Uma mão na roda da inovação |
2005. Ano 2 . Edição 14 - 1/9/2005 por Andréa Wolffenbüttel É sabido que inovação é a palavra de ordem do desenvolvimento, mas é impossível inovar sem investimentos. As empresas brasileiras investem, em média, 0,6% de seu faturamento total em pesquisa e desenvolvimento (P&D) por ano, enquanto na Alemanha esse percentual é de 2,7% e, na França, de 2,5%. A falta de linhas de financiamento adequadas é um dos maiores entraves para alavancar a inovação, segundo análises do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) no trabalho "Inovações, padrões tecnológicos e desempenho das firmas industriais brasileiras". Para mudar esse cenário, o Ipea propôs à Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) um programa de incentivo à inovação no país. A idéia é criar um fundo reembolsável que utilize recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) no valor de 1 bilhão de reais por ano. Os objetivos são aumentar os investimentos das empresas em P&D dos atuais 0,6% para 1,5% de seu faturamento em oito anos e também, no mesmo prazo, dobrar o número de graduados e pós-graduados ocupados com P&D nas indústrias brasileiras. O financiamento deverá ter condições de carência, prazo e juros adequados às atividades inovativas. A idéia, portanto, é financiar projetos de tecnologia com grande potencial econômico e comercial. Um programa dessa natureza e com esse alcance poderá ser o carro-chefe da política industrial voltada para a inovação tecnológica. |