Brava gente brasileira |
2005. Ano 2 . Edição 14 - 1/9/2005 Em 2000, a família de Gilvanete Rodrigues tinha uma renda per capita de 70 reais mensais, o que a enquadrava entre os beneficiados do Programa Bolsa Família. Durante cinco anos ela recebeu o auxílio de 23 reais por mês. Há três meses, a história de Gilvanete mudou: ela conseguiu um emprego de faxineira e a aposentadoria do marido aumentou. Ao refazer as contas, Gilvanete viu que não tinha mais direito ao benefício. Não teve dúvidas. Foi até a Secretaria do Trabalho e Ação Social de Pombal, na Paraíba, onde mora, e devolveu seu cartão para que outras pessoas mais necessitadas que ela possam receber ajuda. Estar empregada e não precisar mais do Bolsa Família é uma vitória para Gilvanete. "Os dias mais felizes da minha vida são os que eu passo aqui no meu trabalho, no posto de saúde", conta ela. A atitude de Gilvanete não é um ato isolado. Só em Pombal, que tem cerca de 32 mil habitantes, 211 pessoas já devolveram seus cartões e abriram mão do auxílio. Exemplos assim mostram que valores como honestidade e solidariedade sobrevivem, mesmo quando tudo indica que estão em extinção. |