A luta continua |
2005. Ano 2 . Edição 11 - 1/6/2005 por Andréa Wolffenbüttel A aversão nutrida por grande parte dos jovens pela política partidária não significa, necessariamente, que eles estejam alheios aos destinos do país. A conclusão é da socióloga Helena Abramo e foi exposta no Encontro Latino-Americano e Caribenho de Lideranças Juvenis, realizado em maio, em Belo Horizonte. A especialista, da Universidade de São Paulo (USP), constatou que os jovens continuam querendo mudar o mundo, mas que os caminhos buscados agora são diferentes dos utilizados no passado. Vivendo em um ambiente de democracia, eles se afastaram das bandeiras exclusivamente políticas e aderiram a novas lutas nas mais diversas áreas. As mobilizações se concentram em torno de objetivos culturais, ambientais, étnico-raciais e econômicos. A identidade deles junto à sociedade também mudou. Antes se apresentavam como estudantes e o centro das reivindicações era a universidade. Atualmente, os pólos estão mais dispersos e o jovem se vê como um cidadão atuante, independente da vida estudantil. O ingresso no meio político se dá de forma mais natural, à medida que eles entendem que, para alcançar suas metas, terão necessariamente de lidar com a realidade político-partidária. |