árabes, para a qual foram convidados representantes dos 22 países que compõem a Liga Árabe e de todas as nações sul-americanas.
É primeiro encontro político e econômico formal entre as duas regiões fora da programação regular de trabalho da Organização das Nações Unidas. O objetivo é começar a tornar realidade a proposta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de aumentar a integração Sul-Sul e criar uma nova "geografia comercial" no mundo. A Cúpula será composta de dois eventos paralelos, um político e outro econômico. "Na reunião política, serão discutidas questões de interesse comum às duas regiões nos foros multilaterais, como melhor acesso a mercados para produtos agrícolas, em discussão na Organização Mundial do Comércio, e iniciativas para reforma do sistema financeiro internacional", diz Ernesto Rubarth, chefe de gabinete da Subsecretaria Geral de Política do Ministério das Relações Exteriores. Do encontro, deve sair uma carta assinada pelos chefes de Estado. Para Rubarth, a Cúpula estabelece uma agenda positiva num momento em que os árabes estão sendo hostilizados em todo o mundo. "O Brasil tem tradição de sempre se esforçar pela promoção da paz. Temos credibilidade suficiente e a necessária isenção para dialogar com os envolvidos, sem sermos confundidos com um movimento pró-árabe", afirma. No encontro comercial, a idéia é descobrir campos em que seja possível uma complementariedade entre as duas regiões. É bom lembrar que só a visita do presidente Lula à região, no final de 2003, já provocou aumento de 50% das exportações brasileiras para aqueles países, o que demonstra o potencial de comércio.
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