2011 . Ano 8 . Edição 69 - 21/11/2011
Foto: Adenilson Nunes/Secom
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Debate sobre a Dimensão e a Medida da Pobreza Extrema no Brasil - O Caso da Bahia. Na foto, Jorge Abrahão de Castro, diretor de Estudos e Políticas Sociais do Ipea
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Cora Dias - de Brasília
Como funciona, o que produz, como produz e quem trabalha na principal instituição de pesquisa brasileira e uma das mais importantes do mundo. Com um leque de atividades cada vez mais amplo, o órgão começa a instalar escritórios em várias regiões do país e a se internacionalizar. Aos 47 anos, o Ipea tem diante de si novos desafios: o de assessorar o Estado e a sociedade brasileira na construção da quinta economia global nos próximos anos.
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) completa 47 anos em 2011. Fundação pública federal, vinculada à Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, o Ipea é reconhecido por “pensar o Brasil” e por funcionar como um organismo de planejamento, pesquisa e assessoria do Estado brasileiro, no dizer de seu presidente, Marcio Pochmann. O Instituto fornece suporte técnico e institucional às ações governamentais para a formulação e o acompanhamento de políticas públicas e programas de desenvolvimento.
Sua importância cresceu nos últimos anos, com a redefinição do papel do Estado como agente decisivo do desenvolvimento. Juntamente com várias iniciativas oficiais – da qual o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) é uma das mais importantes – o Ipea tem crescido e diversificado seu leque de atuação. A perspectiva de o Brasil tornar-se a quinta economia do mundo nos próximos anos cria a necessidade de um organismo mais atuante, mais sofisticado e cada vez mais plural, democrático e atento às demandas da sociedade.
CRIAÇÃO E CRESCIMENTO Criado como Escritório de Pesquisa Econômica Aplicada (Epea), em 1964, o Instituto recebeu o nome atual três anos depois. Hoje, o órgão possui sete diretorias e um Conselho de Orientação, formado por nomes importantes do pensamento social brasileiro (ver quadro na página 17). Desde a criação, busca contribuir para o planejamento do desenvolvimento nacional, assim como para o melhor desenho e avaliação das políticas públicas.
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Através de publicações, seminários, assessoramento técnico e cursos, a sociedade pode ter acesso ao conhecimento gerado pela instituição. A maior parte desses produtos pode ser acessada em www.ipea.gov.br
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A vinculação do Instituto à Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, desde setembro de 2007, deu início a um amplo processo de revitalização institucional. Essa qualificação busca potencializar suas capacidades, sua missão institucional e coloca novos desafios e estratégias de ação.
O Ipea mantém atualmente 1.176 cargos efetivos em seu quadro de servidores, dos quais 714 estão ocupados. Para regularizar esse corpo funcional, a Lei 11.890, de 24 de dezembro de 2008, instituiu de forma inédita o Plano de Carreira e Cargos do instituto.
No mesmo ano, o Instituto realizou o maior concurso público de sua história. Foram convocados, em primeira chamada, 80 servidores. Após autorização do Ministério do Planejamento, o quantitativo de vagas autorizado para o processo seletivo teve ampliação de 50%. As provas resultaram no ingresso de 117 concursados altamente qualificados: 74,1% dos empossados no cargo de técnico de planejamento e pesquisa detinham a condição de doutor ou doutorando. Até então, esse nível de qualificação não atingia 15% dos ingressantes. Além disso, houve uma maior variedade de áreas de formação, como sociologia, relações internacionais e engenharia.
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As novas exigências do desenvolvimento brasileirio demandaria a ampliação da estrutura institucional do órgão. Para uma maior proximidade com a sociedade, no ano de 2004 foi criada a Ouvidoria do Ipea.
A Comissão de Ética (www.ipea.gov.br/etica), instituída em 2008, tem como objetivo cooperar para o desenvolvimento correto do bem comum nas políticas públicas.
Foto: Sidney Murrieta |
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Em junho de 2011, o presidente do Senado, José Sarney, e o presidente do Ipea, Márcio Pochmann, assinaram acordo de cooperação técnica entre as duas instituições
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A partir de 2009, o Ipea iniciou um processo de descentralização de sua estrutura e de seu raio de ação para além da representação no Rio de Janeiro. Já estão funcionando escritórios em Belém (PA) e João Pessoa (PB). O objetivo é promover uma aproximação com instituições de pesquisa regionais e, com isso, empreender troca de informações e projetos conjuntos nos marcos das grandes regiões geográficas do País. Além disso, em 2010, o Instituto iniciou um processo de internacionalização ao inaugurar um escritório na Venezuela.
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