Ministério da Integração Nacional
O Projeto de Integração do São Francisco (Pisf), que começou a ser construída em 2007 e está na fase final de implantação, visa mitigar os efeitos do clima e da baixa disponibilidade hídrica da região sobre a vida da população local. A publicação do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgada nesta sexta-feira (04/11), avalia os possíveis impactos socioeconômicos sobre a área beneficiada e a expansão da área irrigada no âmbito do Pisf que pode gerar mais de 5,9 mil empregos diretos, estimam os pesquisadores do Ipea.
O estudo “Análise Prospectiva de Potenciais Impactos Socioeconômicos do Projeto de Integração do Rio São Francisco com Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional sobre a Região”, de autoria dos pesquisadores do Ipea César Nunes de Castro e Monise Terra Cerezini, mostra que as perspectivas de impactos para os eixos Leste e Norte são diferentes devido ao excedente de água do Pisf. Segundo os autores, no Eixo Leste (EL), cerca de 4,6 mil hectares podem ser irrigados nas bacias receptoras apenas com a vazão excedente, proveniente da transposição. Eles estimam que a expansão do território irrigado na Área de Influência do EL poderá gerar cerca de 3.977 a 5.966 empregos diretos e entre 4.971 e 5.966, indiretos.
No caso do Eixo Norte (EN), a perspectiva de geração de emprego e renda na agricultura irrigada ou na indústria como consequência do Pisf é menos evidente. De acordo com dados do estudo, a vazão disponível do projeto para o EN, da ordem de 16,4 m3 /s, estaria quase toda comprometida em 2020, caso o Pisf estivesse operando plenamente à época. A perspectiva de excedente hídrico para usos não prioritários na Área de Influência do EN não é significativa, pois as projeções indicavam vazão excedente próxima de zero em 2020 e negativa em 2041.
De acordo com o estudo, caso ocorra a adução e distribuição de água pelo Pisf na Área de Influência do EN em volumes superiores ao regular previsto pelo Projeto (16,4 m3 /s), áreas irrigadas já implantadas poderiam em face da perspectiva temporária de aumento da oferta hídrica, cultivar uma safra adicional ou alguma lavoura temporária mais demandante de água.
Os pesquisadores consideram ainda que mesmo que ocorra a adução de volumes superiores de água em determinados períodos, não é evidente que isso possibilite a expansão de atividades econômicas dependentes do suprimento regular e previsível de água, como a expansão da área irrigada. Sem isso, poucos agentes econômicos vão tomar a decisão de investir na ampliação de atividades produtivas dependentes de água que talvez esteja disponível em períodos incertos, avaliam os pesquisadores.
Por último, a pesquisa recomenda a avaliação dos possíveis impactos ambientais do Pisf, após a entrada em operação regular desse empreendimento, buscando investigar os impactos do projeto sobre as bacias receptoras no Nordeste Setentrional e na Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, atualmente degradada.
Acesse a íntegra do estudo
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