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2011 . Ano 8 . Edição 67 - 20/09/2011 Expectativa O Índice de Expectativas das Famílias (IEF), do Ipea, revelou uma diminuição no número de famílias brasileiras endividadas. No estudo, referente a julho, 52% dos entrevistados declararam não ter qualquer dívida. Esse valor representa um aumento de 1,5 % em relação ao mês anterior e o maior patamar registrado pelo Instituto desde agosto de 2010, quando a pesquisa começou a ser realizada. No primeiro IEF, pouco mais de 45% afirmavam não estar endividados. Entre as famílias com algum tipo de conta a pagar, 47,% dizem ter condições de quitá-la em sua totalidade. Em junho, elas eram 45,8%. Houve uma redução de 0,8 ponto percentual na proporção de famílias sem condições de pagar suas contas – 32,8%, em julho. A dívida média registrada pelo IEF teve ligeiro aumento. Passou de R$ 4.343,95, no mês anterior, para R$ 4.433,65. “Os dados reforçam a noção de que as famílias têm boa capacidade de pagar suas dívidas. Passamos de um período de certa euforia para consumir para um momento de moderação, em que os brasileiros buscam reduzir suas dívidas”, explicou Marcio Pochmann, presidente do Ipea. Na média dos fatores pesquisados, o IEF atingiu 63,5 pontos, dentro da faixa de otimismo. No mês anterior, havia registrado 64,1 pontos. Mais informações no Portal do Ipea: www.agencia.ipea.gov.br. ___________________________________________________________________________________ Parceria
O documento prevê a realização de estudos e pesquisas sobre temas acordados, o intercâmbio de pesquisadores do Ipea e de consultores legislativos do Senado. Além disso, haverá troca de informações sobre estudos e pesquisas realizados pelos participantes, organização de seminários, conferências, palestras e outras reuniões de interesse mútuo e edições conjuntas de publicações. O acordo tem validade de dois anos, podendo ser prorrogado por mais dois. Pochmann destacou que o acordo com o Senado é o primeiro com o Poder Legislativo e que muitos ainda poderão ser firmados, inclusive nos âmbitos estadual e municipal. O presidente do Ipea disse também que os temas de interesse nacional poderão contar com o conjunto da expertise do Instituto para oferecer subsídios às demanda da Casa Legislativa, a exemplo das questões em torno do Projeto de Lei nº. 1876/99, que trata da alteração do atual código florestal, e a criação de novos estados. José Sarney acrescentou que o Senado possui um conjunto bem preparado de técnicos e que o apoio do Institutoirá somar significativamente ao trabalho que já vem sendo desenvolvido. “A cooperação do Ipea será de suma importância para que o Senado possa desenvolver suas atividades”, afirmou. ___________________________________________________________________________________ Rússia Estudo mostra que a Rússia, na primeira década deste século, foi o país emergente que mais se destacou no que diz respeito ao investimento direto estrangeiro. Esta é uma das conclusões do Comunicado Ipea n° 99 – Ameaça ou oportunidade? Desdobramentos da crise financeira global para as empresas transnacionais russas, lançado em julho. O documento faz uma análise da situação enfrentada por várias das principais empresas transnacionais (ETN) russas, a partir da eclosão da crise financeira global no segundo semestre de 2008. Segundo o texto, o fluxo da saída de investimento estrangeiro naquele país entre 1999 e 2002 foi relativamente baixo, com uma tímida acelerada em 2003. A partir de 2006, esses investimentos come ç aram a se destacar, chegando ao seu ápice em 2008, ao atingir US$ 56.091 bilhões. O Comunicado pode ser lido na íntegra no Portal do Ipea: www.agencia.ipea.gov.br. ___________________________________________________________________________________ Crise financeira
