Seção de Giro |
2010 . Ano 7 . Edição 61 - 13/07/2010 Poupança O movimento das cadernetas de poupança diminuiu em abril, na comparação com março, segundo o relatório divulgado pelo Banco Central (BC). Os depósitos em caderneta de poupança somaram R$ 88,722 bilhões no mês de abril, com queda de 8,07% em relação ao mês anterior, enquanto os saques atingiram R$ 87,025 bilhões (-9,32% que em março). Em compensação, a captação líquida de abril (depósitos menos saques) foi 215% maior que no mês anterior. O saldo positivo das cadernetas de poupança foi de R$ 538,124 milhões em março, e no mês passado o saldo aumentou para R$ 1,696 bilhão. Isso somado ao rendimento creditado no mês, de R$ 1,593 bilhão, elevou o estoque total da poupança para R$ 331,178 bilhões, com aumento de 1% no mês. Do total, o maior volume de recursos (R$ 262,305 bilhões, ou 79,20% do total) é registrado no Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), responsável pela tradicional caderneta de poupança. A poupança rural tem 20,79% do estoque, equivalentes a R$ 68,869 bilhões. Restam ainda R$ 3,540 milhões de resíduos vinculados a operações antigas.
A arrecadação de impostos e contribuições federais em abril foi de R$ 70,906 bilhões, recorde para o mês, segundo informou a Receita Federal. O montante inclui os impostos e contribuições federais e as contribuições previdenciárias ao Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). Na comparação com abril de 2009, houve aumento de 16,75%, valor já atualizado pela inflação. Em relação a março de 2010, foi registrado aumento nominal de 19,34%, a elevação real foi de 18,66%. Em termos nominais (sem considerar a inflação) o crescimento foi de 22,89%. No ano, o total arrecadado chega a R$ 256,889 bilhões, 18,11% a mais do que em igual período do ano passado. Se for ajustado pela inflação o crescimento é de 12,52%. Levando em conta apenas impostos e contribuições federais (receita administrada), a arrecadação de abril totalizou R$ 48,831 bilhões. Houve aumento real de 19,98% em relação a março e incremento real de 16,30% na comparação com abril de 2009. As receitas previdenciárias, por sua vez, somaram R$ 18,027 bilhões, com crescimento real de 2,77% contra março e expansão real de 9,87% na comparação com abril de 2009. As demais receitas (recolhimentos extraordinários, como royalties de petróleo e outras arrecadações atípicas) ficaram em R$ 4,047 bilhões, com alta real de 167,42% em relação ao mês antecedente (R$ 1,513 bilhão). Em relação a abril de 2009, houve ampliação real de 73,03%.
Os investimentos estrangeiros diretos (IED) no Brasil somaram R$ 10,6 bilhões no primeiro trimestre deste ano, contra R$ 9,8 bilhões no mesmo período de 2009, de acordo com dados divulgados em abril pelo Banco Central. No mercado financeiro, os investidores estrangeiros injetaram R$ 17,6 bilhões nos três primeiros meses de 2010. No ano passado, quando os investimentos estrangeiros no país diminuíram por causa da crise, o trimestre registrou déficit de R$ 2,04 bilhões. O investimento total em ações no trimestre foi de R$ 9,8 bilhões, enquanto outros R$ 7,54 bilhões foram aplicados em renda fixa.
A taxa de desemprego ficou em 7,3% em abril, o menor nível para o período desde o início da nova série da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), em março de 2002. Na comparação com abril do ano passado (8,9%), a taxa caiu 1,6 ponto percentual. Na comparação com março deste ano a queda foi de 0,3 ponto percentual. O desempenho de abril vale para o conjunto das seis regiões metropolitanas pesquisadas, e para cada uma delas separadamente. Os dados foram divulgados em maio pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e mostram que o contingente de desempregados em abril, de 1,7 milhão de pessoas, não oscilou em relação a março, mas recuou 16,4% na comparação com abril de 2009. A população ocupada (empregada) em abril, de 21,8 milhões de trabalhadores, também ficou estável frente ao mês anterior, enquanto no confronto com abril do ano passado cresceu 4,3%, acrescentando mais 907 mil postos de trabalho ao mercado em um ano. Comportamento semelhante ocorreu para o total de trabalhadores com carteira de trabalho assinada (10,1 milhões de pessoas) em abril, que não variou na comparação mensal, porém aumentou 7,5% no confronto anual, com mais 704 mil postos de trabalho com carteira assinada. O rendimento médio real habitual dos trabalhadores ? R$ 1.424,10 ? ficou estável em abril na comparação com março. Entretanto, frente a abril do ano passado ? R$ 1.392,65 ?, houve ganho de 2,3%. Segundo o IBGE, a massa de rendimento real habitual dos empregados ? R$ 31,4 bilhões ?, referente a abril, subiu 0,6% no mês e 6,6% no ano. A massa de rendimento real efetivo ? R$ 31,2 bilhões ?, referente a março de 2010, aumentou 1,0% no mês e 7,3% no ano. O rendimento domiciliar per capita, de R$ 930,59, registrou queda de 0,4% em relação a março e ganho de 2,4% na comparação com abril de 2009.
Os gastos dos turistas brasileiros no exterior totalizaram R$ 6,2 bilhões no primeiro trimestre do ano, de acordo com dados divulgados pelo Banco Central, em abril. Com relação ao primeiro trimestre do ano passado, houve crescimento de 74,2%. Nos três primeiros meses de 2009, esse valor havia sido de R$ 3,56 bilhões. Já os gastos dos estrangeiros no Brasil fecharam o trimestre em R$ 3,07 bilhões, contra R$ 2,64 bilhões nos mesmos meses de 2009 - alta de 16,4%. Como os brasileiros gastaram mais em viagens ao exterior, o saldo no período entre janeiro a março deste ano foi deficitário em R$ 3,13 bilhões.
O Brasil registrou déficit de R$ 22,6 bilhões nas contas externas no primeiro trimestre deste ano, segundo dados divulgados no dia 22 de abril pelo Banco Central. Este é o pior primeiro trimestre desde 1947. Em março, as transações em conta corrente ficaram negativas em R$ 9,4 bilhões. O número é maior do que o registrado em fevereiro, R$ 6,04 bilhões, e superior a março de 2009, de R$ 2,9 bilhões. A conta das transações correntes inclui o resultado da balança comercial, os gastos do Brasil com serviços fora do país, remessas de lucros e dividendos, além das transferências unilaterais. A balança comercial fechou com superávit de R$ 1,241 bilhão no mês. No ano passado, o resultado da conta comercial havia ficado positivo em R$ 3,26 bilhões. Já a conta de serviços e rendas, que abrange os resultados das remessas de lucros e dividendos, viagens internacionais e outros, ficou negativa em R$ 11,17 bilhões. O déficit das contas externas já é quase metade do total registrado em todo o ano de 2009 (R$ 45,175 bilhões). No primeiro trimestre do ano passado, o Brasil teve déficit de R$ 9,16 bilhões. Na última revisão para o fechamento deste ano, o Banco Central previu um rombo de R$ 91 bilhões para as contas externas. O valor é superior aos R$ 83,65 bilhões previstos para os Investimentos Diretos Estrangeiros (IDE) em 2010. |