Bom momento? |
2005. Ano 2 . Edição 13 - 1/8/2005 por Andréa Wolffenbüttel Ao contrário do que pode parecer, a crise política atual representa uma excelente oportunidade para o governo brasileiro reagir com firmeza e demonstrar a eficácia de suas instituições. A opinião é de Daniel Kaufmann, diretor de governança global do Banco Mundial. Ao participar de um evento em Santiago, capital do Chile, o executivo lamentou o estágio atrasado em que a América Latina se encontra em matéria de transparência e controle da corrupção, diferentemente dos avanços que acontecem em outros pontos do globo, tal como na Europa do Leste. Ele lembrou que problemas de corrupção existem em toda parte e mencionou o recente escândalo na Noruega causado por irregularidades de milhões de dólares nos contratos da companhia estatal de petróleo. Porém, avalia Kaufmann, o mais importante é a forma como os governos reagem aos problemas. Com base em sua experiência internacional, ele diz que o momento oportuno para que se tomem medidas politicamente mais difíceis ocorre quase sempre quando surge uma polêmica muito grave ou quando há casos de corrupção. "Se a percepção dominante é que tudo está bem, por que então gastar capital político tentando convencer os legisladores e os interesses privados a tomar certas medidas que, obviamente, podem afetá-los? Contudo, quando há escândalos, a liderança, tanto pública quanto privada, pode tirar proveito da oportunidade", declara, em tom entusiasmado. |