Seção de Notas |
2009 . Ano 7 . Edição 56 - 10/12/2009
Política externa O historiador Amado Luiz Cervo, doutor em História pela Universidade de Estrasburgo e professor emérito da Universidade de Brasília, analisou a expansão dos negócios brasileiros em seminário que discutiu a política externa brasileira, realizado em novembro pela Diretoria de Estudos, Cooperação Técnica e Políticas Internacionais (Dicod) do Ipea. De acordo com Cervo, essa expansão se dá em duas vias: a internacionalização econômica e a redistribuição do poder no mundo. O pesquisador ainda traçou um panorama das linhas de força que coexistem na política interna do País e expôs as características da política de Estado contrapondo-as à da política externa do Brasil. A doutora em Ciência Política pela Universidade Vanderbilt e professora titular do Instituto Universitário de Pesquisa no Rio de Janeiro (Iuperj), Maria Regina Soares Lima, ressaltou o papel da democracia na história da política externa brasileira e falou da adesão do Brasil à Organização Mundial do Comércio (OMC), da participação brasileira no G20 e em negociações internacionais, e de acordos comerciais, como o Mercosul e o Parlasul. De acordo com ela, a participação do País na cooperação econômica mundial, expandindo a política externa, trouxe novo significado até mesmo para as missões militares brasileiras.
O combate ao desmatamento, a regularização fundiária, o zoneamento econômico, a demarcação das terras públicas e o conhecimento das riquezas do subsolo são os principais desafios ambientais do Brasil, afirmou o ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), Samuel Pinheiro Guimarães, durante o seminário Potencialidades Econômicas da Biodiversidade Amazônica: Desafios e Oportunidades, promovido pela Diretoria de Estudos e Políticas Regionais, Urbanas e Ambientais (Dirur) do Ipea, no dia 1º de dezembro. O evento contou também com a presença de especialistas e pesquisadores de universidades e outros órgãos governamentais, que debateram propostas de políticas públicas para a Amazônia, de concessão de florestas e distritos florestais sustentáveis e alternativas sustentáveis de geração de energia.
O ministro da Pesca e Aquicultura, Altemir Gregolin, também participou do seminário e defendeu que a melhor alternativa econômica sustentável para a Amazônia é a pesca e a aquicultura. Segundo Gregolin, a estimativa é de que se possa atingir a marca de 6 milhões de toneladas de pescado, já que a região é a maior reserva de água doce do mundo, com espécies nobres e diversificadas. A rentabilidade da aquicultura por hectare, portanto, pode ser muito maior que a da agropecuária. A demarcação de quase 50% das terras indígenas na Amazônia foi apresentada pela representante do Ministério do Meio Ambiente, Nazaré Lima Soares, como um dos resultados positivos do programa piloto para a Proteção das Florestas Tropicais do Brasil. O projeto foi implantado com apoio do G-7, da Comissão Europeia e da Holanda, para incentivar o desenvolvimento de metodologias inovadoras para gestão, uso e proteção dos recursos naturais da Amazônia e da Mata Atlântica.
Uma parceria com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) e o Sindicato dos Engenheiros de São Paulo (SEESP) permitiu a realização, em São Paulo, de um curso de economia destinado especialmente aos movimentos sociais. O encontro aconteceu entre os dias 16 e 19 de novembro e incluiu temas econômico-sociais como o trabalho, o meio ambiente e as relações internacionais, além da análise de pesquisas macroeconômicas pelos técnicos e os diretores do Ipea.
"As instituições hoje estão caducas e o que estamos vendo hoje são instituições provisórias (G8, G20). Por isso, estamos insistindo no fortalecimento, na reconstrução da legitimidade, da representatividade das Nações Unidas", afirmou o assessor especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, durante o seminário Prioridades e Desafios da Política Externa Brasileira no Médio Prazo, promovido pela Diretoria de Estudos, Cooperação Técnica e Políticas Internacionais (Dicod) do Ipea. O assessor explicou que o Brasil, apesar de ter um excelente mecanismo de política externa como o Itamaraty, se revelou despreparado, no passado, para assumir uma postura mais relevante no cenário internacional. Segundo ele, a visibilidade que o País conquistou recentemente no âmbito internacional se deve ao fato de o Brasil ter enfrentado de forma articulada grandes desafios como o crescimento econômico, distribuição de renda, equilíbrio macroeconômico e redução da vulnerabilidade externa, em um marco da democracia. A convergência desses fatores e os acertos da política externa no sentido de definir que lugar o Brasil deve ocupar no mundo permitiram o lugar de destaque que o País ocupa hoje. O seminário faz parte da estratégia do Ipea de ampliar o conhecimento sobre as políticas internacionais. A Dicod criou uma área específica para tratar do tema.
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em parceria com a Federação Brasileira das Sociedades Científicas da Comunicação (Socicom), promoveu, em 23 de novembro, na sede da Fundaj, na capital pernambucana, o seminário Encontros Brasil Ipea 45 anos: Um Novo Ciclo do Pensamento Nacional - Uma reflexão sobre as políticas nacionais de comunicação. O evento, parte das comemorações dos 45 anos do Instituto, contou com o apoio da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), da Associação dos Correspondentes Estrangeiros (ACE) e do Sindicato dos Jornalistas do Estado de Pernambuco (SJPE). Dividido em três painéis, o seminário teve a presença de José Marques de Melo, presidente da Socicom,Cesar Bolaño, presidente da Asociación Latinoamericana de Investigadores de la Comunicación (ALAIC), Jan Rocha, ex-correspondente da BBC no Brasil, Wu Zhihua, chefe-correspondente do Diário do Povo, da China, no Brasil, o jornalista e escritor Altamiro Borges, os professores Margarida Kunsch e Gilberto Maringoni, Nilo Gomes, Antonio Hohfeldt, entre outros. O debate de pesquisadores, jornalistas e estudiosos resultou na publicação Reflexão sobre as políticas nacionais de comunicação, lançada na 1° Conferência Nacional de Comunicação, em Brasília, dia 17 de dezembro. |