Seção de Notas |
2010 . Ano 7 . Edição 59 - 29/03/2010 Artigo A sexta edição do boletim Radar: Tecnologia, Produção e Comércio Exterior, produzida pela Diretoria de Estudos e Políticas Setoriais, de Inovação, Regulação e Infraestrutura (Diset), traz um artigo sobre a possível escassez de engenheiros no mercado e de fatores que interferem no equilíbrio entre oferta e demanda desse tipo de profissional. Segundo o técnico Divonzir Gusso, a exploração da camada do Pré-sal vai exigir uma quantidade maior de engenheiros do que a existente hoje no Brasil. Outro artigo propõe uma reclassificação das propriedades agrícolas com base em uma matriz tecnológica. "Dados do último censo agropecuário mostram que, embora a agricultura familiar, no agregado, gere mais valor produtivo, a análise em separado dos cultivos mostra ganhos maiores na agricultura comercial", explica o pesquisador José Eustáquio. E o terceiro artigo do boletim mostra a relação entre a Lei do Bem e a atividade de P&D (pesquisa e desenvolvimento) no Brasil. A autora, Graziela Zucoloto, afirma que, para as grandes empresas, a Lei do Bem ainda não foi capaz de alterar a distribuição setorial dos gastos em P&D existentes no País.
O indicador de Produção Industrial Mensal (PIM) do Ipea estima um crescimento de 14,3% no mês de janeiro de 2010 em relação ao mesmo mês do ano anterior. Entre os indicadores setoriais, o principal destaque ficou por conta do fluxo de veículos pesados em rodovias, que avançou 5,5% na passagem de dezembro para janeiro, descontados os efeitos sazonais. Em janeiro, todos os indicadores setoriais utilizados pela Diretoria de Estudos e Políticas Macroeconômicas (Dimac) do Ipea no modelo de previsão do PIM voltaram a apresentar crescimento quando comparados ao mesmo mês do ano anterior. O setor de autoveículos, após duas quedas consecutivas, apresentou pequeno crescimento na margem, avançando 1,3% contra dezembro. Já as vendas de veículos comerciais leves, caminhões e ônibus novos encerraram o mês de janeiro em 213,3 mil unidades, subindo 8% em relação a janeiro de 2009.
Representantes do Instituto Ipea participaram de uma oficina promovida pela Caixa com o objetivo de elaborar modelo metodológico para avaliar os impactos dos empreendimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a partir da experiência no Complexo do Morro do Alemão, no Rio de Janeiro. A atividade ocorreu no auditório da superintendência regional do banco no Centro da capital fluminense, nos dias 10 e 11 de março. O encontro teve a participação de cerca de 30 técnicos da Caixa, do Ipea, dos governos estadual e municipal do Rio, do Ministério das Cidades e do Consórcio Rio Melhor. A validação da metodologia de avaliação vai permitir saber o que está sendo produzido, com que qualidade, e o grau de satisfação das populações beneficiadas em todas as obras do PAC no País. A metodologia resultante do Acordo de Cooperação Técnica entre a Caixa e o Ipea será utilizada em outros projetos financiados pelo banco.
O Ipea e o Ministério das Relações Exteriores (MRE) promoveram em fevereiro o evento Ipea e as Relações Econômicas e Políticas Internacionais, no qual foi feita a divulgação do Boletim de Economia e Política Internacional e da Revista Tempo do Mundo. O subsecretário de Cooperação e de Promoção Comercial do Ministério, Ruy Nogueira, afirmou que a parceria entre Itamaraty e Ipea já existia, mas agora essa cooperação passa a ser efetiva, considerando a internacionalização do Instituto na África, América Latina e Haiti, objetos de estudos sobre os mais diversos assuntos, como clima, G20 e energia. O presidente do Ipea, Marcio Pochmann, ressaltou a importância dessa colaboração, pois o Instituto "não deve produzir estudos meramente acadêmicos, mas análises que tenham repercussão e apoio dos embaixadores, que são os gestores da política internacional brasileira". O ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), Samuel Pinheiro Guimarães, destacou os impactos dos acordos internacionais nas políticas públicas do Brasil. "A responsabilidade é muito grande para os que estão à frente dessas negociações. Por isso, a necessidade dessa parceria com o Ipea, que está em um processo permanente de geração de conhecimento sobre a realidade brasileira, cada vez mais complexa", afirmou o ministro.
Comunicado da Presidência n° 39 mostra que o Brasil pode ter 19,3 milhões de postos no setor privado nos próximos dez anos, se o País mantiver a média anual (4,2%) de expansão da ocupação em pequenos estabelecimentos privados não agrícolas das duas últimas décadas. O estudo traçou um perfil atual e futuro das ocupações em empreendimentos com até dez trabalhadores no Brasil e mostrou que eles geram duas de cada três vagas abertas no setor privado não agrícola no País. Segundo o Comunicado, entre 1980 e 2008, foram gerados 16,9 milhões de postos no setor. O aumento no número de novos empregos levou a uma queda na renda média dos ocupados (17,5%). "Essa queda foi provocada por um movimento combinado entre redução do peso da remuneração do trabalho no PIB e o aumento da ocupação", disse o presidente do Ipea, Marcio Pochmann. Apesar disso, a taxa de pobreza absoluta entre os trabalhadores diminuiu de 30,3% para 17,4%. Das novas ocupações geradas nos pequenos negócios, 52,1% são de trabalhadores com ensino médio. Segundo Pochmann, apesar dos avanços ocorridos nos últimos anos, o Brasil ainda não tem uma estrutura bancária que atenda às necessidades dos pequenos negócios.
A demanda e oferta de mão de obra no pós-crise no mercado de trabalho brasileiro foi o tema do estudo Emprego e oferta qualificada de mão de obra no Brasil: impactos do crescimento econômico pós-crise, do Ipea. Os dados reunidos no Comunicado do Ipea nº 41, com informações nacionais, regionais e por unidade da federação que apresentam a geração de empregos setoriais, estimam a demanda e a oferta de mão de obra no mercado nacional após passada a crise financeira que abalou economias pelo globo. Por meio do Comunicado, é possível saber quais os setores que mais demandarão e mais ofertarão oportunidades de ocupação neste ano. O estudo considera, ainda, que apenas uma parte dos trabalhadores em busca de ocupação está qualificada e tem experiência profissional para responder à demanda de postos de trabalho. O documento foi feito com base em informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Ministério do Trabalho e Emprego.
A evolução dos tributos no país foi tema da nota técnica Estimativa da Carga Tributária de 2002 a 2009, elaborada pela Diretoria de Estudos e Políticas Macroeconômicas (Dimac). O documento traz estimativas sobre a carga tributária nos cinco anos que antecedem 2009, e também avalia quais foram os tributos que contribuíram para a queda na arrecadação, registrada no ano passado. Impostos sobre produção e renda tiveram trajetória distinta da arrecadação sobre folha de pagamento, por exemplo. O estudo traz ainda um resumo da carga tributária bruta, a desagregação da carga bruta e ainda um anexo com a matriz de estimação da carga. |