Seção de Notas |
2007 . Ano 4 . Edição 34 - 10/5/2007 Pesquisa Andréa Wolffenbüttel
O melhor destino Porto de Galinhas, em Pernambuco, foi considerado o melhor destino turístico do Brasil,pela segunda vez, por entidades do setor.O prêmio foi concedido após avaliação de desempenho comercial,sucesso,criatividade e capacidade de inovação.O balneário, que integra turismo de lazer, ecoturismo,mergulho e esportes náuticos,marca presença,também,no ranking das dez melhores praias do mundo produzido pelo Discovery Channel.Recebe em média, anualmente, 500 mil turistas - marca que tende a melhorar. Segundo estudos divulgados pela World Travel & Tourism Council (WTTC), conselho formado por empresários internacionais da área, os negócios devem crescer 7,2% no Brasil neste ano, e 5,3% nos próximos - 1 ponto porcentual acima da média mundial. Apresentações de passistas ao som de frevo, estilo musical centenário,movimentaram as ruas de Recife e Olinda depois de tantas notícias positivas. Doações encolhem Segundo dados divulgados em abril pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE),os 22 países que integram a Comissão de Assistência ao Desenvolvimento (CAD),e formam o grupo dos maiores doadores do mundo, foram menos generosos no ano passado.Sua ajuda aos pobres registrou queda de 5,1% em relação a 2005, primeira baixa em termos reais desde 1997.A soma alcançou 0,3% do Produto Interno Bruto (PIB) dos doadores.Apenas Suécia,Luxemburgo, Noruega,Holanda e Dinamarca atingiram ou excederam a meta da Organização das Nações Unidas (ONU), de doação de 0,7% do PIB, para a redução da pobreza no planeta.Mas o problema está se tornando emergencial. Ao divulgar o segundo sumário sobre a situação do clima no mundo, John Drexhage, diretor de mudanças climáticas e energia do Instituto Internacional de Desenvolvimento Sustentável,um dos autores do relatório, afirmou: “Temos de aumentar os níveis de assistência para ajudar os países em desenvolvimento a lidar com os problemas que nós,do mundo desenvolvido,criamos”.E,em plena Páscoa, abriu a temporada de mea-culpa. Água A partir de junho, empresas de saneamento e consumidores industriais e agropecuários terão de pagar pelo uso da água em duas das 22 bacias hidrográficas de São Paulo: a do rio Paraíba do Sul e a formada pelos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí. Em 2008 a medida alcançará a Bacia do Alto Tietê, importante fonte de abastecimento da área metropolitana da capital. O preço: 1 centavo de real por metro cúbico de água captada e 7 centavos por metro cúbico de efluentes despejados.A medida já é adotada pelo governo federal em cursos de água que passam por mais de um estado.
Abaixo a grosseria! O segundo boletim do ano da empresa de consultoria McKinsey,The McKinsey Quarterly, traz um artigo sobre como construir um ambiente de trabalho civilizado.Cita a SuccessFactors, uma das companhias de software que mais crescem no mundo.Seus produtos são usados em 156 países, em 18 idiomas. Desenvolveu um programa para a administração de pessoal. Entre outras coisas, estabelece 14 regras que os candidatos a uma vaga devem acatar antes da contratação. A primeira:ser uma boa pessoa. Isso inclui não interromper conversas, não olhar atravessado para colegas,não contar piadas sarcásticas e evitar outros comportamentos insultuosos.Nas contas da empresa, um funcionário hostil acrescenta 160 mil dólares à coluna de despesas, por provocar demissões, custos legais e treinamento de novos empregados.O pessoal da McKinsey considera que a providência deveria ser adotada por mais empresas e instituições,pois grosserias são comuns e não trazem benefícios. Um estudo feito com 700 moradores da cidade de Michigan,nos Estados Unidos,revelou que 27% sofrem maus-tratos no ambiente de trabalho - e os médicos formam a maioria entre eles. No Brasil,o setor de perícias do INSS registrou tantas ocorrências que, a partir deste ano,os resultados não são mais entregues aos postulantes a licenças logo após o exame médico, mas em outro dia,por um funcionário administrativo.
Um banco de dados sobre o tráfico de escravos entre 1501 e 1867 foi organizado por pesquisadores ingleses e disponibilizado on-line no site da biblioteca pública de Nova York: www.nypl.org/research/ sc/sc.html. Mostra que embarcações brasileiras e portuguesas carregaram quase 5,8 milhões de escravos,sendo que o destino de 95% deles foi o Brasil. Pior.Um terço dos africanos escravizados eram crianças,mais resistentes às péssimas condições da viagem nos navios negreiros e mais dóceis à disciplina imposta nas fazendas.Um estudo de caso sobre o tema foi publicado pelos pesquisadores David Richardson, da Universidade britânica de Hull,e Simon Hogerzeil,do Centro Psicomédico Parnassia, da Holanda,na edição de março do Journal of Economic History, da universidade norte-americana Cambridge.Pode ser baixado do site da publicação: http://journals. cambridge.org.
Raios Os prejuízos causados pelas descargas atmosféricas são absurdos. Todos os anos,morrem,em média, cem pessoas atingidas por raios, em acidentes que chegam a provocar gastos em torno de 1 bilhão de reais. Em 2007, até o final de março, foram dezoito mortes. O Grupo de Eletricidade Atmosférica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Elat/Inpe) ampliou,neste ano, o espectro de sua pesquisa para a elaboração do ranking dos municípios com maior densidade de raios, realizada desde 2005.Envolveu as regiões Sudeste e Sul,além dos estados de Mato Grosso do Sul e Goiás (3.183 municípios). E pela segunda vez consecutiva o primeiro lugar ficou com São Caetano do Sul,na Grande São Paulo.Ali,caem anualmente doze raios por quilômetro quadrado. Culpa da urbanização descontrolada, do excesso de pavimentação e de edifícios que dificultam a circulação do ar e aquecem o solo.Quando o ar quente sobe, forma tempestades.Em seguida, estão Unistalda e Itacurubi, no Rio Grande do Sul, próximas ao Paraguai,com onze e nove raios por quilômetro quadrado ao ano. Foram registrados focos crescentes no sul do Rio de Janeiro e no sul de Minas Gerais.O ranking está disponível na internet no endereço www.inpe.br/ranking.
Biodiesel A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima que 210 mil hectares tenham sido semeados com mamona neste ano - o que resultará em aproximadamente 146 mil toneladas de óleo.Como parte da política de incentivo à produção de combustíveis pouco poluentes, o governo subsidia, com redução no recolhimento de impostos, as usinas de biodiesel que compram a planta de agricultores familiares.Acontece que o produto é nobre. Enquanto o litro do biodiesel é vendido, em média, por 1,75 real, o óleo de mamona custa 2,85 reais por litro.Resultado:a mamona é esmagada e seu óleo é vendido pelas usinas de biodiesel para indústrias de cosméticos, entre outras.A constatação é da Associação Brasileira de Óleos Vegetais (Abiove). É boa notícia que os pequenos agricultores estejam ganhando mercado.E que haja lucros com a venda do óleo de mamona. O desvio está em uma atividade, cuja lucratividade é garantida pelo mercado, tirar proveito de subsídio governamental. |