Esses dados estão no Comunicado do Ipea nº 105: Banco do Brasil, BNDES e Caixa Econômica Federal: a atuação dos bancos públicos federais no período 2003-2010, divulgado no início de agosto. O estudo analisa o comportamento da concessão de crédito dos bancos federais para os setores industrial, agrícola e de habitação, além da atuação das instituições durante a crise. “O Brasil vive, desde 2004, um ciclo inédito de aumento ininterrupto do crédito. Até 2007, os privados puxavam os financiamentos. Em 2008, a curva se inverteu, o crédito dos bancos privados desacelerou fortemente e o crescimento foi sustentado pela atuação anticíclica das instituições públicas”, afirmou Victor Leonardo de Araujo, técnico de planejamento e pesquisa do Ipea. O estudo revela ainda que, além de auxiliarem o governo em momentos de crise, os bancos públicos federais continuam tendo relevância nas políticas públicas de desenvolvimento econômico. O Comunicado pode ser lido na íntegra no Portal do Ipea: www.agencia.ipea.gov.br. ___________________________________________________________________________________ Social O gasto social da União teve crescimento contínuo nos últimos 15 anos e atingiu quase 16% do Produto Interno Bruto (PIB), em 2009. Isso significa que foram destinados a áreas como saúde, educação, previdência e assistência social, entre outras, o equivalente a R$ 541,3 bilhões. Em 1995, o volume de recursos era de R$ 219 bilhões (em valores da época), pouco mais de 11% daquilo que a economia brasileira produzia em um ano. Os números e a evolução do gasto social federal (GSF) estão no Comunicado do Ipea nº 98, elaborado pela Diretoria de Estudos e Políticas Sociais do Ipea (Disoc) e divulgado em julho. “Comparar o gasto social com o PIB nos permite observar a prioridade macroeconômica da área social, ter noção do esforço feito pelo governo e a sociedade, dentro das possibilidades econômicas, para estabelecer uma política pública”, afirmou José Aparecido Carlos Ribeiro, técnico de Planejamento e Pesquisa do Instituto e um dos autores do estudo, intitulado 15 anos de Gasto Social Federal - Notas sobre o período 1995-2009. Entre 1995 e 2009, o GSF aumentou em 4,6 pontos percentuais a sua participação no PIB. No primeiro período, que vai até 2003, o crescimento foi de 1,7 ponto percentual. A partir de 2004, os gastos tiveram aceleração e incorporaram mais 2,9 pontos percentuais do Produto Interno Bruto. O estudo destaca ainda que o comportamento dos gastos sociais mudou durante a crise financeira mundial de 2008/2009. Antes, quando o país enfrentava uma crise, os gastos se comportavam de maneira pró-cíclica, ou seja, sofriam queda ou desaceleração, acompanhando o resultado negativo do PIB. Em 2009, ocorreu um movimento contrário. Os investimentos sociais aceleraram e cresceram quase 12%, enquanto a economia sofria com a recessão. O Comunicado pode ser lido na íntegra no Portal do Ipea: www.agencia.ipea.gov.br. ___________________________________________________________________________________ China Análisar as transformações do comércio exterior chinês desde que foram inauguradas as reformas econômicas de 1978. Esse foi o tema do Comunicado do Ipea nº 97, lançado em junho. O estudo mostra que, desde o final da década de 70, o Produto Interno Bruto da China se multiplicou por 15 vezes em termos reais, crescendo a uma taxa média de quase 10% ao ano – superando, nesse período, qualquer outro país. A chefe da Assessoria Técnica da Presidência do Ipea, Luciana Acioly, ressaltou que o comércio exterior foi o principal fator para esse crescimento, tanto pela importação quanto pela exportação. “Quando importa, alimenta o setor interno, e, quando exporta, aumenta suas reservas”, disse. De acordo com o Comunicado, as profundas modificações no perfil do comércio exterior da China não tiveram impacto somente no país. As mudanças também se deram na relação com os parceiros comerciais. O sucesso dessa transição se deu muito pela intervenção do Estado chinês, que promoveu uma abertura gradual e pragmática, de maneira a controlar o ritmo de liberação das importações e de promoção de exportações. A forte relação entre a política macroeconômica e a política cambial do gigante asiático é um ponto fundamental para o grande crescimento do comércio exterior. O Comunicado pode ser lido na íntegra no Portal do Ipea: www.ipea.gov.br. |